DEPUTADA ANDRÉIA DE JESUS (PT)
Discurso
Legislatura 19ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 13/12/2022
Página 14, Coluna 1
Assunto ELEIÇÃO. ORÇAMENTO. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA.
73ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 19ª LEGISLATURA, EM 7/12/2022
Palavras da deputada Andréia de Jesus
A deputada Andréia de Jesus – Boa tarde às deputadas e aos deputados que estão presentes, deputado João Leite, deputado Hely Tarqüínio, deputado Delegado Heli Grilo; aos deputados que estão acompanhando de forma remota. Quero cumprimentar também os mineiros que estão acompanhando a gente pela TV Assembleia e pelas redes sociais.
Presidente, eu me inscrevi para trazer aqui o relato que tenho ouvido de diversos professores e de alunos das universidades públicas. Quero deixar registrada essa maldade cirúrgica que o governo federal está fazendo, no momento do apagão, que o governo acomete agora, esse desgoverno Bolsonaro. Após a sua derrota não reconhecida, recai maior peso sobre aquela parcela da população que mais precisa de política pública, para seguir tocando a sua vida isolada. É um exemplo a não garantia de recursos necessários para o pagamento do Bolsa Família. É uma maldade que tira a comida da mesa das famílias, da boca de milhões de crianças, exigindo que o governo eleito, o presidente Lula, trabalhe pela aprovação da chamada PEC da Transição, para assegurar os R$600,00 por família, mais R$150,00 para crianças de até 6 anos, pertencentes às famílias beneficiadas pelo programa. Mas essa ainda não é maior maldade.
Outra violência praticada por esse governo, que tantos crimes contra a humanidade já cometeu, é os bloqueios das verbas das universidades e dos institutos federais. O último na ordem de R$431.000.000,00. São cortes que impossibilitam a continuidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão em todas as instituições federais. O que essas outras maldades têm em comum? Eu digo: a cor dos alvos. São mulheres e homens pretos, idosos, adultos, jovens e crianças, em sua imensa maioria de famílias de pretos, que são atingidos em detrimento de garantia de recursos para acionistas estrangeiros da Petrobras, para a farra de distribuição de recurso público, através do orçamento secreto, sancionado por Bolsonaro e utilizado por ele para comprar apoio do Congresso Nacional. No caso das universidades, estudantes cotistas, que precisam de política de permanência, são os primeiros a ser atingidos. A perda da bolsa, por mais baixos que sejam esses valores, e são, retira a possibilidade de continuidade dos estudos para milhares de jovens do Brasil afora. São jovens pretos, que apresentam um rendimento escolar extraordinário.
O desafio do governo Lula será recompor o orçamento das universidades, dos institutos federais; garantir o pleno funcionamento dessas instituições e apostar no desenvolvimento do País. Desenvolvimento que conta com pessoas, com jovens, mulheres, homens, na sua maioria, volto a dizer, pretos. Gerar e espalhar conhecimento é base para qualquer processo de avanço social, e é isso que vamos defender junto ao governo federal a partir de janeiro. Essa é a aposta clara. Ela inclui políticas estruturadas de permanência estudantil, ampliação do atendimento nas universidades públicas, permanência para estudantes e todos os alunos que dela precisam, em especial os alunos cotistas. Esse relato é a soma da voz de vários funcionários, servidores, estudantes, pais e alunos de universidades públicas que, nos últimos anos, viram a universidade se colorir com a presença de negros e negras, reescrevendo a história deste estado e deste país.
Então, essa maldade cirúrgica do presidente, do desgoverno Bolsonaro, que perdeu as eleições e que tem que assumir isso, que nunca representou o Brasil, vai mudar. Mas, enquanto isso, nós estamos aqui lutando e deixando a voz dessas pessoas ecoar aqui também na Casa. Atacar a educação, agora que o corpo negro está lá, ocupando as cadeiras no curso superior, é mais uma ação racista, contrária ao avanço, e nós seguiremos ocupando essas cadeiras e priorizando a educação integral e integrada, para o próximo ano.
Esta é a minha colaboração, presidente. Obrigada.