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Julgamento de Bolsonaro pauta discursos no Plenário da ALMG

Deputados do PL defenderam o ex-presidente, enquanto parlamentares da esquerda destacaram a importância da atuação do STF.

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O julgamento do ex-presidente da República Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado pautou os discursos dos deputados durante a Reunião Ordinária de Plenário realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta terça-feira (2/9/25). Deputados do PL defenderam Bolsonaro, que foi criticado por parlamentares da esquerda.

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Para o deputado Eduardo Azevedo (PL), esta terça-feira (2), data em que começou o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), é um “dia trágico” para o Brasil. Isso porque, na sua avaliação, Bolsonaro está sendo julgado por um crime que não cometeu.

“Todos aqueles que se levantaram contra o sistema, para representar os interesses da população, foram cruelmente perseguidos. Foi assim com Tiradentes, foi assim com Jesus Cristo e agora tem sido com Jair Messias Bolsonaro”, lamentou.

O deputado Bruno Engler (PL) corroborou as palavras do colega de partido e chamou de farsa o julgamento no STF. Para o parlamentar, Bolsonaro é vítima de perseguição política porque, segundo ele, não teria dado ordens para um golpe de Estado. “Cadê os tanques nas ruas?”, questionou.

O parlamentar ainda criticou a atuação do STF. “O ministro Alexandre de Moraes deixou de exercer seu papel de juiz há muito tempo e se comporta como agente político vestindo toga”, afirmou. 

Para o deputado Caporezzo (PL), a Justiça está sendo mobilizada para ferir apenas um lado. “Esse julgamento não é apenas contra um homem, mas contra toda uma nação que ousou sonhar com um país livre dos velhos escândalos de corrupção petista”, avaliou.

Segundo o parlamentar, estaria havendo uma omissão das instituições em relação ao que ele considera como abusos cometidos pelo ministro Alexandre de Moraes. Ele reforçou o convite para manifestações na Avenida Paulista no próximo domingo (7). “Desistir do Brasil jamais será uma opção”, assegurou.

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Por sua vez, o deputado Sargento Rodrigues (PL) disse que esta segunda-feira (2) é o “dia da vergonha”. Ele criticou a mudança de entendimento sobre a prerrogativa de foro, que levou o julgamento de Bolsonaro ao STF, mesmo depois que ele deixou o cargo de presidente da República. 

Na avaliação do parlamentar, a manutenção de ações penais de ex-autoridades na Suprema Corte pode ocasionar diversos problemas, como a violação de garantias constitucionais e a supressão do duplo grau de jurisdição. “No Brasil destes tempos estranhos, vale tudo para perseguir, difamar, prender e destruir inimigos reais ou imaginários”, disse.

Esquerda lembra gravidade das acusações contra Bolsonaro

O contraponto foi feito por parlamentares de esquerda. A deputada Bella Gonçalves (Psol) lembrou que Bolsonaro é acusado de cinco crimes, que, somados, podem resultar em uma pena de 46 anos de prisão. 

Conforme destacou a parlamentar, ele está sendo julgado pelos crimes de tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

“É a primeira vez que um ex-presidente da República está sendo julgado pelo crime de golpe de Estado. É a primeira vez que nós temos vários generais de cinco estrelas sentados no banco dos réus de uma instituição tão respeitada como o STF”, ressaltou. 

O deputado Betão (PT) também frisou o ineditismo do julgamento de um ex-presidente da República e de oficiais das Forças Armadas por tentativa de golpe de Estado e rechaçou a possibilidade de anistia para eles. “Sem anistia! Cadeia para Bolsonaro e seus generais!”, defendeu.

Já o deputado Cristiano Silveira (PT) observou que, para haver golpe, não é necessário ter tiro, mas apoio institucional, como existiu em 1964. 

Ele recordou que, no caso atual, havia uma minuta de golpe e um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, além de um alerta militar para a prisão de Bolsonaro devido à prática criminosa. 

O parlamentar também lembrou os mais de 40 agentes de segurança feridos durante os ataques em Brasília, inclusive a policial agredida com uma barra de ferro. “Se eram velhinhas com Bíblia na mão, como elas conseguiram ferir policiais com tanta violência?”, questionou. 

Reunião Ordinária - tarde - análise de proposições

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Julgamento de Bolsonaro é tema de discursos no Plenário TV Assembleia

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