Artesãos expõem produtos traçados da palha de milho e do couro
Associação do Norte de Minas se destaca pela técnica ancestral; mostra fica na Galeria até sexta-feira (28).
Artesãos do Norte de Minas vão expor nesta semana, de segunda (24/11/25) a sexta-feira (28), na Galeria de Arte. Eles trazem produtos feitos a partir da técnica do trançado da palha de milho e do couro cru, um conhecimento ancestral dos quilombolas, que foi preservado. O grupo integra a Associação dos Artesãos de Santa Cruz de Chapada do Norte (Arca).
O público poderá apreciar e comprar tamboretes, cabideiros, quadros, bancos, bolsas, porta-joias, cestas e outros objetos de decoração e utensílios para o lar. A nova coleção de peças artesanais busca celebrar a história e os saberes dos artesãos, que desde a década de 1990 trabalham de forma associativa.
A palha é originada das plantações de milho da própria região, cujos grãos de sabugo apresentam diferentes cores com variações na textura e nas tonalidades. Da colheita surgem palhas naturalmente coloridas, mas há também peças tingidas com plantas e terra.
Já o couro cru, proveniente do abate bovino para a alimentação local, é um importante material na fabricação de objetos e de instrumentos musicais. Após ser tratado e cortado, a técnica do trançado é aplicada também ao couro, dando origem aos famosos tamboretes, um ícone do artesanato mineiro.
A Arca reúne artesãos residentes nas comunidades quilombolas Gravatá, Faceira e Poções, de Chapada do Norte, no Vale do Jequitinhonha. Localizado a 540 quilômetros de Belo Horizonte, o município tem o maior percentual de população negra de Minas Gerais, com 91% das pessoas se declarando pretas ou pardas (IBGE, 2010).