Pronunciamentos

DEPUTADA AMANDA TEIXEIRA DIAS (PL)

Questão de Ordem

Comenta decisão do deputado federal Eduardo Bolsonaro de licenciar-se do mandato para permanecer nos Estados Unidos, e destaca que o deputado estaria sofrendo perseguição política. Questiona postura de deputados da esquerda no Plenário da Assembleia Legislativa, e destaca o que considera hipocrisia desses parlamentares, no contexto dos debates sobre a questão da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília (DF).
Reunião 13ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 20/03/2025
Página 78, Coluna 1
Indexação

13ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 18/3/2025

Palavras da deputada Amanda Teixeira Dias

A deputada Amanda Teixeira Dias – Boa tarde, Sra. Presidente. Vivemos hoje tempos sombrios, em que o Poder Judiciário, que deveria ser imparcial, tornou-se ferramenta de perseguição política contra aqueles que ousam falar mal do atual governo. Hoje lamento muito que um colega deputado, Sr. Betão, venha a Plenário para dizer que devemos ser censurados. Os parlamentares de direita não podem emitir opiniões, supostamente mentirosas, e invoca até a TV Assembleia para que faça alguma coisa e para que a gente não tenha a palavra. Isso é muito grave porque fere a democracia, fere a liberdade individual. Nós estamos aqui representando o povo mineiro, e a nossa voz aqui é democrática. Lamento muito o ocorrido com o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que foi eleito com quase oitocentos mil votos e que precisou ir aos Estados Unidos e ficar por lá, licenciar-se do cargo de deputado, por causa de uma perseguição política absurda que vem sofrendo. E isso não ocorre só com ele. Isso se deve a um padrão que a esquerda e algumas partes do Judiciário brasileiro promovem contra aqueles que não se adéquam ao que eles querem. Também lamento muito que outro colega, o deputado Cristiano, venha aqui debochar, em Plenário, rir da fala de um colega. Plenário não é lugar de deboche, não é lugar de risada. Aqui, a gente tem que falar com seriedade para o povo. Ele disse que defende a pauta do autismo, só que não se compadece com as mães de autistas que estão presas, neste momento, e deixaram os seus filhos em casa, muitas vezes, sem os cuidados devidos. Esse deputado não se compadece também com o caso do Clezão, porque ele diz: “Bandido tem que ficar na cadeia”. Mas eu convido o deputado Cristiano para fazer esse apelo quanto aos pedófilos ou aos assassinos, não contra aqueles que simplesmente picharam uma estátua com um batom. A gente tem que colocar na balança o que é mais grave: pichar uma estátua com um batom, que pode ser lavável, ou um pedófilo de 82 anos que estupra uma menina de 10 anos e tenta comprar o silêncio dela com R$10,00 e tem a sua pena diminuída? Na verdade, ele nem sequer foi preso, aqui, em Belo Horizonte, ele pôde ficar em prisão domiciliar, pelo fato de ser idoso. O Clezão foi preso, em 2023, e quando apresentou problemas de saúde, foi pedida a liberdade provisória. O deputado Cristiano disse: “Ah, tem que ser julgado pela primeira instância, pela segunda instância, depois, pela última instância”. No caso do Clezão, foi pedida a liberdade provisória, e o STF sequer julgou. O Clezão faleceu, na prisão, fruto de uma negligência por parte do Judiciário. Se ele estava, ali, doente, por que não foram tomadas medidas para que ele pudesse se recuperar, seja no hospital, seja em casa? A nossa luta, aqui, é muito maior que esta: nós queremos, sim, a anistia; nós pedimos a anistia, porque essas pessoas não merecem ir para a cadeia. Outro fato que eu queria expor é a hipocrisia do deputado Leleco, que, neste mês, disse que não vai citar o nome de nenhuma deputada – espero –, mas que, quando o deputado Caporezzo fala aqui, ele se cala; mas quando a deputada Chiara falou, ele foi para cima e ficou ali, todo o tempo, tentando atrapalhar o discurso da deputada, sem nenhum respeito. O que a gente tem que pensar é realmente a hipocrisia da esquerda. Muito obrigada.