Em reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada nesta quinta-feira (22/5/25), militantes libertários defenderam a redução da intervenção do Estado na economia e mais liberdade individual para os cidadãos. A reunião atendeu a pedido do deputado Caporezzo (PL).

Eles se inspiram no partido La Libertad Avanza, do presidente argentino Javier Milei, que vem fazendo reformas econômicas para combater a inflação no país vizinho. Os militantes do Liberdade Avança no Brasil defendem os mesmos princípios propalados pelo argentino, como corte de impostos e redução do tamanho do Estado. Eles também têm um discurso anticomunista e crítico aos partidos de esquerda.

O presidente nacional do movimento, Alexsandro Lucas dos Santos Nascimento, também se define como um “anarcocapitalista libertário” e reforçou que Milei é a grande referência política e intelectual do grupo. Ele disse que o Estado não é a solução para os problemas da sociedade, criticou a ideologia de esquerda e defendeu que é preciso conquistar a hegemonia nos meios acadêmicos.

“Somos superiores moralmente, intelectualmente, economicamente, esteticamente, em todos os aspectos. Por isso, vamos vencer. Porque enquanto eles são guiados por uma ideologia cega, nefasta, que, onde foi aplicada, só causou morte e destruição, nós somos guiados pela verdade”, disse.

Alexsandro exortou a união dos libertários com os conservadores e liberais para derrotar a esquerda e encerrou seu discurso parafraseando Milei: “Imposto é roubo, Estado é quadrilha, e sonegar... vocês já sabem. ¡Viva la libertad, carajo!”

O deputado Bruno Engler (PL) contou que foi à Argentina em duas ocasiões - no final de 2023, logo após a eleição de Milei, e no final de 2024 - e pôde constatar as transformações do país. Segundo ele, o país estava quebrado, com a moeda desvalorizada e a população empobrecida. Após um ano de governo Milei, a situação se inverteu, com a economia em recuperação e os argentinos novamente com poder de compra para fazer turismo no Brasil.

A defesa da liberdade individual dos cidadãos deu o tom do discurso do deputado Eduardo Azevedo (PL). Ele criticou os governos do PT por promoverem programas como o Bolsa Família. “Qual é a intenção da esquerda ao promover essas políticas públicas miseráveis? É formar massa de manobra, deixar as pessoas na zona de conforto e duvidarem do seu potencial de crescimento”, afirmou. Na sua opinião, o Estado deve reduzir impostos e enxugar a máquina pública para permitir o crescimento da economia e o aumento da renda da população.

Por sua vez, o deputado Caporezzo disse que a liberdade é o “direito mais sagrado” e criticou a prisão dos acusados de participarem dos atos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília. “A partir do momento em que a gente vê mais de mil pessoas sendo presas por acusação genérica, sem individualização de condutas, isso é rasgar todos os tratados de direitos humanos de que o Brasil é signatário”, afirmou.

O parlamentar ainda se posicionou favoravelmente ao fim das restrições ao porte de arma. No seu entendimento, os cidadãos devem ter o direito básico de proteger as próprias vidas. “Quem defende a liberdade tem que defender as armas de fogo para a população de bem”, disse.