DEPUTADA BELLA GONÇALVES (PSOL)
Questão de Ordem
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 12/07/2025
Página 41, Coluna 1
Indexação
16ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 10/7/2025
Palavras da deputada Bella Gonçalves
A deputada Bella Gonçalves – Obrigada, deputada Leninha. Bom dia a todas as deputadas, a todos os deputados, aos servidores da Casa e a quem nos acompanha. Venho aqui, presidenta, porque ontem, de forma muito desarrazoada, tanto eu quanto a deputada Bia fomos citadas no Plenário como mulheres que não são solidárias a outras mulheres. Veja só! Essa inverdade veio da boca de uma deputada que votou contra a remoção de servidoras que sofrem violência no Estado. Veio da boca de quem também obstruiu, por muito tempo, a aprovação de um projeto de lei para a garantia do enfrentamento da violência política aqui, no Estado de Minas Gerais. Hoje a nossa lei de enfrentamento da violência política é uma referência para a Casa e para o Brasil, tanto que inspirou deputadas de São Paulo a fazer a discussão sobre a sua regulamentação nos municípios. Então dizer que a nossa atuação, que é sempre do lado das mulheres, em especial das mulheres que hoje precisam de nós, que sofrem violência nos territórios, que precisam acessar a saúde e enfrentar a violência política contra ataques de uma extrema-direita mesquinha... Temos uma posição muito firme aqui, na Casa, e isso incomoda. Isso incomoda pessoas que tentam construir fatos políticos o tempo inteiro para se fazerem de vítimas aqui, na Assembleia, quando, na verdade, procuram situações de conflito com mulheres da esquerda. Na última segunda-feira, eu fiz um debate importante na Comissão de Direitos Humanos, um debate sobre o Pena Justa. Uma das participantes do debate, que tem um notório saber sobre as questões penal e antiprisional, participou de forma remota. Participou com legitimidade, porque ela não teve os seus direitos políticos cassados, ao contrário do que queria a deputada. Ela tem uma limitação de entrada na Casa. Mas a contribuição dela é fundamental para a discussão antiprisional que a gente vai fazer. Essa mulher é a D. Teresa. Não há discussão sobre a questão prisional no Estado de Minas Gerais que se possa fazer sem a presença da figura histórica mais importante nesse debate, ela que discute a situação das mulheres encarceradas – que muitas vezes não acessam o absorvente dentro dos presídios –, a revista vexatória e as inúmeras humilhações que familiares e amigos de pessoas privadas de liberdade sofrem. Ora, nós queremos discutir a dignidade para as mulheres no sistema prisional, e essa é mais uma forma de trazermos até aqui a luta das mulheres. Então, não venha tentar distorcer as questões dizendo que nós não somos solidários. Nós somos solidárias a todas as mulheres, inclusive àquelas das quais discordamos. Eu não sou solidária é com hipocrisia, com mentirada.