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Solenidade na ALMG destaca o legado de Candido Portinari

Filho do pintor, João Candido Portinari, é homenageado com o título de cidadão honorário de Minas Gerais.

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O legado do pintor Candido Portinari foi celebrado durante a Reunião Especial de Plenário realizada na segunda-feira (2/12/24) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Durante a solenidade, o filho do artista, João Candido Portinari, recebeu o título de cidadão honorário do Estado.

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Candido Portinari é considerado um dos maiores nomes da pintura nacional, com obras de temática social e traços expressionistas e cubistas. Entre seus trabalhos mais importantes, estão os painéis “Guerra” e “Paz”, projetados para a sede da Organização das Nações Unidas em Nova York (EUA). Também são de sua autoria os painéis da Igreja de São Francisco, marco da arquitetura modernista localizado na Pampulha, em Belo Horizonte. 

Único filho de Candido Portinari, João Candido fundou em 1979 o Projeto Portinari, dedicado a resgatar e popularizar a obra de seu pai. O presidente da ALMG, deputado Tadeu Leite (MDB), que solicitou a realização da Reunião Especial, destacou a relevância desse trabalho. “No início do projeto, a obra do grande pintor estava sendo praticamente ignorada, e foi o excelente trabalho de João Candido que ajudou a recuperá-la”, afirmou.

O parlamentar também lembrou a importância do painel “Tiradentes”, que Portinari pintou para o Colégio Cataguases, projetado por Oscar Niemeyer na cidade da Zona da Mata e que hoje pode ser visto no Memorial da América Latina, em São Paulo. Uma réplica do painel está exposta em frente ao Salão Nobre da ALMG.

A vida e a obra de Candido Portinari e o trabalho de seu filho João Candido também foram ressaltados pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ela é autora do livro “Direitos de/para todos”, que resgata a importância da Declaração Universal dos Direitos Humanos e tem ilustrações de Portinari.

“O retrato emocionante e engajado do povo e da alma brasileira, brotado das mãos vigorosas e dos ideais profundos expostos na obra de Candido Portinari, alastra-se ainda agora como um cafezal fecundo de grãos de humanidade florescidos pela ação única de João Portinari", afirmou a ministra.

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A solenidade marcou também o lançamento da série de selos institucionais dos Correios que destaca quatro obras desaparecidas de Portinari: “Grupo de mulheres”, de 1937; “Namorados”, de 1940; “Baiana com crianças”, de 1940; e “Lampião e Maria Bonita”, de 1947. A obliteração dos selos foi feita pelo presidente da ALMG, deputado Tadeu Leite; pela ministra Cármen Lúcia; e por João Candido Portinari.

Nada resiste à mão pintora

João Candido Portinari agradeceu a homenagem e disse que Minas Gerais ocupa um lugar especial em seu coração. Ele lembrou a exposição dos painéis “Guerra” e “Paz” em Belo Horizonte em 2013. As duas obras, com 14 metros de altura e pesando ao todo duas toneladas, foram expostas no Cine Theatro Brasil, com grande sucesso de público. “Como esquecer a alegria e o encantamento das crianças que visitaram a exposição?”, rememorou.

Para relembrar a temática social do trabalho de Portinari, João Candido exibiu versos do poema "A mão", que Carlos Drummond de Andrade dedicou ao pintor no dia de sua morte: 6 de fevereiro de 1962.

Entre o cafezal e o sonho, o garoto pinta uma estrela dourada na parede da capela, e nada mais resiste à mão pintora. A mão cresce e pinta o que não é para ser pintado, mas sofrido”, escreveu o poeta itabirano em homenagem ao amigo, que morreu vítima de intoxicação por chumbo, metal presente nas tintas que utilizava para pintar.

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Reunião Especial - entrega do título de Cidadão Honorário a João Candido Portinari
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Filho único do pintor Candido Portinari, o carioca João Candido Portinari foi homenageado em reunião solicitada pelo presidente da Assembleia, deputado Tadeu Leite TV Assembleia
"Em tempos de torpezas incompreensíveis, violências verbais e físicas sem causa ou motivo, de agressões ferozes e brutalidades antissociais, a distinta polidez de João Portinari é modelo tão raro quanto necessário."
Cármen Lúcia
Ministra do STF

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