Pronunciamentos

DEPUTADO SARGENTO RODRIGUES (PL)

Questão de Ordem

Ressalta que o executivo estadual ainda não enviou à Assembleia Legislativa cópia do Plano de Recuperação Fiscal enviado ao governo federal como parte do processo de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal. Declara posição contrária ao projeto de lei que altera o caput do art. 12-A para suprimir a limitação temporal (31 de dezembro de 2022) de incidência do adicional de dois pontos percentuais na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS - sobre produtos e serviços supérfluos, destinado ao financiamento de ações do Fundo de Erradicação da Miséria - FEM. Questiona a votação de um projeto de aumento de impostos, de autoria do governador, considerando que o governador ainda não enviou à Assembleia Legislativa cópia do Plano de Recuperação Fiscal, como solicitado.
Reunião 61ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 1ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 21/09/2023
Página 73, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas PL 1295 de 2023

Normas citadas LEI nº 6763, de 1975

61ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 19/9/2023

Palavras do deputado Sargento Rodrigues

O deputado Sargento Rodrigues – Presidente, eu serei breve. Estou aqui com uma matéria do portal da Itatiaia, que diz o seguinte: “O governo federal enviou ao governo de Minas um ofício cobrando informações sobre a homologação do Plano de Recuperação Fiscal”. Segundo o documento, o Estado de Minas Gerais teve seu pedido de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal aprovado em 6/7/2022, e, até o momento, não logrou homologar seu plano. O disposto na matéria segue inclusive fazendo referência ao art. 2º da Lei Complementar Federal nº 159/2017. Fato é, presidente, que a matéria, mais uma vez, é para alertar o Plenário desta Casa deque nós estamos sendo ludibriados e passados para trás pelo governo de Minas, quando ele não encaminha a esta Casa a cópia do Plano de Recuperação Fiscal enviado no dia 31 de julho. Presidente, V. Exa., no exercício da presidência, deve ter percebido que, em outro momento, eu fiz o alerta ao Plenário. Nós aprovamos aqui um requerimento, um pedido de informação, e nós encaminhamos, o presidente desta Casa encaminhou ao governo do Estado, à Seplag e à Fazenda pedido de informação no dia 2 de agosto. O prazo venceu no dia 1º de setembro, e a Seplag disse que não é com ela, e, sim, com a Fazenda, que até hoje não respondeu. E agora nós estamos aqui, e aqui eu faço a conexão da minha questão de ordem com a pauta propriamente dita, presidente, e jamais deixaria de fazê-lo numa questão de ordem. Agora nós estamos aqui com um projeto de lei, o Projeto de Lei nº 1.295/2023, para discutir aumento de impostos. Não é possível que esta Casa venha se debruçar sobre isso, sobre aumento de impostos. Vários parlamentares já ocuparam a tribuna falando do aumento do preço da ração para pet. Vou dar outro exemplo aos colegas deputados e deputadas: no ano de 2021, e possivelmente V. Exa. também tenha votado a matéria favoravelmente – não tenho a lista no momento –, nós votamos uma lei, de minha autoria, isentando do ICMS, que é de 25%, os policiais civis, militares, penais e bombeiros ao comprarem suas armas, munições e algemas, como equipamentos de trabalho. O referido projeto foi pensado, presidente, exatamente pelo exemplo que nós trouxemos do taxista: ele tem isenção de ICMS, que é o imposto estadual, e de IPI, por se tratar de uma ferramenta de trabalho do taxista – todos nós sabemos e reconhecemos. No caso do policial, a arma, a munição e a algema são as principais ferramentas de trabalho, porém, no caso do policial, diferentemente do taxista, ele necessita delas para a própria segurança quando deixa a viatura dentro da delegacia ou da penitenciária ou do quartel da Polícia Militar. Ou seja, a necessidade dele é muito maior. Aprovamos a lei. O empenho do governador, no Confaz, para se aprovar, foi zero, e agora ele quer aumentar a alíquota de ICMS das armas, do celular, da alimentação para atletas, dos smartphones, da ração para pet, do refrigerante, da cerveja. O cidadão mais humilde rala a semana inteira em serviço pesado, e, quando vai tomar uma cervejinha para dar uma desestressada, o governador Romeu Zema aumenta a alíquota. Então nós estamos agora com um projeto na pauta, para aumentar impostos, e, até hoje, o governo não encaminhou a resposta. Quem sabe o líder de governo, o deputado João Magalhães, ouvindo-nos, possa evitar uma convocação do secretário de Fazenda para dizer: “Cumpram a lei federal e entreguem a cópia do plano que vocês entregaram no dia 31/5/2023, em Brasília; entreguem-no aos parlamentares e mandem uma cópia para o MP, para o TCE, para o TJ e para a defensoria”. Isso não é possível. Esta Casa vai votar um projeto de aumento de impostos, mas não com o meu voto, presidente; meu voto é contrário, será contrário, até porque o governador disse que, na gestão dele, não aumentaria impostos. O meu voto é contrário. É um absurdo nós permitirmos uma votação para o aumento de imposto, e o governador até hoje não respondeu. Deputado João Magalhães, V. Exa., que está ao meu lado, evite a convocação do secretário da Fazenda. Já se passaram mais de 40 dias, e não chegou a resposta de um pedido de informação. Então, presidente, eu queria deixar isso aqui registrado e agradecer a V. Exa. Como é que você vai votar um projeto de imposto sem que o governo sequer responda a um ofício que é de interesse não deste deputado, mas do Parlamento? A União acabou de oficiar: “Olha, vocês não vão cumprir o restante, não, para aderir ao regime?”. E nós, nesta Casa, estamos fazendo papel de palhaços e de palhaças porque o governador não informa, o governo não informa. Isso é grave, presidente. Não é uma informação para este deputado; é para o Poder Legislativo, é para o Tribunal de Justiça, é para o MP, é para o TSE, é para a Defensoria Pública. E eu espero que o líder de governo tome alguma providência, passe a mão no telefone, ligue para o deputado Gustavo Valadares e fale: “Olha, cadê a cópia? Vocês vão continuar fazendo a gente de palhaço?”. Eu ia pedir encerramento de plano, presidente, mas fui suscitado pelo líder da Minoria, o líder da oposição, dizendo que há um requerimento de inversão de pauta. Mas votar aumento de imposto sem que o governo informe a esta Casa? Aí eu tenho que fazer um pedido pessoalmente ao presidente para não pautar esse tipo de matéria, sob pena de a Casa ficar desmoralizada diante do governo.