PL PROJETO DE LEI 3582/2009

PROJETO DE LEI Nº 3.582/2009

Dá denominação à Escola Estadual do Bairro San Genaro, situada no Município de Ribeirão das Neves.

A Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais decreta:

Art. 1º - Fica denominada Escola Estadual Henrique de Souza Filho – Henfil – a Escola Estadual do Bairro San Genaro, situada no Município de Ribeirão das Neves.

Art. 2º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das Reuniões, 5 de agosto de 2009.

Gláucia Brandão

Justificação: A proposta para que seja denominado Escola Estadual Henrique de Souza Filho - Henfil - o estabelecimento de ensino situado no Bairro San Genaro, no Município de Ribeirão das Neves, foi aprovada por seu Colegiado em reunião realizada em 7/4/2009.

Natural de Ribeirão das Neves, Henfil nasceu em 1944 numa família modesta e cresceu na periferia de Belo Horizonte. Hemofílico como seus irmãos - o músico Francisco Mário e o sociólogo e líder político Herbert de Souza, o Betinho - passou a infância entre os cuidados com a saúde e as traquinagens típicas dos meninos mineiros.

Foi embalador de queijos, “boy” de agência de publicidade e jornalista, até especializar-se, no início da década de 1960, em ilustração e produção de histórias em quadrinhos. Estreou como chargista, aos 18 anos, na revista mineira “Alterosa” e, em 1965, começou a fazer caricatura política para o “Diário de Minas”.

Logo foi convidado a se mudar para o Rio de Janeiro, onde integraria a equipe do “Jornal dos Sports” e colaboraria com as revistas “Visão”, “Realidade”, “Placar” e “O Cruzeiro”, além do inovador suplemento “O Sol”. Em 1969, juntou-se aos fundadores do “Pasquim”, semanário que marcou época pelo jornalismo irreverente, e passou a publicar no “Jornal do Brasil”. Com a divulgação nesses veículos, seus personagens atingiram um grande nível de popularidade.

Em 1970, lançou a revista “Os Fradinhos”, com sua marca registrada: um desenho humorístico, crítico e satírico, com personagens tipicamente brasileiros e que retratavam as situações da época. Em 1972, lançou no “Jornal do Brasil” a série de histórias estreladas pelo cangaceiro Zeferino, pelo bode intelectual Orelana e pela zombeteira Graúna, hoje seus personagens mais conhecidos. Foi também colaborador regular de “O Globo”, “O Dia”, “A Notícia” e “O Estado de S. Paulo”.

Autor de nove livros, assinou durante sete anos uma coluna na revista “IstoÉ” e apresentou o quadro “TV Homem”, no programa “TV Mulher”, da Rede Globo. Escreveu ainda a peça “Revista do Henfil” e dirigiu o filme “Tanga – Deu no New York Times”.

Apesar de uma curta experiência como residente nos EUA, onde chegou a publicar os Fradinhos em jornais de língua inglesa, Henfil fez do Brasil e de seus problemas e contradições o grande tema de seus textos e desenhos. Mesmo nos anos mais difíceis do regime militar, foi um incansável crítico do autoritarismo nas suas colunas e charges. Defensor da democracia, engajou-se nos movimentos pela anistia aos presos políticos e pelas eleições diretas para Presidente.

Devido a uma transfusão de sangue em um hospital público, durante tratamento da hemofilia, contraiu o vírus da aids, vindo a falecer, em 1988, em decorrência da doença.

Na história dos quadrinhos brasileiros, Henfil renovou o desenho humorístico com seus personagens. Mas marcou sua passagem entre nós como uma das principais referências políticas de sua geração, pois teve atuação marcante nos movimentos políticos e sociais do País, lutando contra a ditadura, pela democratização, pela anistia aos presos políticos e pelas “diretas já”.

Em vista das razões expostas, contamos com o apoio dos nobres pares para a aprovação deste projeto de lei.

- Publicado, vai o projeto às Comissões de Justiça, para exame preliminar, e de Educação, para deliberação, nos termos do art. 188, c/c o art. 103, inciso I, do Regimento Interno.