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Caminhos de Saint-Hilaire podem valorizar riquezas naturais e culturais

Três rotas turísticas em homenagem ao naturalista francês foram discutidas em reunião.

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A transformação dos Caminhos de Saint-Hilaire em patrimônio histórico e cultural foi uma das demandas apresentadas em audiência pública nesta terça-feira (11/11/25). Os convidados falaram da relevância dos circuitos turísticos para preservação ambiental, valorização cultural e desenvolvimento sustentável.

A reunião da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) abordou três caminhos: na Serra do Espinhaço (Região Central), na Serra da Mantiqueira (Zona da Mata) e na Serra da Canastra (Centro-Oeste). Em comum, os trajetos têm o pertencimento às rotas percorridas pelo botânico naturalista francês Saint-Hilaire.

Botão

O botânico esteve no Brasil entre 1818 e 1822. Como explicou o presidente do Instituto Auguste de Saint-Hilaire, Luciano Amador Júnior, ele catalogou mais de 4 mil espécies botânicas e escreveu nove livros descrevendo as regiões, as pessoas e os costumes dos locais visitados. Quatro livros são só sobre Minas Gerais.

Luciano Amador Júnior destacou que Saint-Hilaire registrou, por exemplo, o modo de fazer do queijo artesanal mineiro. Ele falou das características naturais, com descrições, por exemplo, da Cachoeira Casca d’Anta, e mapeamento de centenas de plantas endêmicas. Além disso, falou dos costumes do povo local.

Ao apresentar a proposta do Caminho de Saint-Hilaire na Serra do Espinhaço, o convidado explicou que o trajeto seria de cerca de 200 quilômetros e atravessaria 4 unidades de conservação que guardam tanto mata atlântica quanto cerrado. Há também 15 comunidades tradicionais no caminho, regiões produtoras de queijo e potencial para turismo religioso.

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Segundo o presidente do instituto, embora ainda não esteja consolidado, o Caminho de Saint-Hilaire já tem recebido ecoturistas e alguns produtos turísticos já estão sendo criados, como o vinho August, em referência ao naturalista que dá nome ao caminho. Ainda são necessários investimentos, por exemplo, para finalizar a sinalização da rota turística.

Entusiasta das contribuições de Saint-Hilaire para o conhecimento do território e da cultura mineira, o coordenador da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, Miguel Ângelo Andrade, resumiu a importância dos caminhos.

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Prefeitos da região também estiveram presentes e falaram sobre a importância da consolidação das rotas para a valorização das culturas locais e a promoção do turismo. “O caminho vai potencializar a nossa região”, disse Danilo Cléssio Ferreira, prefeito de Alvorada de Minas.

Além disso, o promotor Bergson Guimarães destacou que os caminhos podem ajudar a construir soluções para problemas vividos por comunidades que estão nos trajetos e têm sido pressionadas por processos de ocupação, destruição ambiental e ataques culturais.

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Saint-Hilarie já faz parte dos roteiros mineiros

Os presentes também destacaram que Saint-Hilaire já é homenageado nas regiões que compõem os roteiros turísticos propostos. Há estradas na Serra do Espinhaço que levam o nome do naturalista, bem como rotas de queijos na Serra da Canastra e citações sobre o francês em museus e casas de cultura.

O presidente da Instância Regional de Governança em Turismo Serras de Ibitipoca, Paulo Sérgio de Oliveira, deu como exemplo o trecho dedicado a Saint-Hilarie no circuito histórico-cultural do Município de Rio Preto, com indicação do preservado prédio da prefeitura, no qual o francês se hospedou quando esteve na região.

Tendo isso em vista, para o presidente da União dos Empreendedores do Lago de Furnas, Thadeu Lessa de Alencar, a consolidação dos caminhos significa a construção de um produto turístico que dá unidade às trilhas e identidade aos trajetos. Ajuda, ainda, a contar e a valorizar a história do Estado.

Governo estadual indica apoio à iniciativa

Representantes do governo estadual também apoiaram a consolidação dos Caminhos de Saint-Hilaire. Eles destacaram que iniciativas já em curso na gestão estadual estão em consonância com a promoção dos itinerários. Assim, o representante do Secretaria de Cultura e Turismo, Thiago Vinícius Ferreira, apontou a política do turismo verde, de promoção das trilhas, e a política do turismo religioso.

Já o representante da Casa Civil, Igor Arnaldo de Azevedo, falou sobre a importância de se avançar em ações concretas, como a sinalização dos caminhos, que já estaria encaminhada no governo estadual, segundo ele. O convidado salientou que esforços serão direcionados para nacionalização e internacionalização das rotas.

O deputado Professor Cleiton (PV), autor do requerimento que deu origem à audiência, falou sobre a importância de se criarem canais de destinação de recursos públicos e privados para a consolidação dos caminhos. 

Tópicos: Cultura, Turismo
Comissão de Cultura - debate sobre o Caminho de Saint-Hilaire

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Caminho de Saint Hilaire pode ajudar na preservação da cultura e meio ambiente TV Assembleia
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“Não é só uma trilha, é um itinerário que a gente vive, é uma forma de educar sobre a história.”
Miguel Ângelo Andrade
Coordenador da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço

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