63ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 1/10/2025

Palavras da deputada Leninha

A deputada Leninha – Eu queria cumprimentar os caros colegas deputados e cumprimentar aqueles que nos acompanham pelas redes sociais dos canais da Assembleia Legislativa. Eu me inscrevi para tratar de dois pontos nesta tarde. Ontem o deputado Leleco reportou bem, e hoje eu queria parabenizar o evento que foi muito importante para o Norte de Minas, na semana passada: II Seminário de Povos e Comunidades Tradicionais, que aconteceu na cidade de Januária, mas que reuniu mais de 22 municípios presentes nesse evento. É um evento muito importante não só do ponto de vista cultural, mas também do ponto de vista político. Eu não gosto de falar em povos invisibilizados. O sistema é que invisibilizou um povo, que é o povo quilombola, e que esse povo, há alguns anos, vem-se colocando de pé para lutar por seus direitos, para a manutenção da sua cultura, das suas crenças, dos seus ritos. Esse povo, articulado, tem feito grandes eventos não só no Norte de Minas, como em toda Minas Gerais e no Brasil. Esse seminário foi importante. O deputado Leleco Pimentel também esteve presente. Eu queria aproveitar e cumprimentar a Neusa, o Butula, o Jerry, a diretoria da associação Adiante. É uma associação que tem feito um trabalho muito importante naquela região. Primeiro, porque, quando a gente destina recursos de emenda para algum prefeito que não tem alinhamento ideológico com a gente, esse prefeito, às vezes, ou faz desdém, ou usa esse dinheiro para outra coisa. Quando a gente tem uma organização na ponta, que executa o nosso recurso público, a gente fica muito feliz. A Adiante tem sido uma parceira para a gente poder levar a nossa emenda parlamentar aos quilombos, às comunidades mais distantes dos municípios. Eu sempre falo que o recurso é público, que a emenda parlamentar do deputado não vem com carimbo, se é da esquerda, se é da direita. É recurso que vem do pagamento de impostos da população. É mais que justo que a gente retorne com esse recurso para fazer investimentos nas comunidades. A política sempre foi feita para que o recurso passasse pelas prefeituras, e a gente sabe da dificuldade que nós temos para fazer o recurso chegar lá na ponta, para que organizações do terceiro setor da sociedade civil possam executar também os recursos públicos. Havia mais de 600 pessoas nesse evento. A Codevasf é uma importante parceira também. Aproveito e cumprimento o superintendente Romeu, o Alex Demier, o Diego, a Cleonice, enfim, todos que fizeram esse evento acontecer. Nesse evento, foi discutida também a educação, os saberes da terra e a educação quilombola. É muito importante a manifestação da cultura, com muitos batuques, com muitos grupos fazendo lá também as suas apresentações. Segundo ponto. Eu esperei alguns dias para me pronunciar porque eu fui eleita presidenta estadual do PT de Minas Gerais. O PT é um partido diferente. Nós elegemos as nossas direções, nacional, estadual e municipal, através do que chamamos de PED, que é um Processo de Eleição Direta. Ou seja, é o único partido no Brasil em que o militante, filiado lá no município, vota no nosso presidente nacional, na presidência estadual e no seu município. É o único partido que, de fato, envolve uma militância. No Brasil, nós temos mais de 3 milhões de filiados. É um processo que a gente finalizou esta semana, com a composição da executiva. Por isso eu aproveito para agradecer, primeiro ao presidente que me antecedeu, ao deputado Cristiano Silveira. Ele veio até aqui, e agora nós vamos seguir juntos. Quero deixar um recado. Uns vêm aqui, a esta tribuna, para dizer que veio para destruir o PT, que o PT tem de acabar, mas eu queria dizer que o PT tem 45 anos. O PT é o maior partido da América Latina, construído hoje em mais de 700 municípios deste Estado, com eleições diretas, porque a democracia se faz na prática, e internamente nós temos praticado a democracia quando a gente faz a escolha dos nossos dirigentes. Quero lembrar que esse partido teve três mandatos do presidente Lula, um mandato e meio da nossa presidenta Dilma, que sofreu um golpe há pouco tempo. Estou dizendo que, da minha parte, nós não vamos ficar aqui discutindo ideologicamente pauta moralista, identitária. Nós queremos discutir a desigualdade social, a questão ambiental em tempos de mudanças climáticas. Queremos discutir um país justo, com distribuição de renda, com programas sociais que ajudem o nosso povo a ter mais dignidade e mais cidadania. Quero dizer que o nosso compromisso da prática da boa política aqui, nesta Casa, se estende também para a direção partidária, se estende também para o respeito àqueles que têm alinhamento ideológico diferente dos nossos. Nós seguiremos firmes para continuar sendo o partido mais forte deste País e da América Latina, construindo das bases até a direção nacional, enfrentando pautas muito importantes para a população brasileira, e, acima de tudo, fortalecendo a democracia, que permite que a gente tenha vários alinhamentos ideológicos, várias posições de leitura do mundo, do Brasil e da sociedade. Era esse o meu recado nesta tarde. Um abraço para todos vocês.