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Situação precária de escola de artes segue sem solução

Secretaria enviou representantes para responder questionamentos, mas presentes não consideraram respostas satisfatórias.

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Os três representantes da Secretaria de Educação que compareceram à audiência pública sobre o Centro Interescolar de Cultura, Arte, Linguagens e Tecnologias (Cicalt) repetiram as mesmas justificativas de reuniões anteriores sobre os problemas denunciados por estudantes e professores. Eles se comprometeram, porém, a buscar respostas mais específicas para as questões colocadas.

A reunião foi realizada na manhã desta quarta-feira (1/10/25) pela Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Localizada no Complexo Plug Minas, o Cicalt é a única escola técnica estadual com formação em artes. São sete cursos: teatro, dança, canto, instrumentos musicais, artes circenses e figurino cênico.

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Uma das principais denúncias apresentadas diz respeito à não abertura de novas turmas em três dos cursos. Representante da Secretaria de Educação, Reginaldo Guirlanda disse que a pasta está em processo de organização do fluxo escolar para 2026. O cadastro escolar será aberto ainda em outubro e as novas vagas e turmas serão disponibilizadas, segundo ele, de acordo com a demanda.

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A alegação de que a abertura de vagas depende da demanda, porém, foi questionada pela comunidade escolar. A aluna Gabriela Veloso de Oliveira, do Movimento Cicalt Vivo, disse que a secretaria tem afastado as pessoas dos cursos. A primeira estratégia foi cortar os auxílios para transporte e almoço dos estudantes em 2019.

De acordo com a convidada, naquele ano, apenas 200 dos 500 alunos matriculados conseguiram terminar os cursos. “Não basta oferecer a política, é preciso garantir formas de acesso”, disse. A segunda estratégia que Gabriela de Oliveira indica como causa da falta de matrículas é a ausência de divulgação, por parte da secretaria, dos cursos oferecidos pelo Cicalt.

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Para comprovar que há interesse nos cursos oferecidos, a direção da escola chegou a divulgar um formulário online para ser preenchido por interessados. Gabriela de Oliveira disse que foram 2 mil respostas, mas a secretaria disse que a demanda deveria ser medida apenas entre moradores da Zona Leste da Capital, onde está localizada a escola.

Mesmo questionando que não caberia restringir o acesso por região, dada a especificidade dos cursos oferecidos, foi feito o filtro. Ainda assim, 400 dos interessados eram da Região Leste. Desses, segundo Gabriela de Oliveira, 87 compareceram pessoalmente ao Cicalt para assinar documento reiterando o interesse.

Para além desses apontamentos, vários convidados informaram que falta conhecimento do governo estadual sobre o funcionamento dos cursos de arte. Assim, a indicação de que seriam necessários pelo menos 25 alunos para a abertura de uma turma seria irreal, dado que as atividades demandam recursos, como instrumentos musicais ou equipamentos de circo, que não estão disponíveis em quantidades suficientes para turmas desse tamanho.

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Infraestrutura também tem problemas

Outro ponto levantado na audiência foi em relação à infraestrutura da escola. A deputada Lohanna (PV) lembrou de visita da comissão à instituição e mostrou um vídeo feito na ocasião. As imagens mostram janelas quebradas, elevadores de acessibilidade abandonados, áreas mofadas. Também foi salientada a inutilização de algumas salas com a justificativa oficial de risco estrutural.

Segundo Vítor Matoso, da Secretaria de Educação, desde 2020 já foram investidos R$ 5 milhões em manutenção do espaço e atualmente isso é responsabilidade da Fundação Helena Antipoff. O responsável pela fundação, Wanderson Cleres, afirmou, por sua vez, que as empresas para capina, iluminação e outras manutenções já estão contratadas e devem iniciar os trabalhos em outubro.

Vítor Matoso prometeu buscar na secretaria respostas sobre os problemas apresentados. Ele atribuiu a demora para resolver os problemas estruturais que interditaram salas, há cerca de cinco anos, à necessidade de nova licitação, tendo em vista o cancelamento de contrato com a empresa vencedora da licitação, que não realizou o trabalho devidamente.

Uma sala especificamente gerou questionamentos, porque tem um piso especial para dança e está interditada para as aulas. Porém, tem sido usada como depósito de livros. O representante da secretaria disse que, se o cômodo está interditado, não poderia estar em uso. Ele também se comprometeu a buscar mais informações específicas sobre o local.

As deputadas Ana Paula Siqueira (Rede) e Andréia de Jesus (PT) se uniram à deputada Lohanna para pedir mais investimentos no Cicalt. Andréia de Jesus lembrou que no último ano destinou R$ 600 mil de emenda parlamentar para custear passagens para estudantes, mas o Poder Executivo não aceitou por não haver regulamentação para uso de emendas em programas de transferência de renda.

Tópicos: Educação, Cultura
Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia - debate sobre o Cicalt

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Deputados cobram mais cursos e investimentos na estrutura do Cicalt TV Assembleia

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