Pronunciamentos

DEPUTADO CRISTIANO SILVEIRA (PT)

Discurso

Manifesta posição contrária ao Projeto de Lei nº 2.127/2024, do governador do Estado, que institui o Serviço Social Autônomo de Gestão Hospitalar.
Reunião 51ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 22/08/2025
Página 85, Coluna 1
Aparteante LUCAS LASMAR
Indexação
Proposições citadas PL 2127 de 2024

51ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 20/8/2025

Palavras do deputado Cristiano Silveira

O deputado Cristiano Silveira – Presidente, nobres colegas, público que nos acompanha. Mais uma vez, quero cumprimentar os trabalhadores e as trabalhadoras da saúde, os nossos servidores. Eles estão na linha de frente do atendimento à nossa população, ao povo de Minas Gerais, mas – de maneira incompreendida ou até compreendida, de forma proposital – são atacados pelo governador Romeu Zema, que, como já dissemos muitas vezes, não entende o que é serviço público. Ele não entende a finalidade do serviço público e trata o Estado de Minas Gerais e o governo como se fossem suas lojas de eletrodomésticos. Na sua visão, o Estado tem que dar lucro. Ele não entende que o resultado do poder público, do serviço público, são os nossos indicadores e a nossa assistência. O resultado do poder público é o cuidar do povo de Minas Gerais, que é a razão de estarmos aqui, de estarmos na política.

Como todos vocês sabem, o governador Zema não tem o menor apreço pelo servidor. Ele não tem o menor apreço. Vamos lembrar que, na época da pandemia… Saímos de uma condição grave, de uma crise grave: o período da pandemia. Quem estava na linha de frente eram os nossos trabalhadores da saúde, que, naquele momento, eram celebrados como heróis que colocavam a própria vida em risco para poder cuidar da saúde do povo de Minas Gerais.

Agora se esquecem e trazem para esta Casa uma proposta que impacta a vida do servidor e impacta, além de tudo, a vida de cada mineiro e de cada mineira que precisam de um serviço de qualidade. Então, deputado Lucas Lasmar, nós, do Bloco Democracia e Luta e do bloco de oposição, estamos em processo de obstrução dessa matéria e vamos fazer o enfrentamento necessário para garantir que os nossos servidores sejam respeitados e que a saúde do povo de Minas Gerais esteja como prioridade, ainda que contra esse governo que está.

O deputado Lucas Lasmar (em aparte) – Obrigado, deputado Cristiano, pelo aparte. Gostaria de cumprimentar todos que estão pela Asthemg e cumprimentar os servidores da Fhemig, em nome do Carlos, presidente desse sindicato tão importante! Eu queria deixar registrado um fato sobre o governo que temos que reconhecer. Ele prometeu boa gestão e não está dando conta de administrar a Fhemig. Ele está fechando, diminuindo o hospital sob o pretexto de melhorar a assistência. Mas quem está tomando essa decisão não está indo ver os corredores do João XXIII, nem está indo visitar paciente no Júlia Kubitschek, no Odilon Behrens e no João Paulo II. Aliás, agora nós estamos sabendo que estão tentando tirar tudo que está lá dentro para mandar para o João XXIII.

Nós vamos estar aqui para buscar a defesa da Fhemig, a defesa dos servidores da Fhemig. O que o governo quer é mudar a modelagem de gestão: não fazer mais concurso público para que possa fazer indicações para os cargos políticos que quiser. Da mesma forma, poder indicar os médicos e os enfermeiros de sua preferência, em troca de apoio político. O que eles querem também, deputado Cristiano, é utilizar os quase R$400.000.000,00 que são gastos anualmente com compra de insumos para a área médica, para equipamentos e para a área hospitalar e direcioná-los para os seus companheiros políticos, para os empresários e para os amigos que vão financiar a campanha deles.

Essa é a realidade! Eles não querem mais pregão eletrônico. Eles querem fazer processo análogo à licitação. Receber três orçamentos e depois ligar para o companheiro e falar assim: “Pode vir aqui e trazer o orçamento que você vai fornecer para a Rede Fhemig”. A Rede Fhemig é a fundação que tem os maiores hospitais da América do Sul, gente! Nós temos que lutar para defender a saúde pública da melhor forma. Nós temos que abrir o Hospital Maria Amélia Lins, porque nós temos vários pacientes sendo sequelados dentro do João XXIII. Aliás, o que é pior, foi que, no feriado, no sábado, não havia anestesista suficiente para rodar cirurgias eletivas e de urgência. Houve cancelamentos de cirurgias de urgência. Que gestão é essa!