A chuva deu uma trégua, a lua reapareceu cheia e brilhante e a Praça Carlos Chagas se encheu de gente para receber a 17ª edição da Cantata de Natal da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na noite desta quarta-feira (3/12/25). Cerca de 300 vozes emocionaram o público de mais de mil pessoas, no evento que se consolida como um dos principais do calendário de Natal da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur).

A edição de 2025 comemora os 190 anos do Parlamento Mineiro e os 36 anos da atual Constituição Estadual, também conhecida como “Constituição da Primavera”. Para acompanhar o festejo, a plateia ocupou as 600 cadeiras dispostas debaixo de uma cobertura e muitos se espalharam de pé pelo Largo das Bandeiras do Palácio da Inconfidência e ao longo da Praça da Assembleia. O show contou com a presença do presidente da Casa, deputado Tadeu Leite (MDB), e de vários outros parlamentares.

A programação foi composta por três blocos: músicas eruditas, canções tradicionais e populares de Natal e “canções do mundo”, com peças brasileiras e de outros países, entre elas duas africanas, que arrancaram longos aplausos.

O ponto alto do espetáculo foi a execução da música Umoja Tunaimba que, na língua banto suaíli, significa “cantamos unidos”. Ela foi a escolhida para atender ao pedido de bis no final, com uma apresentação performática do maestro Claude William.

Com direção musical e arranjos de orquestra dos maestros Guilherme Bragança e Leonardo Cunha, participaram da Cantata 16 corais e 10 regentes, todos voluntários que se uniram para celebrar a chegada do período natalino. O show contou com as participações especiais da Orquestra Opus, do cravista Antônio Carlos de Magalhães, da soprano Emanuelle Cardoso e da mezzo soprano Aline Perse. O show foi transmitido ao vivo pela TV Assembleia, pelo portal, pelo canal da ALMG no YouTube e pelo Facebook, bem como pela TV Horizonte.

Organizada desde 2007 pela Assembleia de Minas, a Cantata de Natal só ficou suspensa nos anos de 2020 e 2021 em função das medidas de isolamento da pandemia de covid-19. Antes do formato atual, o Parlamento mineiro já promovia eventos natalinos para a população desde 1999.

Público diverso, aprovação uníssona

A cantata da Assembleia reúne crianças, jovens, adultos e idosos, um público diverso, mas que tem uma opinião unânime. “Maravilhosa”, resume o professor aposentado Célio Márcio, que se define como um apaixonado pelo evento, que acompanha há anos. Em toda edição ele se desloca do Bairro Eldorado, em Contagem (Região Metropolitana de Belo Horizonte) para assistir ao espetáculo. “Devia ter mais apresentações durante o ano”, disse o amante de músicas natalinas.

O elogio usado por Célio foi repetido por muitos. Mikhaila Pereira exalta a programação também como “um momento de descontração e união para famílias”. Ela estava acompanhada da mãe Nísia Furtado, do marido, Rodrigo César Silveira e dos filhos Luiza, de 5 anos, e o estreante no passeio Guilherme, de apenas 1 ano. “Todo ano, todo mundo espera pela Cantata”.

Servidor da Gerência de Consultoria Temática (GCT), Carlos Mota tem uma relação antiga com a Cantata: assistiu pela primeira vez quando era estagiário na Casa e, mais tarde, já como servidor, chegou a cantar no coral em duas edições. Neste ano, prestigiou novamente o evento com a família.

Para ele, a Cantata tem um significado de ocupação do espaço público e de aproximação com a comunidade. “Eu gosto da Cantata como evento público, de ocupação da praça. As pessoas participam, é um momento da Assembleia aberta. Posso trazer os filhos e ouvir música de um jeito que a gente não tem oportunidade normalmente”, contou.

Ex-coralista que participou do evento entre 2018 e 2024, o músico e professor de taekwondo Marlon Henrique, 20 anos, veio dessa vez prestigiar os colegas e curtir o espetáculo da plateia. Ele foi cantor do Coral Jovem SESC.

“Amo essa magia de Natal”, disse o músico, que trouxe a amiga Leilane Fonseca, que, pela primeira vez, participou do evento. “Superou todas as minhas expectativas”, comemorou ela.

A programação também encantou a adolescente Alice Machado, 13 anos, que assiste à Cantata pela segunda vez. “São poucas as oportunidades de assistirmos ao vivo um espetáculo dessa natureza”, destacou a estudante.