PL PROJETO DE LEI 3165/2024
Projeto de Lei nº 3.165/2024
Dá denominação ao trecho de rodovia que especifica.
A Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais decreta:
Art. 1º – Fica denominado Elísio Batista Leite o trecho da Rodovia AMG-330 que nasce na Rodovia MG-50 e liga o Distrito de São José dos Salgados à sede do Município de Carmo do Cajuru.
Art. 2º – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Sala das Reuniões, 9 de dezembro de 2024.
João Magalhães (MDB), líder do Governo.
Justificação: A proposta de atribuir o nome de Elísio Batista Leite à Rodovia AMG-330, que nasce na Rodovia MG-050 para conectar o Distrito de São José dos Salgados à sede do Município de Carmo do Cajuru, significa, na realidade, uma homenagem a uma família que foi decisiva para a trajetória da cidade e do distrito. A maior parte dos descendentes da família Batista Leite reside, ainda hoje, em Salgados e Cajuru.
Elísio Batista Leite pertence à quinta geração de descendentes do Capitão João Baptista Leite, personagem relevante da história cajuruense que nasceu no ano de 1747 e faleceu em 26/4/1817, em sua fazenda no Marimbondo, no Município de Carmo do Cajuru, local onde viveu e se casou, em 1787, com Maria Joaquina Monteiro, deixando 17 filhos.
Capitão João Baptista Leite chegou a Carmo do Cajuru no século XVIII, no ciclo do ouro, e ali alicerçou a família Batista Leite, fundamental para a estruturação e para a consolidação social, econômica, jurídica e cultural da comunidade local, em razão de sua cultura avançada para a época.
Capitão Baptista é o tronco de todos os Batista Leite de Carmo do Cajuru, e Elísio Batista Leite, quinta geração da família, descende de seu filho Antônio Baptista Leite, nascido em 1793, em Carmo do Cajuru; de seu neto Capitão Antônio Baptista Leite Júnior, nascido em 1839, também no município; de seu bisneto Elísio Baptista Leite, de quem herdou o nome, nascido em 1861, e de seu trineto Joaquim Batista Leite, nascido em Carmo do Cajuru em 1896.
Elísio é fruto da união entre Joaquim Batista Leite (filho de Elísio Baptista Leite e Maria Marra de São José, oriundos de famílias respeitadas no município e região) e Maria José de Oliveira (filha de Canuto José Fernandes e Francisca Jacinta de Oliveira), professora modesta que, em 100 anos de vida dedicada, desempenhou papel de destaque na educação de sua época.
Elísio Batista Leite nasceu em 10/4/1920, em Carmo do Cajuru, onde se casou, em 10/4/1948 com Olímpia Guimarães Batista, também cajuruense. Foi um dos maiores e mais conhecidos jogadores de futebol da região nas décadas de 1930 e 1940. Fez carreira no Poder Judiciário (uma característica da família) como tabelião, na Comarca de Divinópolis, por quase 50 anos, onde se aposentou como escrivão da 1ª vara e recebeu todos os títulos honoríficos concedidos pelo município. Sua trajetória pessoal e profissional foi marcada pela seriedade, pelo acolhimento e pelo amparo, em especial em relação aos mais carentes, prestando serviços gratuitos, contribuindo no processo de fundação da Sociedade Vicentina em Carmo do Cajuru, atuando próximo a comunidades ligadas às tradições do congado e na restauração e manutenção da Igreja do Rosário, esteio da comunidade local, construída por seu bisavô.
Faleceu em 30/3/2013. Deixou seis filhos, oito netos, dois bisnetos e, entre seus descendentes, está Mila Batista Leite Corrêa da Costa, atual secretária de Estado adjunta de Governo de Minas Gerais. Ao homenagear Elísio Batista Leite, resgata-se a história de uma família extremamente relevante para o Município de Carmo do Cajuru e região, por tecer marcas também em Divinópolis, Santo Antônio do Monte e Luz e, seguindo a tradição, com vários membros no Poder Judiciário estadual e federal. Elísio Batista Leite alicerçou um imenso legado de doação, hombridade, respeito e cuidado.
Referência:
DIOMAR, Oswaldo. “Genealogia de Carmo do Cajuru”. 2004.
– Publicado, vai o projeto às Comissões de Justiça, para exame preliminar, e de Transporte, para deliberação, nos termos do art. 188, c/c o art. 103, inciso I, do Regimento Interno.