Pronunciamentos

DEPUTADO EDUARDO AZEVEDO (PL)

Discurso

Registra presença dos vereadores Rodrigo e Valdir Donizetti, do Município de Camanducaia, e parabeniza o vereador Rodrigo pelo projeto que autoriza o fornecimento de medidor de glicose para crianças e adolescentes com diabetes. Critica o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que considera político e injusto, e afirma que há perseguição a quem defende a liberdade no País. Comenta o caso do jovem Richard Bryan, vendedor de paçocas, que estaria sendo perseguido pelo Conselho Tutelar por empreender, e denuncia a inversão de valores no Brasil.
Reunião 54ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 04/09/2025
Página 64, Coluna 1
Aparteante Bruno Engler
Indexação

54ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 2/9/2025

Palavras do deputado Eduardo Azevedo

O deputado Eduardo Azevedo Boa tarde, Sr. Presidente; boa tarde, servidores da Casa e todas as pessoas que nos acompanham pela TV Assembleia. Antes de começar o nosso pronunciamento, gostaria de mencionar a presença de dois vereadores importantes da cidade de Camanducaia, Valdir Donizetti e Rodrigo, que estão ali em cima, no Plenário. São dois excelentes vereadores que fazem toda a diferença. De antemão, Rodrigo, como já havíamos conversado, quero te parabenizar pelo excelente projeto que você protocolou e já está apto ir a plenário na cidade de Camanducaia, que autoriza o Executivo municipal a fornecer medidor de glicose para crianças e adolescentes que possuem diabetes, doença difícil de lidar. Nós, como políticos, precisamos diminuir, cada vez mais, o sofrimento das pessoas. Você foi perfeito nesse projeto, fez até a previsão orçamentária, caso a prefeitura não disponha de recursos, e colocou a sua emenda à disposição. Nós também estamos colocando o nosso mandato à disposição, se precisar, para que esse projeto se torne realidade e venha fazer diferença na vida dos pais, das mães, das crianças e dos adolescentes de Camanducaia. Parabéns! É um prazer ter você aqui, no Plenário.

O dia 2 de setembro, como temos presenciado pela mídia, é o dia do julgamento que entra para a história. Se você analisar, hoje, no Brasil da inversão dos valores, para ser preso, basta ser honesto; para ser preso, basta ser uma pessoa íntegra; para ser preso, basta decidir manter os seus valores e princípios, cada vez mais, inegociáveis. O ciclo da história se repete, de forma sistemática, ao longo dos tempos. Todos aqueles que se levantaram contra o sistema, que se levantaram para fazer a diferença e que se levantaram para representar aquilo que é correto e os interesses da população foram cruelmente perseguidos, presos. Alguns até tiveram a sua vida tirada. Foi assim com Tiradentes, foi assim com o próprio Jesus Cristo – e todos nós sabemos –, e agora tem sido assim com Jair Messias Bolsonaro.

Eu falo para você que, de repente está aí, que não está nem aí para Lula, que não está nem aí para Bolsonaro, que não está nem aí para política e que não gosta da forma como Bolsonaro se expressa, pelo jeito turrão e sincero de falar as palavras. Mas me mostre, se, durante a condução do seu mandato – ele foi eleito em 2018 –, cujo início foi em 2019 e fim em 2022, houve sequer algum vestígio de corrupção, algum vestígio de qualquer coisa que tenha sido feita de forma ilícita por esse homem e por todo o seu governo.

Infelizmente, um dia trágico no Brasil. Todos nós já sabemos muito bem qual vai ser essa decisão, porque não se trata de um julgamento jurídico, mas de um julgamento político. Quando não conseguem ofuscar o brilho do ex-presidente, quando não conseguem fazer com que ele esteja inapto para disputar as eleições, fazem de tudo para desgastar a sua imagem, trazendo para si uma imagem de um criminoso – um cara que nunca fez o que realmente está passando agora, ou que haja mérito para isso. Infelizmente, ser honesto hoje no Brasil é ir na direção antagônica, contrária. É realmente abalar as estruturas de um sistema que está completamente corrupto e entregue às suas mazelas de corrupção.

Então fica aqui mais uma vez o nosso pronunciamento diante dessa triste situação em que o Brasil se encontra, onde vemos homens e mulheres direitos, íntegros e retos se levantarem para defender a liberdade do seu povo. Como disse o deputado Sargento Rodrigues, que me antecedeu, não existe democracia sem liberdade. E a liberdade do brasileiro tem sido tirada, a cada dia, de forma muito sorrateira e, às vezes, tentamos tapar o sol com a peneira ou até mesmo mostrar que não percebemos o que está acontecendo. Infelizmente, esse é o Brasil que persegue um homem que levantou para mudar a história do País e hoje está sendo julgado de forma injusta por aquilo que ele não cometeu.

Antes de conceder um aparte ao deputado Bruno Engler, gostaria de concluir e dizer que todos nós, especialmente aqueles que são de uma geração como a minha – e não dessa geração moderna –, começamos a trabalhar desde criança. A Bíblia fala que o trabalho dignifica o homem, mas no Brasil da inversão de valores, o trabalho não dignifica mais o homem. E por que eu estou falando isso? Estou falando do jovem Richard Bryan, vendedor de paçocas que tem feito a diferença. Um jovem adolescente de 14 anos que tem um sonho de ser empreendedor, que veio com a narrativa da paçoca ao Senado, que sonha em voar alto para o Brasil, que tem feito a diferença, mas que está sendo perseguido. E como ele disse, só no último mês ou nos últimos dias, por cinco vezes foi importunado pelo Conselho Tutelar por agir como um empreendedor. Infelizmente, hoje, no Brasil, se despontar, se destacar, ser empreendedor, se mostrar, ser diferente, trabalhar é errado. Mas, se esse jovem vendedor de paçocas, estivesse traficando, roubando ou matando, com certeza ele não seria perseguido. Esse é o Brasil em que nós vivemos.

Pergunto para você: como vai trazer dignidade para um adolescente? Como você vai trazer dignidade para um jovem, se ele não trabalhar, sendo que o trabalho dignifica o homem? Óbvio que tem que ter tempo para a escola, mas, quando você consegue conciliar todas as coisas, há tempo para a escola e há tempo para o trabalho. No Brasil da inversão de valores, um jovem adolescente, que quer ser empreendedor, é perseguido, mas, se esse jovem estivesse fazendo aqui o que é ilícito, ele estaria sendo simplesmente aplaudido por essa sociedade pós-moderna e contemporânea.

O deputado Bruno Engler (em aparte) – Obrigado, deputado Eduardo Azevedo.

Primeiramente quero cumprimentar V. Exa. pelo brilhante discurso e corroborar, de fato, as suas palavras. É um momento muito complicado que a gente vive aqui em nosso país. Realmente é assustador.

Hoje começou o circo, a farsa do julgamento da tentativa de golpe que não existiu. Julgamento esse que começou com o discurso político de Alexandre de Moraes, que já deixou de exercer o seu papel de juiz há muito tempo e se comporta como agente político, vestindo toga. E assim o fez com o seu discurso de abertura. Mas o pior de tudo não é isso. Quero trazer aqui a fala do procurador-geral da República, o Sr. Paulo Gonet. (– Aproxima o celular do microfone para reprodução de áudio.) Para que a tentativa de golpe se consolide, não é necessário que haja ordem assinada pelo presidente da República. Sabe por que o PGR fala isso? Porque não tem ordem do presidente Bolsonaro para que se dê golpe de Estado. Porque isso é mentira, é uma perseguição política. Então, como ele não tem prova, como ele não tem ordem, diz que a ordem não se faz necessária. Depois do golpe de Estado sem armas praticado por velhinhas, senhoras que rezavam na porta do quartel; praticado por uma mãe que riscou uma estátua com batom; agora temos o comandante sem comando, aquele que coordena a operação golpista sem dar ordem. Ora, como você pode ser apontado como líder de organização se não deu ordem alguma? Fica cada vez mais clara a farsa que é este julgamento. Quando você olha para o que de fato aconteceu, percebe que não houve tentativa de golpe nenhuma. O presidente Bolsonaro, enquanto presidente da República, nada fez para que houvesse golpe de Estado. Pelo contrário, ele nomeou os comandantes das Forças Armadas que o Lula pediu. Ele se ausentou do País e foi aos Estados Unidos. E vocês querem que a gente acredite que, depois de deixar o poder e indicar os comandantes das Forças Armadas que o seu sucessor apontou, ele tentou um golpe de Estado no dia 8 de janeiro, um golpe sem armas, e para o qual ele não deu ordem.

Piada, vergonha, teatro. O mundo e a história observarão os absurdos praticados por Alexandre de Moraes e seus comparsas. Muito obrigado, Eduardo.

O deputado Eduardo Azevedo – Obrigado pelas palavras, deputado Bruno Engler.

Enquanto aqueles sorriem e festejam o circo que está sendo feito lá em Brasília, em cima de um homem inocente, e uma tentativa de um suposto golpe que nunca existiu, os ladrões, os vagabundos, os corruptos, que sempre roubaram e destruíram o Brasil, continuam vivendo a sua vida livre, leve e solta. Infelizmente o Brasil virou um circo. É uma repulsa tudo isto que está acontecendo no âmbito da nossa liberdade. Falam em defender a democracia, mas lembrem-se: não existe democracia sem liberdade. Hoje é com o Bolsonaro, mas amanhã pode ser comigo, pode ser com o deputado Bruno Engler, pode ser com o deputado Caporezzo, e pode ser com você também. Infelizmente a perseguição está aí, só não vê quem não quer. Obrigado, presidente.

O presidente (deputado Bruno Engler) – Obrigado, deputado Eduardo Azevedo.