Pronunciamentos

DEPUTADO BRUNO ENGLER (PL)

Declaração de Voto

Contesta pronunciamento de deputada relativo a fala do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre a China. Critica decisões do Supremo Tribunal Federal – STF – e a condução da diplomacia internacional pelo presidente Lula, que teriam prejudicado as relações com os Estados Unidos e motivado a taxação de 50% sobre produtos brasileiros.
Reunião 16ª reunião EXTRAORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 12/07/2025
Página 47, Coluna 1
Indexação

16ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 10/7/2025

Palavras do deputado Bruno Engler

O deputado Bruno Engler – Obrigado, Sra. Presidente. Eu não poderia deixar de contrapor uma deputada que me antecedeu e comparou uma declaração do presidente Bolsonaro à época com as atitudes do atual presidente Lula. O presidente Bolsonaro – o tempo é o senhor da razão e mostrou que ele estava certo –, de fato, chamou o vírus da covid-19 de chinês, porque é um vírus que surgiu na China, e, de fato, falou que se tratava de um vírus criado em laboratório – e já está provado que ele foi criado num laboratório de pesquisa em Wuhan. Isso foi dito à época, porque é verdade. Contudo, o presidente Bolsonaro sempre manteve uma relação diplomática muito tranquila com a China, diferentemente do Lula, que, em toda oportunidade que tem, afronta a maior potência econômica e militar do mundo, os Estados Unidos. O presidente Lula não fica somente com palavras e opiniões – que são lamentáveis –, como também aceitou que atracassem no Brasil navios iranianos, indo contra a orientação dos Estados Unidos. Ele também veio, através do Itamaraty, de maneira oficial pelo governo, condenar o ataque norte-americano ao Irã para defender a ditadura iraniana, da qual ele é amiguinho. Ele ainda começou uma historinha de articular o Brics para que as transações comerciais entre países do bloco não fossem mais realizadas em dólar, numa afronta clara aos Estados Unidos e, quando toma retaliação norte-americana, é um pobre coitado, é uma vítima. Aliás, é praxe entre os vagabundos se dizerem vítimas da sociedade. O Lula agora é vítima da sociedade. Eu faço questão de trazer a carta que o Trump publicou. Vou lê-la em seu inteiro teor: “Sua Excelência Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil. Prezado Sr. Presidente, conheci e tratei com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o respeitei profundamente, assim como a maioria dos outros líderes de países. A maneira como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado no mundo todo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar acontecendo. Trata-se de uma caça às bruxas que deve acabar imediatamente. Em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos – como recentemente ilustrado pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que emitiu centenas de ordens secretas e ilegais de censura a plataformas de redes sociais dos Estados Unidos, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e com expulsão do mercado brasileiro de redes sociais –, a partir de 1º/8/2025, cobraremos uma tarifa de 50% sobre qualquer produto brasileiro enviado aos Estados Unidos, separada de todas as tarifas setoriais. Produtos transbordados para burlar essa tarifa de 50% estarão sujeitos a uma tarifa mais alta. Além disso, há anos discutimos nossa relação comercial com o Brasil e concluímos que precisamos nos afastar do relacionamento comercial antigo e muito injusto alimentado pelas tarifas, políticas não tarifárias e barreiras comerciais do Brasil. Nosso relacionamento tem sido, infelizmente, muito distante da reciprocidade. Por favor, entenda que o percentual de 50% é muito inferior ao necessário para estabelecer as condições justas de concorrência com o seu país. É necessário que haja isso para que se corrijam as graves injustiças do sistema atual. Como é de seu conhecimento, não haverá tarifas se o Brasil ou as empresas de seu país decidirem construir ou fabricar produtos dentro dos Estados Unidos. De fato, faremos tudo o que for possível para conceder as autorizações rapidamente, com profissionalismo e de forma rotineira, ou seja, em questão de semanas. Se, por qualquer motivo, o senhor decidir aumentar as suas tarifas, então qualquer percentual que escolher será somado aos 50% que cobramos. Por favor, entenda que essas tarifas são necessárias para corrigir os muitos anos de políticas tarifárias e não tarifárias e barreiras comerciais do Brasil, que causaram déficits comerciais insustentáveis contra os Estados Unidos. Esse déficit é uma grave ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional. Além disso, devido aos contínuos ataques do Brasil às atividades comerciais digitais de empresas americanas, bem como a outras práticas comerciais injustas, estou ordenando ao representante do comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, que inicie imediatamente uma investigação, com base na Seção 301, sobre o Brasil. Caso o senhor deseje abrir seus mercados comerciais até agora fechados aos Estados Unidos e eliminar suas políticas tarifárias, não tarifárias e barreiras comerciais, nós poderemos talvez considerar um ajuste a esta carta. Essas tarifas poderão ser modificadas para cima ou para baixo, dependendo do relacionamento com o seu país. Os senhores nunca se decepcionarão com os Estados Unidos da América. Agradeço pela atenção a essa questão. Com os melhores votos, subscrevo-me. Atenciosamente, Donald John Trump, presidente dos Estados Unidos da América”. Para concluir, Sra. Presidente, fiz questão de trazer a carta inteira para demonstrar que os motivos estão postos, como eu disse anteriormente. Então basta acabar com a perseguição judicial, basta acabar com a censura às redes sociais, basta acabar com as afrontas econômicas aos Estados Unidos, que as tarifas somem. Agora, se o Lula, de fato, cumprir o que ameaçou e tarifar de volta os Estados Unidos, as tarifas contra o nosso país serão aumentadas. Essa é uma luta que o Brasil não tem condições de ganhar. O Lula vai levar a nossa economia para o buraco, porque ele é marrento e se recusa a abaixar a cabeça para os Estados Unidos, o país mais poderoso do mundo. Para concluir, Sra. Presidente, tentar botar a culpa disso aqui no Bolsonaro é como o homicida culpar a vítima por estar preso. O assassino está na cadeia e fala: “Se aquele maldito não tivesse morrido, eu não estaria preso”. Não dá para culpar a vítima. Os culpados têm nome e sobrenome: Luiz Inácio Lula da Silva e Alexandre de Moraes.