DEPUTADO ANTONIO CARLOS ARANTES (PL)
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 21/03/2025
Página 74, Coluna 1
Indexação
14ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 19/3/2025
Palavras do deputado Antonio Carlos Arantes
O deputado Antonio Carlos Arantes – Nobres colegas, telespectadores da TV Assembleia, subo a esta tribuna hoje para expressar a minha indignação aos ataques covardes da esquerda contra o Frei Gilson e os milhões de brasileiros que, às 4 horas da manhã, reúnem-se em oração para rezar o Santo Rosário. Eu sou um deles, e a minha esposa também. Ataques que não são apenas contra um sacerdote ou contra um grupo de fiéis, mas também contra a fé cristã e os valores que sustentam a nossa sociedade.
Aqueles que chamam esses homens e mulheres de desocupados demonstram não apenas um profundo desrespeito pela fé alheia mas também uma ignorância assustadora sobre o povo brasileiro. São trabalhadores, mães, pais de família, jovens e idosos, que, antes de começarem o seu dia de luta, entregam sua jornada a Deus. Isso incomoda a esquerda, porque eles sabem que um povo de fé é um povo forte, é um povo que não se dobra às suas ideologias fracassadas. Por que tanto incômodo com a oração? Porque um povo que crê, que tem palavra, que tem valores, que defende a família, não se deixa manipular por ideologias que tentam destruir suas raízes e impor um pensamento único. A esquerda ataca porque sabe que a fé é o último bastião da resistência contra o seu projeto de poder.
Frei Gilson está arrastando milhões de brasileiros para Deus. Tem dia que chega a 1.500.000 pessoas assistindo e ouvindo, pela Canção Nova, o Terço. Enquanto a esquerda tenta destruir o País com corrupção, ideologia de gênero, inversão de valores, ele fortalece a espiritualidade e a esperança do povo. Saibam que não vão calar a nossa fé, não vão impedir que o Brasil continue sendo uma Nação cristã.
Quero expressar todo o meu apoio a frei Gilson e a cada brasileiro que, nas madrugadas e em qualquer hora do dia, dedicam o seu tempo à oração e à busca de uma sociedade melhor. Aviso à esquerda: “Respeitem a fé do nosso povo, porque se vocês acham que atacar a religião vai lhes dar algum poder, saiba que estão mexendo com o que há de mais sagrado na vida dos brasileiros”.
Quero também manifestar aqui, já mudando todo o viés, que o presidente Lula, não assumindo a sua responsabilidade com a má gestão da economia deste país, começa a querer a arrumar culpados, a terceirizar as suas responsabilidades, a ponto de falar que o ovo está caro porque há atravessador, o que faz com que o brasileiro não possa ter acesso a esse alimento. Tem, sim, presidente, tem um grande atravessador, um baita atravessador, que nunca atravessou tanto: o seu ministro Haddad, o senhor também e toda a sua equipe, que não conseguem administrar este país e perderam todo o controle da economia. Quando a inflação sobe, os juros sobem, os custos também sobem, e o produtor é quem paga a conta, principalmente os mais pobres, e o consumidor.
Esta semana, ele chegou a dizer: “Quem é o ladrão que está roubando o ovo da sociedade, dos mais pobres?”. Presidente, é o seu governo que está roubando, que está roubando esse direito de o povo ter os ovos, que era um dos alimentos mais baratos mas que hoje não é mais, em função da falta de responsabilidade. É só gastar menos, é só ter política austera. Mas, presidente, a economia está indo mal para a maioria dos brasileiros, principalmente para os mais pobres, mas está indo muito bem para os banqueiros. No ano de 2024, para você ter uma ideia, os bancos aumentaram o seu faturamento em mais de 22%. Lucro: mais de R$74.000.000.000,00, só de quatro bancos, não estou falando de todos os bancos, não: o Banco do Brasil, o Banco Itaú, o Bradesco e o Santander. Banco do Brasil, gente, que é uma estatal! Imaginem um banco obter lucros astronômicos em cima, principalmente, dos mais pobres, em cima, principalmente, dos produtores, inclusive dos pequenos produtores endividados.
Quando o presidente vem a Campo do Meio para fortalecer o Movimento sem Terra – num gesto que, para mim, é assustador vindo de um presidente – em uma área que, na mão dos seus verdadeiros proprietários, era produtiva e que hoje não o é mais, por causa da invasão... Ele anunciou, na semana passada, se não me engano, R$718.000.000.000,00 para o Movimento sem Terra, enquanto aproximadamente 70% ou 80% dos produtores hoje estão endividados, na maioria pequenos produtores, que poderão perder as suas propriedades. Em vez de fortalecer, cada dia mais, o pequeno, negociar as suas dívidas... A maioria teve muito problema não por não ter trabalhado, mas porque houve intempéries da natureza, chuva em excesso em determinado momento; geada, o que estava distante e aconteceu nos últimos anos; e, principalmente, seca, veranicos, porque às vezes a chuva cai concentradamente e, depois, falta. Essa, sim, devia ser a grande preocupação do governo federal em relação aos produtores rurais.
Para encerrar... E há aquele tanto de anedotas, de bobeiras que ele vai falando. Na semana passada, ele falou o seguinte, o que vi na televisão: “Eu vou fazer que o preço do café abaixe: vou dar mais crédito para o produtor e vou incentivar o plantio de café”. O café não é alface, que você planta hoje e, daqui a dois meses, já produz. Café dura três anos. Você coloca o grão no saquinho de café no meio do ano, por volta de maio ou junho, e vai colher café daí a três anos. Você o planta em novembro ou dezembro, na lavoura, e daí a dois anos e meio... Então, se o produtor, o cidadão, o povo brasileiro for esperar o café baixar em função dessas ações de governo, isso também não vai acontecer.
O café subiu, gente, não porque o produtor fez tudo para subir, não porque a indústria fez subir o preço. Juros altos; dólar alto; café que não consegue atravessar o porto – 1.800.000 sacas de café paradas no porto, por falta de gestão dos portos depois que entrou o governo Lula; seca, geada, chuva de pedra... Há muitas coisas, um conjunto delas, que aconteceram e que fizeram o café aumentar tanto. Mas o produtor não está ganhando assim, porque o café da grande maioria já está vendido no mercado futuro a muito menos. Sem contar que a maioria terá produtividade muito inferior em função das intempéries da natureza.
Então, gente, a vida não é tão simples para o produtor, não. Pelo contrário, a produção rural é uma indústria a céu aberto e tem que conviver com as intempéries da natureza, e, infelizmente, tem que conviver com o governo também, que toma só atitude errada. Falou até em importar café. Gente, será que ele não sabe que café não se importa? A legislação não permite. Quando você importa café, você importa doenças, e o Brasil é um país que tem muito controle na área sanitária. Pode-se até importar, mas a importação será de cápsula. Cápsula vai custar 30 vezes mais em relação ao preço de uma saca de café torrado. Então, fala-se muita besteira para agradar, para vender essa imagem de que está preocupado com os pobres, mas as suas atitudes correm totalmente na contramão disso. Muito obrigado.