2ª REUNIÃO ESPECIAL DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 16/3/2023

Palavras do deputado Enes Cândido

How are you, guys? Good night. Dr. Gilmar, desculpe-me, preciso falar em português. Era o vídeo. Brincadeiras à parte, boa noite a todos; boa noite, Mesa; boa noite, nosso excelentíssimo presidente em exercício nesta reunião especial, Antonio Carlos Arantes, meu colega aqui na Casa, que muito tem me ensinado na 1ª-Secretaria da Mesa; boa noite, Dr. Gilmar Reis, cardiologista, coordenador-geral desse grupo que se inicia com esse processo de pesquisa e que, tenho certeza, fará muito ainda por Minas Gerais.

Estamos nesta Casa, hoje, quebrando um paradigma, porque o paradigma do mineiro e do brasileiro é que santo de casa não faz milagre, mas faz, sim, e o Dr. Gilmar, os seus colegas médicos e toda a equipe multidisciplinar envolvida nessa pesquisa e nesse grupo estão provando isso para nós. Da mesma forma, nós o fazemos aqui, neste Parlamento, ao trazermos para esta Casa a homenagem de um santo de casa, dos santos da casa, ou seja, mineiros ou de outros estados que fazem parte desse grupo, de outros lugares do País, mas capitaneados pelo Dr. Gilmar, que precisava desta homenagem, que merece esta homenagem, dentro da sua casa, no município em que mora, no município em que vive, em que é médico e no qual atua. Então fica aqui, de público, esse meu cumprimento de homenagem aqui, não só nesta cerimônia regimental, mas também como deputado.

Nosso Dr. Luciano Moreira, promotor de justiça, coordenador do CAO-Saúde, muito boa noite e obrigado pela presença. No Ministério Público, contamos com a sua atuação principalmente na saúde. Doutor, já fui diretor de hospital, secretário municipal de Saúde, e sei do papel do Ministério Público, da importância na legitimidade das ações do gestor e das execuções dos serviços de saúde. Nosso Dr. Gabriel, vice-presidente da Associação Médica, muito obrigado pela presença.

Mais do que um equilíbrio, mais do que uma pesquisa de um fármaco ou de alguns fármacos, nós passamos, durante 2 anos ou um pouco mais que isso, na medicina… Para quem não me conhece, sou enfermeiro de formação. Claro que trabalho na gestão há mais de 15 anos, há quase 15 anos, e vivi uma situação naquele momento de pandemia, no início dela, como secretário de saúde de Governador Valadares, um município grande do interior, sede de macrorregião, convergindo para aquele momento ali 84 municípios.

Naquele momento, nós conseguimos montar, conseguimos um recorde no interior: 59 leitos, novos leitos de UTI, para que pudéssemos ali receber os pacientes valadarenses e daquela região; e tivemos que abrir – não é novidade para quem atuou naquele momento – portas de entrada diferentes para síndromes respiratórias. E aí começa uma chuva de fake news, chuva para politizar a coisa. Um concorda com o tratamento precoce; e o outro, não. Mas, dentro desse processo de um turbilhão, parecia que nós, que trabalhamos com medicina, tínhamos desaprendido. O paciente que era admitido na UTI, que, com 40, 50 minutos, a gente o colocava estabilizado, pegava o acesso central, passava a sonda e o monitorava… Ou seja, agora vamos prescrever. Quando o médico voltava para a bancada a fim de prescrever, o paciente descompensava e aí ele voltava para o paciente. Vivemos isso todo o tempo. Mas ainda existiam, naquele momento, no meio daquele turbilhão, pessoas equilibradas e preocupadas em fazer algo diferente. Esse estudo veio para isso e provou. Eu espero, Dr. Gilmar, que seja a primeira de muitas pesquisas que vão trazer, pós-acontecimento, pós-ocorrências, o desempenho da medicina e coisas atuais para que possamos, enquanto gestores de saúde, políticos, profissionais de saúde, tratar dos pacientes, que é o nosso foco e que é o foco da pesquisa. A todo tempo o nosso alvo é como esse paciente vai ter um acesso de qualidade melhor e, mais do que isso, um estudo comprovado de que aquilo ali funciona.

Fica aqui também, de público, o agradecimento àqueles voluntários. Na cidade onde eu e a minha família vivemos, mil voluntários contribuíram para essa pesquisa. Eu queria, com a permissão do presidente, o deputado Antonio Carlos Arantes, fazer aqui uma quebra de protocolo. Ou seja, queria que ficasse de pé o Dr. Adhemar Figueiredo, um valadarense com o título de Cidadão Honorário, médico, presidente da residência médica, que foi um braço em Governador Valadares, amigo do Dr. Gilmar e que fez essa interlocução. Eu queria que você ficasse de pé, Adhemar, mas sem a autorização do meu pai adotivo, assim gosto de falar… Não tenho Fraga no nome, mas ele está aqui prestigiando o Dr. Gilmar também. O Dr. Renato Fraga Valentim está ali, é conselheiro e superintendente do Hospital Bom Samaritano em Governador Valadares, que autorizou que a pesquisa também fosse feita ali naquele momento – podem se sentar, eu só precisava fazer essa menção de público –, para que também contribuísse, junto com a Policlínica Central, que, naquele momento, virou uma porta de entrada para síndromes respiratórias.

Só queria aqui, para encerrar a minha fala, dizer: que nós possamos ter mais Gilmares, que nós possamos ter mais projetos como o The Together Trial, que nós possamos ter mais médicos e equipes multidisciplinares na saúde para que os legados de coisas e de… Espero que, nos próximos 100 anos, não vivenciemos mais uma pandemia, mais uma ocorrência dessa. E, para encerrar a minha fala, queria que nós pudéssemos sair daqui hoje com duas reflexões. Primeiro, mostrar a esse grupo o que estamos fazendo aqui hoje: menção àquilo que dá certo, com pessoas sérias, com estudos sérios. E mais: o que ficou de legado pós-pandemia? A frieza de relacionamento interpessoal, a frieza de que… Tenho certeza de que, se eu pedir que levantem a mão aqui, veremos que haverá quem perdeu um primo ou uma prima, um pai ou uma mãe ou um ente querido. Naquele momento do isolamento social, reclamávamos que estávamos com saudade das pessoas. Nós voltamos para a vida normal. Aqui todo mundo, neste Plenário, nesta Mesa, está sem máscara porque… Há um ali com máscara, mas é sazonal, é escolha. Nós estamos numa vida normal. Mas será que nós deixamos um relacionamento interpessoal diferente daquele lá de trás? Vamos amar mais as pessoas, vamos fazer com que as pessoas sejam mais afetuosas umas com as outras. Esse é o meu recado.

Obrigado pela presença; obrigado, Dr. Gilmar; e agradeço a toda a sua equipe por nos trazer essa pesquisa. Que ela possa ser a primeira nesse quesito de muitas que ainda virão. Pode contar com este deputado no que precisar. E, no mais, muito boa noite, muito obrigado pela presença de cada um de vocês. Um abraço.