DEPUTADO CORONEL SANDRO (PL)
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 1ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 19/10/2023
Página 46, Coluna 1
Aparteante BRUNO ENGLER, EDUARDO AZEVEDO
Indexação
68ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 17/10/2023
Palavras do deputado Coronel Sandro
O deputado Coronel Sandro – Sr. Presidente, caros colegas, boa tarde! Semana passada, nós tivemos um dos episódios mais hediondos e reprováveis que a humanidade pode praticar. O ataque terrorista a Israel é, sem sombra de dúvida, um dos maiores crimes contra a humanidade já praticado, desde que todos nós temos esse entendimento.
Todos nós entendemos que a situação política, social, geopolítica do Oriente Médio é muito mais complexa do que simplesmente a redução a narrativas de quem apoia qual lado. E pessoas e grupos que já têm entendimentos conhecidos se manifestam sobre isso. Nós temos estados soberanos que apoiam o terrorismo. Sim, temos a Rússia, Iran, Cuba, Venezuela. E esses estados podem ter a comprovação do que eu estou falando aqui. Basta verificarmos as declarações de cada um daqueles que os representam.
E eu não entendo até hoje como o Brasil se esforça, sob o governo Lula, para fazer parte de um eixo tão maligno como esse, que, infelizmente, está ali consubstanciado no Brics e que, recentemente, recebeu mais alguns países e, infelizmente, mais países que apoiam o terrorismo. O Irã é um caso clássico já citado. Nós sabemos que, desde que Abraão deixou a terra de Ur e foi para a terra prometida por Deus, os conflitos se instalaram ali no Oriente Médio. Então há aspectos religiosos envolvidos ali? Sim. Há disputa por marcos históricos de cada uma das três religiões: islamismo, judaísmo, cristianismo? Sim. Mas, a que me consta, não se veem relatos de grupos cristãos ou grupos judeus escondidos sob o manto de quaisquer nomes que se deem a tal coletividade, praticando atos de terrorismo contra pessoas inocentes. Mas, ao contrário, em nome do Islã, sim. Nós temos o Isis, que já foi exterminado; temos o Hezbollah, que atua no Líbano, com mais de 100 mil terroristas; temos o Hamas, na Faixa de Gaza, com mais de 20 mil terroristas, e 2 mil deles praticaram esse ato a que estou me referindo agora, ou seja, o ato terrorista que matou mais de mil judeus numa escalada sem precedentes de violência, e injusta, diga-se de passagem, naquela região.
Muitos dos que defendem os terroristas do Hamas tentam esconder o seu antissemitismo, mas isso não é possível porque às vezes as palavras indicam uma direção, mas os gestos mostram outra; e mesmo as palavras os traem quando eles vêm a público manifestar a sua opinião sobre o episódio que hoje envolve o Hamas, a Palestina, o estado judeu e o povo israelense. E eles sempre se apegam em algumas palavras-chave. Eu vou me ater a uma delas: “proporcionalidade”, “proporcional”. Já ouvi isso muito com relação ao que está acontecendo agora. Proporcional é dar o mesmo tratamento, em igualdade, em intensidade, enfim. Mas, então, vamos lá: se querem um tratamento proporcional... Olhem bem o absurdo que defendem: os terroristas do Hamas invadiram Israel e mataram 250 pessoas que estavam se divertindo numa rave, numa festa de jovens, num momento de alegria. Pois bem, então Israel deveria invadir os territórios palestinos, procurar uma festa e lá assassinar 250 inocentes? Isso é ser proporcional? Os terroristas do Hamas, depois de invadirem o território de Israel, praticaram estupro coletivo contra inúmeras mulheres. Então ser proporcional como querem seria Israel invadir o território palestino e estuprar mulheres como fizeram os terroristas do Hamas? Os terroristas do Hamas invadiram casas do kibutz, que são aquelas cooperativas, vamos chamar assim, onde algumas centenas ou milhares de pessoas se reúnem e produzem tudo, muito semelhantes a algumas comunidades aqui, no Brasil, muito defendidas por quem hoje defende o Hamas. Eles mataram as famílias a sangue frio, queimadas, sem lhes dar chance de defesa. Então, para ser proporcional, Israel deveria invadir o território da Palestina e fazer a mesma coisa com famílias de palestinos? E, mais ainda, os terroristas do Hamas, quando invadiram o território de Israel de surpresa, capturaram crianças e assassinaram essas crianças, algumas degoladas. Então eu pergunto: é para ser proporcional? A proporcionalidade que querem é que os soldados israelenses invadam de surpresa o território palestino ou a Faixa de Gaza e lá capturem crianças e cortem as suas cabeças, as degolem? Isso seria ser proporcional? Eu acredito que não. Ninguém concorda com isso. E sabem por que não concordam? Porque é absurdo, é escatologia fazer uma defesa de proporcionalidade num momento como este, do maior ataque terrorista dos últimos tempos.
O deputado Bruno Engler (em aparte) – Obrigado, deputado Coronel Sandro. Eu queria ler quatro nomes: Karla Stelzer, de 42 anos; Bruna Valeanu, de 24 anos; Ranani Glazer, de 24 anos; e, por último, Celeste Fishbein, de apenas 18 anos. Os três primeiros são cidadãos brasileiros mortos pelos terroristas do Hamas; e essa última não era cidadã brasileira, mas, sim, filha de uma brasileira, e também foi executada pelos terroristas do Hamas.
A esquerda é absolutamente canalha e ela é canalha em todos os seus níveis, desde a presidência da República, covarde, que se recusa a nominar o Hamas como grupo terrorista, o que já está mais do que claro pelas suas ações cruéis e desumanas, chegando ao ponto de degolar crianças. Mas o nosso governo não os chama de terroristas. É canalha aqui também, na tribuna da Assembleia... É absolutamente vergonhoso ver deputados subirem à tribuna desta Casa para justificar e relativizar o terrorismo do Hamas.
É absolutamente vergonhoso ver deputados subirem à tribuna desta Casa para justificar e relativizar o terrorismo do Hamas, seja tentando fazer uma falsa equiparação entre o Hamas e Israel, seja atacando o Estado de Israel, dizendo que a gente tem que estudar história, deputado – estudar história – para saber que um grupo que sequestra e degola criancinhas é terrorista. Agora, a maior hipocrisia de todas é que eles se dizem defensores das mulheres, eles se dizem defensores dos LGBTs e coisa que o valha. Mas, para justificar o seu ódio ao povo judeu e ao Estado de Israel, jogam todas as suas pautas pela janela. Ou alguém acha que tem parada LGBT na Faixa de Gaza? Sabe o que acontece com LGBT em Gaza? É morto pelo Hamas, pelo terrorismo palestino. Sabe qual é o único Estado do Oriente Médio que respeita direitos humanos, que garante direito às mulheres, que tem parada gay? É o Estado de Israel, que aqui é chamado de genocida, de terrorista e de tudo mais. Canalhas e hipócritas, deveriam ter vergonha de ocupar o Parlamento mineiro para passar pano para terrorista, igualzinho o chefe da quadrilha, o Lula, faz do Palácio do Planalto! Absolutamente vergonhoso!
O deputado Coronel Sandro – Obrigado, deputado Bruno Engler.
Vou conceder-lhe um aparte agora, deputado.
O pior, deputado Bruno Engler, é que eu não vejo nenhuma perspectiva, porque, muito embora a narrativa dos aliados seja uma, a gente sabe que a insignificância do Brasil no cenário internacional com o governo Lula mostra que o Brasil não é capaz de impactar em nada a solução do conflito no Oriente Médio. Ele tem que se ater – e até agora o está fazendo, mas que não transija – às funções executivas, resgatar os brasileiros que estão lá. Mesmo assim está tendo muita dificuldade para resgatar um grupo de 12 que está lá na Faixa de Gaza porque o Egito não confia no governo Lula, não confia. Então eu quero esses camaradas resgatados, essas pessoas.
Um aparte a V. Exa., deputado Eduardo Azevedo.
O deputado Eduardo Azevedo (em aparte) – Obrigado, deputado Coronel Sandro. Quero fazer coro com as suas palavras e também com as palavras do deputado Bruno Engler.
Eu já achei que eu tinha visto de tudo dentro da Assembleia Legislativa de Minas, mas chegar ao ponto de uma deputada usar esta tribuna para defender atos terroristas, chamar o Estado de Israel de fascista e terrorista? Eu não esperava ver isso aqui. É impressionante a hipocrisia e a falta de espírito. Parece que essa turma do Psol não tem alma. Quando a gente fala desse ataque, a gente não está falando simplesmente de um mero ataque: foi o pior ataque nos últimos 50 anos que Israel sofreu do Hamas. Esperavam que Israel fosse reagir como? Que Israel simplesmente ficasse ali inerte, sem fazer nada contra esses ataques terroristas, que ceifaram milhares de vidas israelitas? Como vocês querem que Israel reaja? Como?
É interessante que, quando ocorre estupro de mulheres, assassinato de crianças, logo vocês, que dizem que defendem os mais vulneráveis, não chegam aqui para falar nada a respeito dessas mulheres estupradas, não chegam para falar nada das crianças que foram mortas, degoladas. Que absurdo! Que hipocrisia você chegar a falar que o Estado de Israel é um Estado terrorista, quando estava agindo na sua defesa para defender o seu povo! Eu torço para que Israel continue cada vez mais ostensivo contra o Hamas e que não falte munição, que não falte arma bélica para que Israel possa realmente exterminar esses terroristas do Hamas. Chegar aqui e passar pano para um ato terrorista? Essa pessoa e esse partido político são meramente um partido e uma pessoa que apoiam também o terrorismo, são terroristas!
Então o nosso repúdio por chegar aqui e falar que o Estado de Israel está sendo terrorista ao defender as suas fronteiras contra um grupo que agiu de forma covarde contra crianças, mulheres. E agora nós temos que aceitar tudo isso? Então que não falte munição para que Israel vá para cima do Hamas. Obrigado pelo aparte.
O deputado Coronel Sandro – Obrigado, deputado Eduardo Azevedo.
Sr. Presidente, já caminhando para o encerramento, porque o tempo também está se esgotando, eu vou fazer minhas conclusões.
Só lembro um episódio recente, lamentável, em que um médico e alguns colegas foram assassinados no Rio de Janeiro pelo crime organizado, o Comando Vermelho. Esse médico era irmão de uma deputada de esquerda. Lamento, realmente, pois nenhum inocente merece morrer, mas não vi nenhuma mobilização contra o Comando Vermelho, contra o crime organizado no Rio em decorrência desse fato depois que descobriram que era o Comando Vermelho, não era alguém, como eles falam, incentivado pelo ódio bolsonarista.