DEPUTADO DOUTOR JEAN FREIRE (PT)
Declaração de Voto
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 20/11/2025
Página 81, Coluna 1
Indexação
76ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 18/11/2025
Palavras do deputado Doutor Jean Freire
O deputado Doutor Jean Freire – Sr. Presidente, gostaria de usar os poucos minutos que me restam – fiz isso ontem na Comissão de Constituição e Justiça – para registrar, aproveitando a TV Assembleia e as redes de comunicação da Assembleia, para que todos em Minas Gerais possam ouvir a fala da CEO da Sigma, que diz respeito ao nosso povo do Vale do Jequitinhonha. Uma fala preconceituosa em relação ao nosso povo, às nossas crianças, de alguém que extrai tanta riqueza de nós e, ainda assim, deixa lá o preconceito contra o nosso povo. (– Aproxima o celular do microfone para reprodução de áudio.) Ela ainda termina: “Olha que lindo, não é?”. Deputado Ricardo, nesta mesma tribuna, há poucos dias, essa senhora fazia um discurso recebendo o título de cidadã mineira e ousou dizendo que agora se sentia cidadã do Vale do Jequitinhonha, que agora ela poderia chamar Milton Nascimento de conterrâneo. Se eu não me engano, ela nasceu no Rio de Janeiro. Se eu não me engano, o Milton Nascimento nasceu no Rio de Janeiro. Ela poderia chamá-lo, durante toda a vida, de conterrâneo. Mas não dá para ouvir uma fala dessa e ficar calado. Há pouco tempo, ela dizia, deputado Ricardo, que o Rio Jequitinhonha era um esgoto a céu aberto. Dizia que, para minerar, ela precisou construir uma estação de tratamento de água, chamando o nosso rio de esgoto. Deveria tratar água para dar ao nosso povo. E diz que distribui caixas de água. Faltou dizer que são caixas de 1.000 litros para o nosso povo. Poderia falar das rachaduras na casa do nosso povo. Diz que construiu quatro escolas. Isso é uma mentira! Reformou duas escolas; uma delas fica a 100m, 200m da pilha de rejeitos. Reformou uma escola dando às nossas crianças, aos moradores poeira na mineração. Eu queria deixar a minha indignação e seria de bom tom que cada parlamentar desta casa, independentemente de ideologia política, fizesse o mesmo. O Vale do Jequitinhonha, a vida inteira, só é lembrado como “Vale da Miséria”, “Vale da Fome”, “Vale do Lítio”, como agora querem nos chamar. E o que ela fala não é verdade. Eu teria alguns documentos para mostrar, Sr. Presidente, para mostrar, por exemplo, que Araçuaí não está recebendo recurso advindo do imposto da mineração. Como eu só tive esse espaço de declaração de voto – hoje não houve oradores inscritos –, eu farei isso numa próxima reunião. Muito obrigado, Sr. Presidente.