Decreto-Lei nº 1.824, de 01/08/1946
Texto Original
Dispõe sôbre inscrição de funcionários e operários municipais da Prefeitura de Lambari, como contribuintes do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais e dá outras providências.
O INTERVENTOR FEDERAL NO ESTADO DE MINAS GERAIS, usando da atribuição que lhe confere o art. 6º. N.º II, do Decreto-lei federal n.º 1.202, de 8 de abril de 1939,
DECRETA:
Art. 1.º – Ficam compulsoriamente inscritos como contribuintes do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais, na forma do artigo 3.º letra “e” do Decreto-lei estadual n.º 1.416, de 24 de novembro de 1945, que regulamentou o mesmo Instituto, desde que tenham menos, de cinqüenta (50) anos de idade e percebam remuneração igual ou superior a cem cruzeiros (Cr$ 100,00) mensais:
a) os funcionários e extranumerários da Prefeitura de Lambari, que estejam em efetivo exercício e
b) os operários a serviço dessa Municipalidade
Parágrafo único – Na enumeração supra não se acham incluídos os servidores municipais aposentados, sejam quais forem os proventos da aposentadoria, nem os em disponibilidade com vencimento mensal inferior a cem cruzeiros (Cr$ 100,00).
Art. 2.º – A contribuição obrigatória do servidor municipal aludida no artigo seguinte, destina-se a assegurar, na forma do Decreto-lei estadual n.º 1.416, de 24 de novembro de 1945, arts. 42 a 52, o direito de pensão à família do contribuinte, de acôrdo com a respectiva tabela anexa ao aludido Decreto-lei, e, em vida do servidor, o direito de aposentadoria do que fôr operário do Município por invalidez provada ou presumida aos sessenta e oito (68) anos de idade, nos têrmos dos arts. 115 a 117 da lei orgânica do Instituto, nas condições constantes do regulamento que fôr aprovado pelo Conselho Deliberativo do Instituto.
§ 1.º – Os contribuintes do Instituto terão os serviços de assistência sanitária de que trata o artigo 113 da lei, e dependente de regulamentação especial pelo Conselho Deliberativo do Instituto.
§ 2.º – A Municipalidade facilitará, mediante provimento legal, aos operários e funcionários municipais a aquisição de terreno para construção de casa destinada à sua residência.
Art. 3.º – A contribuição obrigatória, descontável em fôlha de pagamento dos funcionários e operários enumerados no artigo 1.º supra, para os efeitos da pensão, é de quatro or cento (4%) sôbre o vencimento ou remuneração mensal de mais de quinhentos cruzeiros (Cr$ 500,00), até dois mil e quinhentos cruzeiros (Cr$ 2.500,00). não se levando em conta, para o cálculo do desconto e da pensão, a parte dos proventos que exceder esta quantia.
Parágrafo único – Aos contribuintes obrigatórios assiste o direito de instituir seguro facultativo limitado a cinco (5) anos de vencimentos ou remuneração, até o máximo de cento e cinqüenta mil cruzeiros (Cr$ 150.000,00), nos têrmos dos artigos 15 a 17 da lei, mediante pagamento de uma contribuição proporcional ao seguro instituído, regulada pela tabela anexa à referida lei.
Art. 4.º – O Município, por sua vez, contribuirá para o Instituto:
a) na razão de cem por cento (100) das contribuições pagas por seus funcionários e operários, para os efeitos de pensão e aposentadoria (art. 8.º da lei);
b) na razão de cinqüenta por cento (50%) do total arrecadado aos seus servidores facultativamente inscritos, para o efeito de pecúlio (art. 29 da lei).
Art. 5.º – A Prefeitura remeterá, até o dia 15 do mês seguinte ao vencido diretamente ao Instituto ou estabelecimento que indicar na forma da lei:
a) o produto das arrecadações que fizer, acompanhado da relação nominal dos contribuintes e das respectivas importâncias descontadas ou recebidas;
b) a importância apurada da contribuição do Município, de que trata o artigo 4.º supra.
Art. 6.º – Serão incluídas nos orçamentos do Município as necessárias dotações para ocorrer ao pagamento das contribuições referidas na letra “b” do artigo antecedente.
Parágrafo único – Para atender, em 1946, à despesa dêste artigo, serão abertos, oportunamente, os necessários créditos.
Art. 7.º – A obrigatoriedade de inscrição exonera o funcionário municipal do ônus de contribuição para qualquer outro instituto ou associação de beneficêcia existente em virtude, exceto para pagamento de dívidas pessoais já averbadas (art. 166 da lei).
Art. 8.º – O desconto em fôlha das contribuições obrigatórias, de que trata o art. 3.º dêste Decreto-lei, terá início por ocasião do pagamento das remunerações ou vencimentos relativos ao mês subsequente ao da publicação dêste Decreto-lei.
Art. 9.º – O funcionário que completar cinqüoenta (50) anos até 31 de dezembro de 1945, fica isento da inscrição e contribuição obrigatória, nos têrmos do art. 169 da lei que rege a matéria.
Art. 10.º – E’ facultado, nos têrmos do art. 171 da lei, aos funcionários municipais em exercício, com mais de 50 e menos de 60 anos de idade, uma vez que o requeiram até cento e oitenta (180) dias desta lei, inscrever-se como contribuintes a fim de instituir pensão em benefício de sua família. A pensão assim instituída fica sujeita ao mesmo regime e tabela da pensão obrigatória.
Parágrafo único – Da faculdade transitória de que trata êste artigo, estão excluídos os servidores mencionados no parágrafo único do art. 1.º dêste Decreto-lei.
Art. 11.º – Ficam isentos da contribuição obrigatória para o Instituto os operários e empregados dos serviços industriais do município já inscritos como sócios da Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Serviços Públicos do Estado de Minas Gerais, criada por lei federal, enquanto não fôr alterado o regime de inscrição na mesma lei instituído.
Art. 12.º – O presente Decreto-lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições me contrário.
Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, 1.º de agosto de 1946.
JOÃO TAVARES CORRÊA BERALDO
Luiz Martins Soares