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Importância de políticas públicas para a capoeira será discutida

Comissão de Cultura ouve nesta quinta (4) mestres dessa arte, entidades que atuam no segmento, além da representação regional do Ministério da Cultura. 

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Com o objetivo de debater a capoeira e sua integração às políticas públicas, a Comissão de Cultura promove audiência pública nesta quinta-feira (4/9/25), às 10 horas, no Auditório do andar SE da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). 

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O autor do requerimento pela reunião é o deputado Luizinho (PT). De acordo com o parlamentar, a capoeira é uma prática milenar e possui presença marcante no estado, com uma rede cultural em 80% dos municípios mineiros. "Essa capilaridade mostra a força da capoeira como um ativo social e cultural que pode ser potencializado por meio de ações governamentais", ressalta. Para que isso se torne realidade, afirma ele, é crucial que a expressão artística seja efetivamente incorporada às políticas públicas.

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Na avaliação de Luizinho, é fundamental criar programas que ofereçam capacitação para mestres e contramestres da capoeira, assegurando a qualidade do ensino e a preservação do legado cultural.

Foram convidados para a audiência pública na ALMG mestres de capoeira e representantes de entidades que atuam nesse segmento, além da Representação Regional Minas Gerais do Ministério da Cultura.

Expressão cultural brasileira

Segundo o portal da Câmara dos Deputados, a capoeira é uma expressão artística brasileira que mistura esporte, luta, filosofia, dança e musicalidade. A prática pode ser observada nas chamadas rodas de capoeira, em que os praticantes se reúnem em um círculo e, ao centro, dois capoeiristas executam movimentos de ataque e defesa. As demais pessoas cantam e tocam instrumentos, com a música conduzindo o ritmo dos jogadores.

Ainda conforme o portal, no tempo em que o Brasil era colônia de Portugal, a capoeira surgiu como resposta à violência a que os escravizados eram submetidos. A partir de golpes e movimentos corporais ágeis, a luta permitia que eles se defendessem das brutais perseguições dos capitães do mato, cuja atribuição era capturar quem havia fugido.

Com o intuito de não levantarem suspeitas junto aos senhores de escravo (que proibiam qualquer tipo de esporte), os capoeiristas adaptaram os movimentos e adicionaram elementos coreográficos e musicais, camuflando seu verdadeiro significado. O texto do Parlamento acrescenta que, após a abolição da escravatura, a prática continuou sendo vista como subversiva e apenas em 1937 deixou de ser considerada criminosa pelo Código Penal Brasileiro.

Acredita-se que a origem do nome capoeira tenha relação com os locais onde o esporte era praticado: em campos abertos e sem vegetação. A técnica era também uma forma de preservar a cultura de origem e desenvolver laços entre os praticantes.

Reconhecimento mundial

Considerada atualmente umas das maiores manifestações culturais brasileiras, a capoeira é reconhecida mundialmente como prática que une esporte e arte. O que mais distingue a modalidade de outras lutas é a música, essencial para que o praticante seja considerado um capoeirista completo.

Cita o artigo da Câmara dos Deputados que, além dos movimentos corporais, os praticantes devem também saber tocar instrumentos de origem afro-brasileira como o atabaque, o agogô e o berimbau. Este último é o principal e também o mais famoso e mundialmente associado à capoeira. Há ainda diferentes tipos de toques, como o "toque de cavalaria", antes utilizado para avisar aos capoeiristas que a polícia estava se aproximando.

A importância da prática se mostra também pela celebração do Dia Mundial da Capoeira, comemorado anualmente em 5 de julho, e prevista na Convenção Internacional da Capoeira, documento que criou a Federação Internacional da modalidade. O objetivo é congregar as comunidades de capoeira pelo mundo e criar um organismo único de regulamentação do esporte.

Em 2014, continua o texto, a capoeira foi reconhecida como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Dessa forma, a tradição passou a ser vista como filosofia de mundo, buscando promover integração social entre as comunidades e salvaguardar a memória de resistência do povo vindo da África.

No Brasil, a roda de capoeira foi reconhecida em 2018 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Cultural Brasileiro. A conquista refletiu mais de oito décadas de combate contra o preconceito à prática.

“Precisamos de iniciativas que garantam o apoio e o financiamento a projetos sociais que utilizam a capoeira para tirar jovens da situação de vulnerabilidade.”
Luizinho
Dep. Luizinho

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