PL PROJETO DE LEI 2322/2020
Projeto de Lei nº 2.322/2020
Dá denominação a escola estadual de ensino médio localizada no Município de Montes Claros.
A Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais decreta:
Art. 1º – Fica denominada Escola Estadual Professora Maria Emília Silva Santos a escola estadual de ensino médio localizada na rua 45, nº 384, bairro Cidade Industrial, no município de Montes Claros.
Art. 2º – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Sala das Reuniões, 10 de dezembro de 2020.
Beatriz Cerqueira, Presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia (PT).
Justificação: A proposta tem por escopo dar a denominação de Escola Estadual Maria Emília Silva Santos à escola estadual de ensino médio situada na rua 45, nº 384, bairro Cidade Industrial, no município de Montes Claros.
Importante destacar que o pedido foi feito pelo Colegiado Escolar, tendo sido precedido de amplo processo de consulta, debate e escolha pela comunidade escolar. No dia 18/11/2019 foi realizada, nas dependências da instituição, reunião dos membros do Colegiado Escolar da Escola Estadual de Ensino Médio (369853), onde foi aprovada, por unanimidade, a proposta de denominação do estabelecimento de ensino com o nome de Professora Maria Emília Silva Santos (Ata nº 20/2019).
A indicação do nome para a escola sintetiza o sentimento de pertencimento e identidade dos pais, alunos e profissionais da educação à escola.
Maria Emília Silva Santos, professora, alfabetizadora e membro ativo de comunidade religiosa, nasceu em Montes Claros, MG, em 21 de setembro de 1952, e faleceu também em Montes Claros, MG, em 20 de março de 2003.
Filha de Júlio Martins dos Santos e Maria Aparecida da Silva, a terceira de cinco filhos, veio de família de origem simples, de mãe lavadeira e de pai carroceiro.
Perdeu a mãe ainda criança, por volta dos 5 anos de idade, indo junto com os irmãos morar com a avó, Dona Vitalina, conhecida carinhosamente, no Bairro Cintra, como "Dindinha".
Embora com todas as dificuldades oriundas da situação da vida sofrida e difícil da época, Maria Emília e seus irmãos foram criados com todo afeto e carinho pela avó. Dona Vitalina, sua avó lavadeira, com os netos ainda pequenos, não deixava faltar, para Maria Emília e seus irmãos, o alimento e os estudos, pois acreditava que a educação poderia fazer a diferença na vida dos netos.
Ainda muito jovens, Maria Emília e as outras filhas começaram a trabalhar, lavando roupas, passando, trabalhando em casa de famílias, sem deixarem de estudar, pois sempre tinham dentro de si que os estudos poderiam fazer a diferença na vida delas, como realmente fizeram anos depois.
Assim, Maria Emília Silva Santos se esforçou e se dedicou aos estudos, percorrendo distâncias longas para estudar, nunca deixando de conciliar os estudos com o trabalho.
Trabalhou lavando e passando roupas em casas de famílias além de ter sido funcionária de empresas privadas como a antiga Peugeot, trabalhando na linha de produção da fábrica, a qual se localizava na região do bairro Distrito Industrial.
Tornou-se professora primária após concluir, juntamente com sua irmã Maria Claret Martins, o curso normal na Escola Estadual Professor Plínio Ribeiro, a conhecida Escola Normal.
No ano de 1981, foi trabalhar na Escola Estadual Orlando Amador Melo, na comunidade de Bonança, distrito de Varzelândia - MG, região que não disponha de condições acessíveis para locomoção, pois, como não havia linhas de ônibus que chegassem ao local, era preciso caminhar por alguns quilômetros.
Nessas escolas, Maria Emília atuou nas séries iniciais do ensino fundamental como alfabetizadora e também com séries multisseriadas.
Atuou também como agente em Pastoral da Igreja Católica na catequização de crianças, jovens e adultos, em celebração de Culto Dominical e em preparação para os sacramentos da igreja.
No ano de 1987, retornou para a cidade de Montes Claros - MG, onde atuou na Escola Estadual da Vila Sion, no bairro Alto da Boa Vista, conhecida hoje como Escola Estadual Salvador Filpi, sendo esta escola, na época, uma casa antiga, à beira da BR-135, próximo à ponte branca, afastada do centro, onde muitos alunos tinham aulas debaixo de árvores.
No ano de 1990, atuou, por mais de 15 anos, na Escola Estadual Levi Durães Peres como professora primária, trabalhando também com Ensino Religioso no ensino fundamental, do 5º ao 8º ano. Maria Emília, por fim, encerrou suas atividades na Escola Estadual Mario Tourinho.
Já fora do âmbito escolar, manteve-se presente na vida da comunidade local, situada no Bairro Cintra e adjacências, com atividades ligadas a visitas, catequização, oficinas de oração, círculos bíblicos, participação em grupos religiosos como a Legião de Maria, visitas domiciliares aos doentes, sem nunca esquecer do serviço ao próximo, sempre disposta a ajudar e dar a mão a quem dela precisasse.
Concluiu, assim, o curso de Teologia, ofertado pela Diocese de Montes Claros para leigos (as).
Maria Emília Silva Santos teve história de superação, pois lutou com toda garra para exercer com maestria a função de professora na cidade de Montes Claros e na região do Norte de Minas Gerais.
Em decorrência de um câncer, deixou-nos precocemente, no ano de 2003, aos cinquenta e um anos de idade.
– Semelhante proposição foi apresentada anteriormente pelo deputado Tadeu Martins Leite. Anexe-se ao Projeto de Lei nº 1.335/2019, nos termos do § 2º do art. 173 do Regimento Interno.