A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) visita as obras da linha 2 do metrô de Belo Horizonte nesta segunda-feira (24/11/25). A pedido da deputada Bella Gonçalves (Psol), a comissão vai verificar os impactos das obras para os vizinhos da via férrea. Às 14 horas, a comissão se reúne com esses moradores na Rua 4, nº 44, no Bairro Nova Gameleira.

A ampliação do metrô tem provocado transtornos para os moradores vizinhos da nova linha nos Bairros Nova Gameleira e Nova Cintra. Eles reclamam que ficaram de fora do acordo de indenização que permitiu a remoção das famílias que viviam às margens da via férrea. Com o avanço das obras, o grupo de 16 famílias convive com escombros das casas demolidas, tomados por lixo, mato e animais peçonhentos.

As famílias também reclamam da falta de sinalização e de isolamento do canteiro de obras. Uma moradora do Bairro Nova Cintra escorregou no entulho e perdeu a perna após ser atropelada por um trem de carga da MRS. Nem a empresa de logística nem a Metrô BH assumiram responsabilidade pelo acidente, conforme denúncia apresentada em reunião da Comissão de Direitos Humanos em julho deste ano.

A deputada Bella Gonçalves lamenta que as famílias estejam expostas a riscos e sejam obrigadas a conviver com os transtornos provocados pelas obras do metrô, como barulho, poeira e rachaduras nas casas. Ela defende que esse grupo remanescente seja incluído no acordo de indenização pactuado com os moradores removidos de suas casas. 

As obras da linha 2 do metrô de Belo Horizonte, que vai ligar a Nova Suíça ao Barreiro, tiveram início em setembro de 2024. O novo ramal terá pouco mais de 10 km de extensão e sete novas estações, com investimentos da ordem de R$ 3,7 bilhões. A nova linha deve entrar em operação em junho de 2028. Mas o trecho entre as estações Nova Suíça e Amazonas já estará operando em julho de 2026, segundo informações da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra).

A desapropriação dos imóveis para viabilizar a implantação da linha 2 do metrô foi formalizada em julho deste ano pelo Governo do Estado. São lotes e imóveis comerciais e residenciais localizados nos Bairros das Indústrias, Calafate, Gameleira, Vista Alegre, Nova Cintra e Dom Cabral. A Metrô BH, responsável pela execução do projeto, conduz os processos de desapropriação e pagamento das indenizações, sob supervisão da Seinfra.

Acordo realizado com 341 famílias em maio fixou montantes entre R$ 105 mil e R$ 346,9 mil, com diversas faixas que variam conforme as características de cada imóvel. As famílias também têm direito a quatro meses de aluguel social custeados pela Metrô BH, no valor de R$ 850 mensais, além de mudança sem custos e custeio de R$ 2,5 mil para um segundo carreto, ambos inclusos na proposta mínima de indenização.