44ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 30/10/2024

Palavras da deputada Leninha

A deputada Leninha – Muito obrigada, presidente Betão. Eu estou aqui para agradecer a este Parlamento por aprovar hoje, em 2º turno, uma proposta que me deixa muito feliz e me alegra muito. É uma satisfação aprovar hoje o projeto de lei de minha autoria, que institui o Polo Agroecológico e de Produção Orgânica na Região Metropolitana de Belo Horizonte e do Colar Metropolitano. Todos que acompanham a minha vida, a minha trajetória sabem que, nos últimos 30 anos, a minha história se embrenhou com a história da agroecologia em Minas Gerais e no Brasil, quando eu pude construir não só a Articulação Mineira de Agroecologia, mas também a Articulação Nacional de Agroecologia. Levo essas pautas no peito de forma muito profunda. Trabalhei muito liderando processos na questão da pesquisa em agroecologia, da prática da agroecologia e do movimento agroecológico no Brasil e no mundo. Instituir esse polo, para a gente, é muito importante. É reafirmar o meu compromisso com a transição agroecológica, com o projeto de Estado e País que tem o seu cerne a produção e o desenvolvimento sustentável, que apontem como necessário e urgente, em tempos de mudanças climáticas, que nós precisamos mudar o nosso padrão de desenvolvimento. Nós precisamos entender que a natureza e a terra, enfim, a água, nós somos seres complementares a esse tudo e precisamos cuidar do ambiente, das pessoas, da biodiversidade. É também trazer para o centro das discussões das grandes e médias cidades temas tão importantes como a crise climática, como eu disse, seus impactos e o que podemos fazer agora para minimizar os seus efeitos a longo prazo. Outra forma de produzir alimentos, que é possível, sem explorar a natureza, sem poluir nossas águas com veneno, com agrotóxico, sem desmatar e sem queimar. É possível, sim, produzir, de forma sustentável, garantindo o desenvolvimento com a participação e o protagonismo, principalmente dos agricultores e agricultoras familiares de nosso estado. Os campesinatos, os povos tradicionais podem, de fato, nos ensinar a produzir e manejar a terra sem agredi-la e sem violentar seu direito também de existir. Quero agradecer aos parlamentares mais uma vez, agradecer também às entidades que fazem a agroecologia neste estado, que também acreditam na possibilidade de a gente demonstrar a viabilidade desse modelo de desenvolvimento causado especificamente nessa relação homem e natureza. Também hoje à tarde nós recebemos uma excelente notícia, que preocupava todo o nosso estado e nos preocupa ainda, principalmente na região de Montes Claros, no Norte de Minas: os processos de debate sobre a privatização da educação. O Tribunal de Contas, hoje à tarde, ao aprovar um posicionamento contrário ao governador Zema, demonstra claramente a responsabilidade que a gente defende: que o Estado cuide da educação, da saúde, da segurança, da cultura. Enfim, que a gente tenha, de fato, um governo que sensibilize para que questões como essa não possam estar ameaçadas por um desejo pessoal, privatista, como é o caso do governador Zema. Nós queremos, sim, um estado cada vez mais forte, garantindo saúde, garantindo educação, garantindo segurança, cultura, meio ambiente, enfim, tudo aquilo que a gente acredita na política, na prática da melhor política, que é de fato garantir cada vez mais um estado mais forte para cuidar do nosso povo, da nossa gente e das nossas pautas. Enfim, hoje foi uma tarde de muitas votações, projetos muito importantes. Eu creio que nós estamos fazendo aqui, no Parlamento, aquilo que o cidadão e a cidadã mineira esperam, que é estar colado no nosso chão, no nosso território, nas nossas pautas locais, trazendo um grande debate aqui para esta Casa. Estamos tentando garantir, com projetos de leis, proteção, oportunidade e, acima de tudo, garantir o futuro das nossas gerações. A gente faz um debate sobre o padrão de desenvolvimento pelo qual o Estado de Minas Gerais vem optando nos últimos anos. Um padrão completamente violador dos direitos, um padrão de desenvolvimento que centra no economicismo, esquecendo que a natureza se esgota, esquecendo que a gente precisa garantir água, que a gente precisa garantir biodiversidade para as gerações futuras. Então é com esse sentimento que encerramos esta tarde de votação, entendendo que temos outras lutas para fazer aqui, nas próximas semanas, mas também entendendo que a gente mantém a resistência, a força e a coragem, tendo, na retaguarda, grandes movimentos, grandes articulações, compostos de pessoas que, assim como nós, acreditam em outro estado, um estado que cuide de gente e que se preocupe com as pessoas mais pobres. São essas as minhas palavras, presidente. Muito obrigada.

O presidente – Obrigado, deputada Leninha. Parabéns pela atuação.