Pronunciamentos

DEPUTADA LENINHA (PT)

Discurso

Pesar pelo falecimento de Daiane Veloso de Andrade, do Município de Coração de Jesus, de Melissa Regina, do Município de São Francisco, e de Zélia Mariely, vítimas de assassinato.
Reunião 6ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 20/02/2025
Página 29, Coluna 1
Indexação

6ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 18/2/2025

Palavras da deputada Leninha

A deputada Leninha – Muito obrigada, presidente. Eu queria, nesta tarde, cumprimentar todos aqueles que nos acompanham pela TV Assembleia, pelos nossos canais de comunicação. Cumprimento os deputados e as deputadas presentes nesta sessão.

O que me traz aqui hoje não é nenhum motivo de alegria, de orgulho deste nosso estado. Eu queria muito subir a esta tribuna para falar das conquistas e dos avanços dos direitos das mulheres em Minas Gerais. Queria subir aqui e talvez conseguir dizer que podemos viver livres e seguras. Queria subir aqui, nesta tribuna, e noticiar que, em Minas Gerais, o feminicídio é coisa do passado. Queria subir aqui e noticiar todas as conquistas que a gente poderia ter tido neste governo. Mas não. Infelizmente essa não é a realidade das mulheres mineiras. Subo aqui hoje para denunciar dois feminicídios e um homicídio que ocorreram há menos de dois meses no Norte de Minas Gerais, no início de 2025.

A primeira vítima, Daiane Veloso de Andrade, uma mulher do município de Coração de Jesus, foi apedrejada até a morte, numa estrada da zona rural desse município. Daiane teve sua vida ceifada sem nenhum motivo aparente. Ela foi assassinada por um desconhecido. Toda a minha solidariedade e o meu apoio à família de Daiane, cuja vida foi tirada de forma tão drástica. A que ponto um homem, em extrema desumanidade, apedreja uma mulher até a morte?

A outra vítima é Melissa Regina, da cidade de São Francisco, que teve sua vida tirada pelo dito companheiro, aquele com quem, com certeza, ela dividiu inúmeras horas de afeto, carinho, preocupações e dúvidas. Além de matá-la, o que ele fez? Levou-a até o hospital para um atendimento, simulando um assalto, dizendo para as atendentes que eles haviam sido assaltados. As investigações deram conta de que não houve assalto nenhum, que não era um estranho, mas sim a pessoa com a qual Melissa dividia a sua vida – a pessoa que a matou.

E, por fim, minha gente, não mais dramático, a jovem Zélia Mariely. Essa menina foi assassinada dentro do supermercado onde trabalhava, em plena luz do dia, sob os olhares de várias pessoas. Ela saiu de sua casa, com certeza, para mais um dia de trabalho. Mas, infelizmente, ao chegar ao ambiente de trabalho, o indivíduo invadiu o local e a perseguiu. Ele ameaçou as pessoas ao seu redor, com uma réplica de uma arma e a matou na frente de todos nós. Todos acompanhamos as cenas deploráveis da perseguição no supermercado por esse jovem, que com diversas facadas, tirou a vida de Zélia Mariely.