Projeto de Lei nº 1.329/2023

Dá denominação a trecho da Rodovia MGC-383, que liga a cidade de Piranguçu até a divisa do Estado de São Paulo.

A Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais decreta:

Art. 1º – Fica denominado “Engenheiro Benedito Rennó” o trecho da Rodovia MGC-383 que liga a cidade de Piranguçu até a divisa do Estado de São Paulo.

Art. 2º – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das Reuniões, 5 de setembro de 2023.

Duarte Bechir, 2º-vice-presidente (PSD).

Justificação: Esta proposição vem prestar justa homenagem ao senhor Benedito de Assis Pereira Rennó, nascido em 26 de abril de 1920 em Itajubá, filho do ex-prefeito de Itajubá,  Antônio Pereira Rennó, e de Amabília Carlini Rennó. Ele cresceu em uma família de seis irmãos. Seu percurso educacional teve início um pouco mais tarde, quando trabalhou como aprendiz de sapateiro. Posteriormente, ele se tornou professor de desenho no Colégio de Itajubá. 

Após um tempo, Benedito mudou-se para Belo Horizonte, onde trabalhou como desenhista na Secretaria de Obras durante o dia e lecionava à noite. Ele concluiu sua graduação em engenharia civil na Universidade Federal de Minas Gerais – Ufmg –, em 1947. Em seguida, assumiu a responsabilidade pela Superintendência da Secretaria de Obras com sede em Varginha, onde supervisionou a construção de diversas escolas, pontes e prédios públicos na região do Sul de Minas. 

Mais tarde, integrou o Departamento de Estradas de Rodagem – DER – de Minas Gerais durante o governo de Juscelino Kubitschek. Em 1951, Benedito retornou a Itajubá, onde desempenhou um papel crucial na abertura da BR-459 (Itajubá a Poços de Caldas; Itajubá-São Lourenço, Ouro Fino-Maria da Fé). Benedito Rennó foi responsável pela abertura de aproximadamente 500 quilômetros de estradas. 

Em 1959, Benedito iniciou seu trabalho em Ipatinga, na Usiminas, contribuindo para a construção de altos-fornos na siderúrgica. Em 1961, mudou-se para Santos/SP e aceitou uma proposta de trabalho na Copisa e, posteriormente, na DER S.A., onde teve a responsabilidade pela manutenção da Via Anchieta e participou da construção da Rodovia dos Imigrantes. Ele também teve experiência na construção civil da Siderúrgica Nacional de Volta Redonda e da Siderúrgica de Tubarão – ES. 

Benedito era casado com Amélia Rennó Pereira, natural de Itajubá, com quem compartilhou uma feliz relação de 61 anos e tiveram duas filhas: Maria Izabel Rennó Batista, que lhe deu três netos e reside em Vitória – ES, e Maria Goretti Rennó Troiani, que mora em Santos e lhe deu uma neta. 

Após se aposentar no início dos anos 1980, Benedito expressou o desejo de retornar a Itajubá. Lá, ele construiu um belo sítio em Capituba, no caminho para Piranguçu, que se tornou um ponto de encontro frequente para familiares e amigos ao longo de muitos anos, até seu falecimento em 15 de junho de 2019, aos 98 anos. 

“Tio Dito”, como era carinhosamente chamado, sempre foi uma pessoa ativa, dedicando-se a trabalhos em sua oficina e criando inovações. Sua habilidade inventiva lhe rendeu o apelido de “Professor Pardal” entre a família, devido às suas criações, a exemplo de uma máquina de picar laranja para o gado, um misturador de pó de café e até mesmo a produção de telhas a partir de garrafas PET, pelo qual recebeu um prêmio municipal da Secretaria do Meio Ambiente por seu aspecto ecológico. 

Benedito era apaixonado pelo seu trabalho, e frequentemente dizia que o que mais amava era estar em campo, construindo estradas e abrindo novos caminhos. Até o fim de sua vida, manteve-se lúcido, sempre cheio de planos e sonhos para a sua cidade natal.

Por tais predicados e por tudo que realizou em prol do bem comum, torna-se o senhor Benedito Rennó digno desta singela homenagem, motivo pelo qual solicito dos nobres pares a aprovação da presente proposição.

– Publicado, vai o projeto às Comissões de Justiça, para exame preliminar, e de Transporte, para deliberação, nos termos do art. 188, c/c o art. 103, inciso I, do Regimento Interno.