A atuação da mineradora Ferro+ em Congonhas (Região Central) será debatida pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quarta-feira (24/9/25). A reunião será realizada no Auditório José Alencar, a partir das 16 horas.

O requerimento da audiência é de autoria da deputada Beatriz Cerqueira (PT), preocupada com as ameaças ao patrimônio natural e cultural da comunidade do Pires. Foram convidados para o debate moradores de Congonhas e representantes da Ferro+ e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Há anos a ALMG acompanha os problemas enfrentados pelos moradores da comunidade do Pires. Em setembro de 2024, em visita realizada a Congonhas, os deputados da Comissão de Meio Ambiente constataram o comprometimento do abastecimento de água, a poluição do ar por pó de minério e rachaduras nas casas da comunidade, fundada há mais de 300 anos.

Agora os moradores do Pires se veem ameaçados pelo projeto de expansão das atividades da Ferro+. A empresa pretende ampliar a extração de minério de ferro em sua lavra a céu aberto, com disposição de rejeitos em pilhas e também em uma cava já existente e com o reaproveitamento do minério já depositado em pilhas.

Segundo o MAB, a área onde a empresa pretende operar fica a 120 metros de distância das casas da comunidade do Pires. Na audiência pública do processo de licenciamento ambiental realizada no dia 31 de julho, os moradores manifestaram preocupação com os impactos da atividade mineradora na água, no ar e na saúde da população atingida pelo empreendimento.

O MAB alega que a expansão das atividades da Ferro+ é uma ameaça à preservação da Serra do Pires, que compõe a paisagem do conjunto arquitetônico da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, onde ficam os Doze Profetas esculpidos por Aleijadinho. A descaracterização da paisagem natural poderia comprometer a proteção do sítio histórico, tombado como patrimônio cultural da humanidade.