Proteção do Parque Antônio Rosa, em São Tomé das Letras, motiva audiência
Área abriga Casa da Pirâmide, conhecida por seu misticismo e colocada à venda, apesar do interesse público.
A proteção do patrimônio ambiental e cultural compreendido pelo Parque Municipal Antônio Rosa e pela Pirâmide do Município de São Tomé das Letras (Sul de Minas) é o assunto de audiência pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta quarta-feira (17/9/25).
A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável se reúne às 16 horas no Auditório do andar SE do Palácio da Inconfidência, a pedido da deputada Beatriz Cerqueira (PT).
A parlamentar é autora do Projeto de Lei (PL) 2.653/24, que busca reconhecer como de relevante interesse cultural e patrimônio imaterial do Estado de Minas Gerais a Pirâmide, também chamada de Casa da Pirâmide. O monumento integra o Conjunto Paisagístico Parque Municipal Antônio Rosa, tombado pelo Município de São Tomé das Letras através do Decreto Municipal 041, de 2002, e pela Lei Municipal 774, de 1997.
De acordo com a justificativa do projeto de autoria de Beatriz Cerqueira, a Casa da Pirâmide é hoje o atrativo mais popular e visitado de São Tomé das Letras, devido ao misticismo que cerca o lugar. Localizada no alto da serra que contorna a cidade, a construção de forma piramidal possibilita uma visão 360° da região e a observação de diversas constelações à noite.
Pirâmide à venda
Segundo informações do Movimento Todos pela Água de São Tomé das Letras, que participa da audiência nesta quinta-feira (17), a área de 5.000 m² em que foi construída a Casa da Pirâmide foi doada há muitas décadas pela Prefeitura a Tomé Galvão, que, por sua vez, repassou a propriedade ao médico Cézar Augusto Bezane. Foi ele quem iniciou a construção da Pirâmide na década de 1970.
Até os dias de hoje, o imóvel da Pirâmide é de propriedade particular. No entanto, o seu uso é coletivo e o acesso ao monumento por turistas e pela população é livre. Apesar de sua relevância, desde o ano de 2021 a Pirâmide foi colocada e permanece à venda, gerando grande indignação e mobilização contrária entre os moradores.
Nesse sentido, circula uma petição eletrônica assinada por mais de 1.400 pessoas até o momento, que solicita ao poder público municipal a desapropriação da área.
A audiência pública na ALMG tratará do assunto com a participação de representantes do Ministério Público de Minas Gerais, da Prefeitura e da Câmara Municipal de São Tomé das Letras. Estão confirmadas ainda as presenças de membros da Associação Socioambiental Água é Vida, do Movimento Todos pela Água e da historiadora Carla Alfonsina D’Auria.

