DEPUTADO CAPOREZZO (PL)
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 10/04/2025
Página 60, Coluna 1
Aparteante Bruno Engler
Indexação
19ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 8/4/2025
Palavras do deputado Caporezzo
O deputado Caporezzo – Bom dia, presidente. Bom dia, colegas deputados estaduais. Nesse domingo, a Avenida Paulista presenciou a maior manifestação da sua história no critério “força política”. O presidente Jair Bolsonaro se torna o primeiro a reunir, em uma manifestação de rua, sete governadores, um terço do Senado, centenas de parlamentares federais e estaduais e incontáveis prefeitos e vice-prefeitos, todos gritando, em um só som, que não houve golpe e a favor da anistia dos presos políticos do 8 de janeiro. Eu me pergunto: como ele conseguiu esse feito? Está bastante claro: os pilares da nossa democracia estão sendo atacados. São três: a liberdade de expressão, a dignidade da justiça e a independência entre os Poderes. É bastante claro que o STF passou de todos os limites com essa perseguição aos presos do 8 de janeiro, e essa manifestação gloriosa de domingo é uma vitória do povo brasileiro. Vamos falar a verdade: a estratégia do desgoverno do PT foi bastante clara. Essas imagens geram um grande constrangimento para o desgoverno do PT diante do mundo. As ruas lotadas e a nação mobilizada contra os absurdos que estão acontecendo.
Então qual foi a estratégia deles? “Vamos fazer aqui uma acusação genérica”, simplesmente uma excrescência no direito penal. Algo que não existe no direito penal é acusar todo o mundo de vandalismo. Esperem aí! Não existe acusação genérica no direito penal brasileiro. Essas pessoas não podem todas responder pelo mesmo ato, qual seja, quebrar um patrimônio ou de pichar uma estátua com um batom. É o cúmulo do absurdo. Obviamente o que nós estamos presenciando é uma grande arbitrariedade. Qual era o objetivo dessa arbitrariedade? Prender 2 mil pessoas logo no início do desgoverno Lula e, com isso, desarticular as manifestações de rua para que o povo ficasse assustado. Foram 2 mil presos injustiçados!
Eles não apenas fracassaram; fracassaram feio demais. Do início do governo já foram cinco megamanifestações: dia 25/2/2024, dia 21/4/2024, dia 7/9/2024, dia 16/3/2025 e, agora, dia 6/4/2025. A mensagem do povo brasileiro e agora de toda essa classe política que se une não podia ser mais clara: “Nós não desistiremos do Brasil jamais”. Em matéria da CNN, o ministro Alexandre de Moraes conseguiu esta proeza: “Nazistas teriam conquistado o mundo se tivessem acesso ao X”. Eu acho inacreditável, pois a função de um ministro do STF é aplicar a lei, e não ser um comentarista. A gente precisa urgentemente resgatar os papéis das autoridades políticas da República, porque é simplesmente uma vergonha que um juiz fique agindo como um opinador, como o ministro Alexandre de Moraes fez no caso do Twitter. Ele ainda citou o propagandista nazista Joseph Goebbels, dizendo que ele faria a festa no X. Com isso, ministro Alexandre de Moraes, V. Exa. desrespeita mais de 25 milhões de brasileiros que estão no Twitter, que compõem a segunda maior quantidade de pessoas de uma mesma nação. E há outras pessoas no Twitter, e eu vou citá-las. Eu queria saber se o senhor também está desrespeitando estas pessoas que estão no Twitter: Gilmar Mendes, Nunes Marques, André Mendonça, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Luís Roberto Barroso. Vejam só: o próprio STF e o TSE estão no Twitter.
Então, Alexandre de Moraes, essa predisposição nazista de quem está no Twitter vale para essas pessoas também, ou V. Exa. vai ser self-service agora? Até pouco tempo, o senhor também estava nessa rede e, de repente, mudou. Isso aí vale para todo mundo? Isso vale para vossa ilustríssima e soberba pessoa quando lá estava ou algo mudou? Realmente, o apelido Xandão só pode ser justificado; para falar assim, no aumentativo, só se estiver de acordo com a qualidade péssima dos seus comentários de política e de contexto de rede social.
Detesto perder o meu tempo com traidores, mas infelizmente tenho que falar de um traidor aqui: o senador Gen. Mourão. Ele ficou indignado, porque o pastor Silas Malafaia reclamou da covardia do alto generalato do Exército Brasileiro, que vê um general de quatro estrelas, Braga Neto, em uma prisão, tendo os seus direitos básicos violados, e segue calado, como se nada estivesse acontecendo. Inclusive, o próprio Mourão, que, além de general, é senador, ficou caladinho. De repente, agora, ele falou o seguinte, olhem só: “Malafaia demonstrou toda a sua total falta de escrúpulos e seu desconhecimento do que seja honra, dever e pátria, a tríade que guia os integrantes do Exército de Caxias”. Honra, Gen. Mourão? Logo V. Exa., que não teria sido eleito nem mesmo para presidente de grêmio se não fosse nas costas do Bolsonaro, o maior surfista de todos os tempos do bolsonarismo, vai falar de honra? Mourão foi um vice-presidente que traiu o Bolsonaro o tempo inteiro e que conseguiu a pachorra de, no último dia, na condição de líder do governo, de membro do governo, fazer uma declaração para a nação, falando que nós vivemos a plena normalidade democrática. Ele nunca voltou atrás no que falou. Há um general de Exército preso, e ele nunca voltou atrás no que falou. O senhor foi eleito pela direita, falando que era bolsonarista, e nunca teve a coragem de participar de uma única manifestação pela anistia dos presos injustiçados do 8 de janeiro. Aliás, isso é interessante, porque todos aqueles que estavam na alta cúpula do bolsonarismo estão sofrendo perseguições, mas o Gen. Mourão não está. Ele é o diferente. O que será que aconteceu para o Gen. Mourão ser tratado de maneira diferente, não é? Ele é um covarde e um frouxo. Gen. Mourão, vossa excremência deveria aprender com o senador Romário, quando o Romário fez uma fala para o Pelé. Vou repeti-la para o senhor, agora: Mourão, calado, você é um poeta.
Vou fazer uma leitura importante de um caso que aconteceu em Uberlândia. Recebi inúmeras mensagens, ligações e até perguntas diretas de diversos moradores da cidade onde vivo, Uberlândia, a respeito da festa do Congado. Repudio completamente qualquer tipo de manifestação preconceituosa, grosseira ou com palavras de baixo calão contra a festa do Congado, que é um evento com mais de cem anos de história, sendo uma das manifestações culturais mais antigas da cidade de Uberlândia, que data do século XIX, quando a cidade ainda era um povoado. Quero deixar claro também que sou cristão católico e que, apesar de não participar de nenhum outro tipo de culto religioso além da santa missa, respeito a liberdade religiosa e a pluralidade cultural da nossa gente.
O Partido Liberal, do qual faço parte, respeita a liberdade religiosa. Inclusive, dona Michelle Bolsonaro recentemente pediu a união de todos os religiosos na luta pelo nosso Brasil. Neste domingo, estive com o presidente Bolsonaro e com o governador Tarcísio no Palácio dos Bandeirantes. Sentado à mesa, conosco, estava o renomado candomblecista Sérgio Pina. Neste domingo, na Paulista, tivemos, no mesmo palco, um pastor, um padre, um pai de santo, o que demonstra que o Partido Liberal está de portas abertas para todos os brasileiros de todas as religiões.
O PL de Uberlândia se solidariza, na pessoa do seu presidente Vanderlei Pelizer e na minha pessoa, deputado Caporezzo, com todos os grupos do Congado, entre eles Estrela Guia, Marinheiro de Nossa Senhora, Marinheiro de São Benedito, Princesa Isabel, Catupé do Martins, Catupé Dona Zulmira, Catupé Mansur, Catupé Azul e Rosa, Catupé Santa Efigênia e outros que eu tenha aqui esquecido. Repito: eu sou cristão, católico e tenho a minha posição, mas repudio qualquer tipo de manifestação chula contra o Congado ou contra religiões de matriz africana. O PL é contra o preconceito e contra o racismo.
O deputado Bruno Engler (em aparte) – Obrigado, deputado Caporezzo.
Primeiramente quero parabenizar V. Exa. pelo brilhante discurso acerca das manifestações e também pelo importante posicionamento sobre o que aconteceu em Uberlândia.
Quero dizer, gente, que a moda agora da esquerda brasileira é caçoar do inglês do presidente Bolsonaro. Ele, de forma muito humilde no carro de som, adiantou que não sabia falar inglês, mas deixou uma mensagem para o mundo: “Popcorn and ice cream sellers sentenced for coup d’État in Brazil”. Tradução: pipoqueiro e sorveteiro condenados por golpe de Estado no Brasil. Agora, aqueles que apoiam um presidente que sequer sabe falar português querem caçoar do inglês de Jair Bolsonaro porque não conseguem discutir a mensagem, porque a mensagem é verdadeira. Essas pessoas existem, essas pessoas têm nome, essas pessoas têm família. Está aqui o pipoqueiro Otoniel Francisco da Cruz, preso por golpe de Estado; está aqui o sorveteiro Carlos Antônio Eifler, preso por golpe de Estado. Eles, aliás, somam-se às fileiras perigosas, como a Débora, cabeleireira, mãe de dois filhos, que atentou contra a democracia com uma poderosa arma como esta: um batom. Somam-se às fileiras desse golpe de Taubaté, que não é praticado por militares, que não é praticado por grupos armados, mas é praticado por sorveteiros, pipoqueiros, cabeleireiros, pelo morador de rua, que sequer tinha interesse na pauta – ele ficava em frente ao quartel-general, porque ali recebia comida e abrigo. Esse morador de rua foi preso e, quando foi determinado que ele teria que pagar uma multa e usar a tornozeleira eletrônica, ele apresentou duas objeções ao juiz de instrução: “Como eu vou pagar multa se eu não tenho dinheiro nem ao menos para comer? Como eu vou usar a tornozeleira eletrônica se eu não tenho endereço, se eu não tenho tomada para carregar a tornozeleira?”. Então são mais dois exemplos dessa farsa de golpe que eles querem dizer que ocorreu em 8 de janeiro.
Jair Bolsonaro foi cirúrgico ao mostrar para o mundo mais um dos inúmeros absurdos que estamos vendo em nosso país. Eles não conseguem atacar o recado, então, atacam a forma como ele foi entregue. E, sem nenhuma vergonha na cara, apoiam um presidente que nem português sabe falar, que é aquele bandido daquele Luiz Inácio Lula da Silva.
Muito obrigado, deputado Caporezzo.
O deputado Caporezzo – Parabéns, deputado Bruno Engler.
Eu vou repetir aqui o que o presidente Bolsonaro falou de uma maneira muito melhor que a do Joel Santana: “Popcorn and ice cream sellers are sentenced for coup d’État in Brazil”. Parabéns, presidente Bolsonaro. Agora o mundo inteiro sabe que, para Xandão e companhia limitada, um pipoqueiro e um sorveteiro praticam golpe de Estado.
Já passou da hora de acabar com essa patifaria que está acontecendo no Brasil. Não existe golpe de Estado por EaD. O Bolsonaro estava nos Estados Unidos, ele não pôde fazer golpe de Estado a distância, principalmente porque ele já tinha nomeado um general para estar à frente do Exército brasileiro, general esse escolhido pelo próprio Lula. Quem é que vai praticar um golpe escolhendo o general do seu rival, daquele que teria o crime praticado contra ele? Isso não existe.
Olha, uma partida de futebol dura 90 minutos, um show de teatro costuma durar 2 horas, mas o povo brasileiro não merece nem mais 1 minuto desse show de horrores que o STF está fazendo. Parem agora, enquanto ainda têm 12% de aprovação! Conforme as pesquisas, essa é a aprovação do STF. Parem agora, antes de chegar a zero por cento. E se lembrem: anistia é para todos, para aqueles de quem vocês não gostam e para os amigos de vocês também. O mundo dá voltas. Acordem! Aprovem a anistia, e vamos virar essa página macabra da história do Brasil. Obrigado, presidente. A direita vive em Minas Gerais!