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Acidente nas obras da linha 2 do metrô pauta audiência nesta terça (8)

Comissão de Direitos Humanos vai cobrar segurança para moradores e responsabilidade de empresas, após mulher perder a perna em travessia da linha.

07/07/2025 - 09:37
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Debater direitos individuais e coletivos dos moradores atingidos pelas obras da linha 2 do metrô de Belo Horizonte é o objetivo da audiência pública que a Comissão de Direitos Humanos realiza nesta terça-feira (8/7/25), a partir das 10h30. O debate será no Auditório da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a requerimento da deputada Bella Gonçalves (Psol), que preside o colegiado.

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Segundo o requerimento, a audiência também abordará o acidente que vitimou Natalice Gomes da Silva, de 49 anos, no último dia 20 de junho. Ela foi atropelada por um trem após escorregar em entulhos supostamente da obra do metrô, quando atravessava os trilhos na altura do Bairro Nova Cintra, Região Oeste da Capital mineira.

A filha de Natalice, Jéssica Gomes da Silva, 33 anos, foi convidada para participar do debate e já confirmou presença. Segundo relatos publicados na Imprensa, Natalice sofreu fratura na coluna, traumatismo craniano e, posteriormente, teve uma das pernas amputadas no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII, onde foi socorrida, em virtude da gravidade dos ferimentos.

Jéssica relatou à Imprensa que a família vive bem próximo ao local das obras da linha 2 do metrô. Nas imediações, parte dos vizinhos já foram indenizados e removidos para viabilizar a ampliação dos trilhos. Contudo, o local das obras não estaria cercado e sequer sinalizado. O trem que atropelou a vítima é da empresa MRS Logística, enquanto a linha usada pela composição é da VLI Logística, do grupo Vale.

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Natalice já teve alta, mas a família teve que deixar a casa porque o local não tem a infraestrutura necessária para a recuperação. A solução encontrada foi a casa de um vizinho.

Família alega que empresas não prestaram auxílio 

Jéssica e as irmãs reclamam do desamparo em que a família vive após o acidente, já que estão sem trabalhar para cuidar da mãe e contando com a solidariedade de vizinhos. Procuradas pela família, as empresas envolvidas não teriam ainda prestado nenhuma assistência, segundo Jéssica.

Diante da falta de perspectivas, Jéssica procurou a Comissão de Direitos Humanos para pedir ajuda. No último dia 25/6, Bella Gonçalves foi ao local do acidente para fiscalizar as condições. Ela divulgou um vídeo em suas redes sociais questionando as condições do canteiro de obras, repleto de entulhos e bem próximo das casas.

A presidente da Comissão de Direitos Humanos relata que procurou a direção da MRS, que num primeiro momento teria se prontificado a prestar auxílio à família de Natalice, mas depois teria se arrependido.

Em nota à Imprensa, a MRS lamentou o acidente, mas destacou que o trem da empresa trafegava em ferrovia sob concessão de outra concessionária, se eximindo de responsabilidade sobre o caso.

A VLI, ainda por meio de nota, também lamentou o ocorrido e disse que a empresa sempre orienta a população a manter distância segura da chamada faixa de domínio. Segundo reforça, a travessia da linha deve ser feita somente em locais autorizados e devidamente sinalizados.

Por fim, a Metrô BH, em seu posicionamento à Imprensa, alegou que o acidente não estaria relacionado com a operação do trem de passageiros.

Para a reunião desta terça (8) foram convidados representantes da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Minas Gerais, Ministério Público, Defensoria Pública, Metrô BH, MRS Logística e VLI Logística.

Também foram chamados representantes de movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e lideranças da comunidade do Bairro Vista Alegre.

Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização - visita ao Metrô
“Estão fazendo a demolição das casas e o trem passando no meio da obra. Claro que ia dar problema. Dona Natalice perdeu a sua perna e teve que se arrastar para pedir socorro. A gente vê que aqui hoje não tem nenhuma segurança, nem para os funcionários que estão fazendo o trabalho nem para os moradores. É um descaso e um abandono total”.
Bella Gonçalves, em suas redes sociais
Dep. Bella Gonçalves, em suas redes sociais

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