ARMANDO MONTEIRO (PTB), Deputado Federal - PE. Presidente da Confederação Nacional das Indústria.
Discurso
Agradece, na condição de homenageado, o Título de Cidadão Honorário do
Estado de Minas Gerais.
Reunião
41ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 16ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 01/06/2010
Página 50, Coluna 4
Assunto HOMENAGEM.
Observação O número que acompanha o Decreto Sem Número, constante no campo Norma Citada, é para controle interno, não fazendo parte da identificação da norma referida.
Normas citadas DSN nº 5897, de 2010
Legislatura 16ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 01/06/2010
Página 50, Coluna 4
Assunto HOMENAGEM.
Observação O número que acompanha o Decreto Sem Número, constante no campo Norma Citada, é para controle interno, não fazendo parte da identificação da norma referida.
Normas citadas DSN nº 5897, de 2010
41ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 16ª
LEGISLATURA, EM 27/5/2010
Palavras do Deputado Federal Armando Monteiro
Boa tarde a todos. Saúdo o Deputado Alberto Pinto Coelho, Exmo.
Sr. Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Minas
Gerais, a quem agradeço essa distinção, a honraria que me concede
nesta inesquecível e significativa homenagem; o Deputado Federal
Luiz Fernando Faria, meu colega, agradecendo-lhe a presença; o
Deputado Federal Júlio Delgado, nosso colega, companheiro, grande
parlamentar de Minas Gerais; o Deputado Guilherme Uchôa, nosso
amigo, dileto companheiro, Presidente da Assembleia Legislativa de
Pernambuco, que comparece hoje a este nosso evento. Agradeço-lhe
muito e também a uma expressiva delegação parlamentar de
Pernambuco que aqui comparece prestigiando-nos. Permitam-me nominá-
los: Deputado Sebastião Rufino, Deputado Airinho, Deputado João
Fernando Coutinho, Deputado Soldado Moisés, Deputada Elina
Carneiro. Agradeço-lhes muito a presença. Saúdo Josué Costa
Valadão, Exmo. Sr. Secretário Municipal de Governo, que representa
neste ato Márcio Lacerda, Prefeito de Belo Horizonte; Robson Braga
de Andrade, nosso estimado amigo, companheiro de lutas, Presidente
da Fiemg e Presidente eleito da CNI; Olavo Machado Júnior,
Presidente eleito da Fiemg; Carlos Eduardo Moreira Ferreira, nosso
companheiro, Conselheiro Emérito da CNI; os Presidentes de
Federações da Indústria de todo o País que aqui comparecem hoje,
diletos companheiros que nos ajudaram nesses anos a conduzir os
destinos da CNI, que nunca nos faltaram com apoio, solidariedade e
orientação.
Temos aqui ainda os companheiros Antônio Carlos da Silva,
Presidente da Federação das Indústrias do Amazonas; Edílson
Baldez, Presidente da Federação das Indústrias do Maranhão;
Rivaldo Neves, Presidente da Federação das Indústrias de Roraima;
Flávio Azevedo, Presidente da Federação das Indústrias do Rio
Grande do Norte; José Carlos Lira de Andrade, Presidente da
Federação das Indústrias de Alagoas; Lucas Izoton, Presidente da
Federação das Indústrias do Espírito Santo; Paulo Simão,
Presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil;
Melvyn, Presidente da Associação Brasileira da Indústria de
Materiais de Construção. Saudamos ainda os Presidentes de
sindicatos vinculados à Fiemg, além de companheiros do movimento
empresarial do Brasil, Presidentes de associações setoriais da
indústria, mineiros que representam as mais expressivas
associações. Cumprimento especialmente os meus familiares, meu
pai, minha mãe, minha esposa, meu filho, parlamentares, amigos,
representantes da imprensa, companheiros que nos ajudaram a
dirigir a CNI e o seu sistema, como o Superintendente Corporativo
do Sistema, Antônio Carlos Brito Maciel; o Prof. José Manoel de
Aguiar Martins, Diretor Nacional do Senai; e o nosso grande amigo
e chefe de gabinete da CNI, Cid Ferreira Lopes, que é mineiro
também.
Senhoras e senhores, receber o título de Cidadão Honorário de
Minas, outorgado por sua Assembleia Legislativa, Casa da cidadania
e da liberdade, é uma deferência que me sensibiliza e emociona.
Recebo-o com a consciência de que me é outorgado mais pelo papel
institucional que desempenho ao presidir a Confederação Nacional
da Indústria que pelos meus méritos pessoais. Vejo-o como um
reconhecimento eloquente ao que a indústria agrega ao País, sua
valiosa contribuição ao desenvolvimento sustentável, à geração de
emprego e renda e à construção de uma sociedade mais justa e
fraterna.
Na pessoa do Presidente desta Assembleia, Deputado Alberto Pinto
Coelho, agradeço esta honrosa homenagem que me prestam os
representantes do povo de Minas Gerais, plenamente consciente da
responsabilidade que implica ser cidadão honorário de um Estado
reconhecido como polo político do Brasil.
Tenho pelo Legislativo o maior apreço. Dos três Poderes, é o que
melhor representa a sociedade, dando vez e voz às minorias,
garantindo a vontade da maioria. É uma escola de cidadania, de
respeito à adversidade, de resolução civilizada dos conflitos. É
aqui que se forjam os estadistas, e Minas, como celeiro de tantos
deles, tem em sua Assembleia Legislativa uma verdadeira
universidade de política. Daí a importância adicional desse título
para mim, aprendiz de uma arte que tem em Minas seu ponto de
referência. Ser cidadão mineiro é estar na companhia de uma
ilustre galeria de vultos nacionais, estadistas, intelectuais e
artistas, como Tiradentes, Tancredo Neves, Juscelino Kubitschek,
Israel Pinheiro, Carlos Drummond de Andrade, Aleijadinho e tantos
outros que hoje figuram no panteão da Pátria. Citamos também
empresários do porte de Euvaldo Lodi e Américo Renê Giannetti, que
fundaram a CNI, e tantos outros que ajudam a construir esta grande
nação. Aliás, no campo empresarial, Minas exerce papel de grande
destaque. Para mim, é uma satisfação saber que serei sucedido na
Presidência da CNI por um grande empresário mineiro, Robson Braga
de Andrade, garantia de que o setor estará sob seguro e competente
comando.
Sinto a emoção deste momento ao falar para os representantes
políticos de um dos Estados de maior destaque da Federação, cuja
história marca e define a nacionalidade brasileira. Tornou-se um
axioma da política brasileira dizer que para onde Minas se
inclinar irá o Brasil. Não é exagero nem retórica ufanista, mas
uma realidade. A singularidade de Minas começa com sua
configuração geográfica: é o Estado brasileiro que tem o
importante papel de servir de conexão entre as regiões
brasileiras. Minas é a síntese do Brasil, tem o semiárido do
Nordeste, o cerrado do Centro-Oeste, as terras férteis do Sul e a
riqueza hidrográfica do Norte. Sente, por isso mesmo, como nenhum
outro, a pulsação nacional, o que lhe permite exercer o papel de
ponto de equilíbrio na vida política da Nação.
Permita-me evocar neste momento o grande Afonso Arinos para
reproduzir algo que considero tão expressivo na definição dessa
centralidade do papel fundamental de Minas. Dizia o grande mineiro
Afonso Arinos: “Minas é o centro, e o centro não quer dizer
imobilidade, porém peso, densidade, nucleação, vigilância atenta,
ação refletida, mas fatal e decisiva. Minas foi, é e será sempre o
centro. As suas terras tocam os climas do Norte. Participa dos
climas úmidos e florescentes da orla litorânea. A oeste, da
civilização do couro. Ao sul, confina com a riqueza paulista. Daí
a sua posição histórica, que é um imperativo geográfico, econômico
e étnico. Tende para a direita, quando a ordem periga. Tende para
a esquerda, quando periga a liberdade. Age por compensação, como
as defesas orgânicas, posição central que alguns Estados do Brasil
por vezes não compreendem, mas sempre agradecem quando, serenadas
as paixões, analisam de boa-fé os resultados.”. Não é, pois, de
estranhar que tenha tido papel fundamental no curso dos movimentos
políticos e sociais que moldaram o desenvolvimento e a
personalidade deste país. Não há um só acontecimento importante da
História do Brasil em que Minas não se tenha feito presente de
maneira seminal, deixando sua assinatura e contribuição.
A própria Independência já estava anunciada e definida na
manifestação heroica dos inconfidentes de Ouro Preto. No curso da
consolidação da República, a aliança Minas-São Paulo, enquanto
durou, foi fator de equilíbrio com a famosa política do café com
leite, responsável pela sustentação do poder civil.
Quando o modelo da Velha República se rompeu com a eclosão da
Revolução de 1930, Minas, mais uma vez, teve papel decisivo de
captar os ventos transformadores daquele momento. Todavia, a
Revolução desviou-se de seus propósitos liberais e desaguou na
ditadura do Estado Novo em 1937. Coube outra vez a Minas a
primazia da primeira reação consistente que abalaria os alicerces
da ditadura: o “Manifesto dos Mineiros”, firmado em outubro de
1943, quando a ditadura ainda exibia força e infundia temor.
Foi gesto libertário, em consonância com o dístico da bandeira
mineira - liberdade, ainda que tardia -, que envolveu e expôs
figuras de sua vida pública, que, por muitos anos, figurariam como
paradigmas morais e intelectuais da política nacional. São
políticos até hoje evocados como exemplares, quase todos forjados
na tribuna desta Casa, que tem a tradição de formar estadistas.
Dentre muitos outros signatários do Manifesto, estavam Adauto
Lúcio Cardoso, Dario de Almeida Magalhães, Afonso Arinos, Milton
Campos, Virgílio de Melo Franco, Artur Bernardes - pai e filho -,
Magalhães Pinto, Bilac Pinto, Pedro Aleixo, além de intelectuais
da estatura de Pedro Nava e Luís Camilo de Oliveira Neto. O
Manifesto dos Mineiros abriu caminho para que outros movimentos da
mesma natureza viessem a público. Lá há frase que define o
profundo sentido de nacionalidade deste Estado: “Minas não seria
fiel a si mesma se abandonasse sua instintiva inclinação para
sentir e realizar os interesses fundamentais de toda a Nação”. É
sob essa inspiração que até hoje os mineiros têm influído sobre a
política nacional. A transferência da Capital para Brasília, com a
consequente interiorização do desenvolvimento e a ampliação da
fronteira agrícola nacional, é obra de insigne mineiro Juscelino
Kubitschek, responsável pela definitiva opção do País pelo regime
de livre iniciativa. É ele o modernizador do nosso capitalismo.
Tancredo Neves é o símbolo da Nova República, responsável pelo
mais longo período de vigência do Estado Democrático de Direito de
toda a nossa história republicana. Em março, celebraram-se os 25
anos de seu trágico e simultaneamente épico desaparecimento, mas
sua obra aí está. Em outubro, ocorrerá a sexta eleição
presidencial em ambiente de liberdade plena. Quatro partidos
ocuparam a Presidência da República, sem que qualquer abalo
institucional disso resultasse. Para os mais jovens, pode parecer
banal, mas os mais experientes sabem que se trata de conquista
importante da sociedade brasileira, conquista obtida sem
violência, dentro do espírito de conciliação, que não pode ser
confundida com submissão. Os avanços institucionais, que desde
então se acumulam e se refletem no desenvolvimento econômico e
social, mostram o acerto da opção pela transição pacífica. A
liderá-la, a sabedoria, a autoridade moral e a ousadia de Tancredo
Neves, que, naqueles dias, personificou não apenas Minas, mas todo
o sentimento nacional.
Ao fazer esse retrospecto sucinto, não apenas evoco o passado,
mas contextualizo o presente. Não é casual que os dois principais
pré-candidatos à Presidência da República tenham iniciado sua
jornada eleitoral aqui. Convém lembrar que Minas, terra de
estadistas, nos deu sete Presidentes da República: Afonso Pena,
Delfim Moreira, Wenceslau Braz, Arthur Bernardes, Juscelino
Kubitschek, Tancredo Neves e Itamar Franco. Quando se quer sondar
o sentimento do Brasil profundo, Minas é o ponto de partida. Entre
tantos ditos mineiros que inspiram a vida pública nacional, colho
dois, que resumem os demais: “É conversando que a gente se
entende” e “Em briga de político, geralmente perdem os dois”. Diz-
se também por aqui que mineiro nem briga nem faz as pazes, dito
que, sob a aparência de blague, encerra sabedoria: a de que a
vida, sobretudo a vida pública, é dialética permanente em que deve
prevalecer a busca do equilíbrio, do consenso, cada qual se
dispondo a ceder para evitar o conflito e o confronto, em que
todos perdem, mesmo os que ganham.
Se o Brasil, hoje, exibe números robustos em sua economia e
estabilidade institucional, é porque soube absorver essas lições.
Os ganhos são significativos, estimulantes, mas não autorizam a
acomodação. Há desafios consideráveis no horizonte, que exigem,
como pressuposto de medidas econômicas sensatas, a busca e a
construção de convergências. Em uma palavra: engenharia política.
O Brasil saiu-se relativamente bem quanto à crise financeira de
2008. As principais economias mundiais foram abaladas em
diferentes escalas. O Brasil defendeu-se bem, mas não saiu ileso,
sofreu consequências, que se refletem na redução da sua taxa de
crescimento. Em decorrência, o País terminou 2009 com queda no PIB
de 0,2%.
Felizmente, graças às providências rápidas e sensatas, estamos em
processo de recuperação. O PIB brasileiro em 2010 pode vir a
registrar taxa de crescimento de 6%, com uma liderança da
indústria, que deverá crescer 8% este ano. Considerando a
indústria de transformação como um todo, o Brasil poderá voltar ao
patamar pré-crise, ainda neste semestre. As expectativas para o
ano são positivas. A confiança dos empresários segue em alta.
Não podemos, porém, nos acomodar. Os desafios são proporcionais
às conquistas já estabelecidas. Nosso desafio maior é garantir a
sustentabilidade da recuperação já obtida. Nosso ajuste priorizou
a manutenção do consumo. Os principais instrumentos utilizados nas
esferas fiscal, tributária e creditícia mantiveram a demanda do
mercado interno. Mas essa opção gerou, por outro lado, efeitos
colaterais preocupantes. A taxa de poupança agregada da economia
reduziu-se de 18% para 14,6%. A participação do investimento no
PIB passou de 18,7%, em 2008, para 16,7%, em 2009.
O desafio está claro. Para sustentar um forte ritmo de
crescimento é necessário elevar a taxa de investimento, e isso
necessariamente nos remete a um ajuste fiscal, à redução do gasto
público. Seja quem for o Presidente da República, terá de se
defrontar com essa realidade, com a necessidade de reduzir o custo-
Brasil, que se traduz em um conjunto de ineficiências sistêmicas
que comprometem o desempenho da economia brasileira. E terá de
obter respaldo político para consegui-lo. A palavra-chave, mas uma
vez, é “convergência”. Acima dos partidos e das ideologias, há o
País. Temos condições potenciais de garantir a recuperação da
economia brasileira e dar-lhe sustentabilidade cada vez maior.
Para isso, no entanto, temos de aumentar o esforço interno de
modernização de nossas instituições econômicas e políticas. O
quadro político nos tranquiliza. Nenhum dos candidatos à
Presidência da República acena com rupturas ou projetos
inconsequentes. Todos reconhecem os ganhos tanto no campo político
quanto no econômico e no social, estabelecidos de forma cumulativa
desde o advento da Nova República. Esse é um ganho cultural
considerável, que estabelece bases firmes de ordem e progresso.
Fala-se hoje em avançar, não em mudar, em romper, em negar o que
foi feito - estamos afastados desse paradigma. Nesse cenário, sem
dúvida é mais fácil planejar a médio e longo prazos, investir,
arriscar.
A CNI, por sua natureza de entidade empresarial, privilegia a
competitividade, a criação de ambiente propício aos negócios.
Nossa agenda é horizontal. Focaliza ações que afetam, de modo
uniforme, todos os setores e todos os temas que envolvem o
ambiente de negócios: tributação, relações de trabalho,
infraestrutura, educação, inovação, meio ambiente, financiamento e
segurança jurídica. São temas complexos, que apresentam, em sua
evolução, velocidade desigual, sempre inferior às exigências do
tempo econômico e ao ritmo dos desafios de competitividade das
empresas. A iniciativa privada é sempre mais ágil que o Estado.
Daí a prioridade e a urgência da agenda de reformas para os
futuros governo e Congresso.
As principais reformas, como a tributária e a trabalhista,
dependem de mudanças na Constituição, o que exige três quintos dos
votos, em dois turnos de votação, em cada uma das Casas do
Legislativo. Não é fácil realizar essas mudanças, mas é viável,
desde que haja forte liderança e determinação política. São ações
que exigem grau de mobilização bem mais ao alcance de governo em
início de mandato, sob o impulso do calor das urnas e
eleitoralmente capitalizado. O futuro Presidente da República não
poderá perder tempo.
A CNI, com base nas conclusões do IV Encontro Nacional da
Indústria e no Mapa Estratégico da Indústria 2007-2015, elaborou o
documento “A Indústria e o Brasil - uma agenda para crescer mais e
melhor”, que apresenta a visão do setor industrial sobre o Brasil
dos próximos quatro anos e enumera 12 prioridades para que o País
cresça em ritmo mais rápido e com sustentabilidade. Essa proposta
tem a ambição de imaginar que o Brasil pode dobrar sua renda “per
capita” a cada 15 anos. Para isso, o Brasil precisa ter taxa média
de crescimento de 5,5%, o que é algo razoável. Para que tenham
ideia, nas duas décadas passadas, a renda “per capita” do Brasil
crescia a uma taxa de 0,5%. Isso significa dizer que precisaríamos
de 137 anos para dobrar a renda do País. Por ocasião do memorável
encontro com os candidatos à Presidência da República, que a CNI
realizou no último dia 25 e que representa o exercício democrático
de diálogo franco e aberto, dissemos, ao final da nossa fala, que
o Brasil poderá ter o tamanho das nossas ambições. Vamos,
portanto, construir juntos as condições para que o Brasil cresça
mais e melhor.
Minas, mais uma vez, será decisiva, pelo que simboliza em termos
de equilíbrio e ciência política. A administração dos Governadores
Aécio Neves e Antonio Anastasia, a mais bem-avaliada do País,
mostrou que é possível interagir com adversários políticos sem
prejuízo do interesse público. Estabeleceu convivência exemplar
com o governo federal, sem abrir mão de seus postulados
partidários, e chega às eleições cortejada e reconhecida por
aliados e adversários. Essa capacidade de agregar facções
distintas em torno de metas comuns será indispensável ao Brasil
pós-eleitoral, para que se consolidem as conquistas e novos
avanços se estabeleçam.
Em nome da indústria brasileira, agradeço mais uma vez a esta
Assembleia Legislativa e ao seu Presidente a outorga da cidadania
mineira, distinção que procurarei honrar. Recebo-a como um
estímulo para, da tribuna do Parlamento e nos embates da vida
empresarial, levar adiante as bandeiras da democracia, da livre
iniciativa e, sobretudo, da concórdia e do bom-senso - lições que
Minas não se cansa de transmitir ao Brasil. Muito obrigado.