Decreto nº 1.080, de 21/03/1938

Texto Original

Autoriza, a título provisório, o cidadão brasileiro Pedro José de Azevedo pesquisar jazida de minério de manganês nos terrenos denominados “Cachoeira”, situados no Castro, distrito da Serra da Camapuã, município e comarca de Entre Rios, deste Estado.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, usando da atribuição que lhe confere o art. 181, da Constituição Federal e tendo em vista o Decreto-Lei federal nº 66, de 14 de dezembro de 1937, que revigora o Decreto federal nº 371, de 8 de outubro de 1935,

DECRETA:

Art. 1º – Fica autorizado o cidadão brasileiro Pedro José de Azevedo a pesquisar jazida de minério de manganês em uma área de trinta (30) hectares, área está localizada nos terrenos denominados Cachoeira", situados no Castro, distrito da Serra do Camapuan, município e comarca de Entre Rios, deste Estado, confrontando com terrenos da viúva Francisco Pedro da Cruz, herdeiros de Cassiano Severino de Araújo e do autorizado, mediante as seguintes condições:

I – O título da autorização de pesquisa, que será uma via autêntica deste decreto, na forma do § 4º do art. 18 do Código de Minas, será pessoal e somente transmissível nos casos previstos no nº I do art. 19 do referido Código;

II – esta autorização vigorará por dois (2) anos, podendo ser renovada, na conformidade do disposto no art. 20 do Código de Minas e o campo da pesquisa e o indicado neste artigo, não podendo exceder à área no mesmo marcada;

III – a pesquisa seguirá um plano preestabelecido, que será organizado pelo autorizado e submetido à aprovação do Governo, ouvido o Serviço da Produção Mineral;

IV – O Governo fiscalizará a execução do plano de que trata o número anterior, podendo mesmo alterá-lo para melhor orientação da marcha dos trabalhos;

V – na conclusão dos trabalhos de pesquisa, sem prejuízo de quaisquer informações pedidas pelo Governo no curso deles, o autorizado deverá apresentar à Secretaria da Agricultura um relatório circunstanciado, acompanhado de perfis geológicos e plantas, em tela e cópia, onde sejam indicados com exatidão os cortes que se houverem feito no terreno, o máximo da profundidade que houverem atingido os trabalhos de pesquisa, a inclinação e direção do vieiro ou depósito que Se Houver descoberto, reserva aproximada do mesmo, bem como outros esclarecimentos, que se tornarem necessários para o reconhecimento e apreciação da jazida;

VI – do manganês extraído, o autorizado somente poderá se utilizar, para análises e ensaios industriais, de quantidades que não excedam a dez (10) toneladas, na conformidade do disposto na tabela constante do art. 3.º do Decreto nº 585, de 14 de janeiro de 1936, só podendo dispor do mais, depois de iniciada a lavra;

VII – ficam ressalvados os direitos de terceiros, ressarcindo, o autorizado, danos e prejuízos que ocasionar a quem de direito, não respondendo o Governo pelas limitações que possam sobrevir ao título, da Oposição dos ditos direitos.

Art. 2º – Esta autorização será considerada abandonada, para o efeito do parágrafo único do art. 27 do Código de Minas, nas seguintes condições:

I – se o autorizado não iniciar os trabalhos de pesquisa dentro dos seis (6) meses, contados da data do registro a que alude o art. 4.º deste decreto;

II – se interromper os trabalhos de pesquisa, por igual espaço de tempo, salvo motivo de força maior, a juízo do Governo;

III – se não apresentar o plano dos trabalhos de pesquisa dentro dos três (3) Primeiros meses do prazo a que se refere o nº I, deste artigo;

IV – se, findo o prazo da autorização, prazo este que não excederá de dois (2) anos contados da data do registro a que alude o art. 4.º deste decreto sem ter sido renovado na forma do art. 20 do Código de Minas, não apresentar, dentro do prazo de trinta (30) dias, o relatório final, nas condições especificadas no n. V do artigo anterior.

Art. 3º – Se o autorizado infringir o nº I ou o nº VI, do art. 1º deste decreto, ou não se submeter às exigências da fiscalização, será anulada esta autorização, na forma do art. 28 do Código de Minas.

Art. 4º – O título a que alude o nº I do art. 1º, pagará de selo a quantia de cem mil réis (100$000), e só será válido, depois de transcrito no registro competente a cargo do Serviço do Fomento da Produção Mineral, do Ministério da Agricultura, corno preceitua o § 1º do art. 81 do Código de Minas.

Art. 5.º Revogam-se as disposições em contrário.

Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 21 de março de 1938.

BENEDITO VALADARES RIBEIRO

Israel Pinheiro da Silva