Pronunciamentos

DEPUTADO CARLOS PIMENTA (PDT)

Declaração de Voto

Critica a administração do governo do Estado. Lê carta de um servidor estadual, que critica o atraso no pagamento do 13º salário dos servidores do Estado, e de um prefeito de Minas Gerais, que critica a administração estadual e o descaso com os municípios.
Reunião 91ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 18ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 22/12/2018
Página 77, Coluna 1
Assunto ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL. ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL. PESSOAL.

91ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 18ª LEGISLATURA, EM 20/12/2018

Palavras do deputado Carlos Pimenta



O deputado Carlos Pimenta – Sr. Presidente, deputado Dalmo Ribeiro, senhores e senhoras, em primeiro lugar, gostaria de manifestar a minha tranquilidade e até mesmo alegria com a oportunidade da votação do orçamento para 2019, mesmo porque o futuro governador, Romeu Zema, que assumirá o Estado no dia 1º de janeiro, precisará de orçamento para governar Minas Gerais. Nesses últimos quatro anos, estivemos na oposição, bravos e firmes, não permitindo os abusos que ocorreram em Minas Gerais, contra os quais protestamos. Espero que, a partir de 2019, estejamos apoiando o futuro governador Zema, para que ele possa ter tranquilidade para governar este estado, que está lastimável, está um caos, principalmente na área da saúde pública, o que testemunhei como presidente da Comissão de Saúde. Minas deu um mau exemplo a todos os estados brasileiros. Sr. Presidente, gostaria de fazer rapidamente a leitura de dois ofícios que recebi, mostrando o estado de calamidade de Minas Gerais. O primeiro é de um pobre funcionário estadual. (– Lê:) “Caro deputado Carlos Pimenta, diferentemente da grande maioria dos trabalhadores que receberá o 13º salário neste mês de dezembro, que eu merecidamente deveria receber... O 13º salário significa a única condição que eu teria para dar um singelo presentinho aos meus três filhos e principalmente comprar o material escolar para eles no ano que vem”. Vejam que situação! “Sinto-me na verdade um trapo, absolutamente um nada ao saber que não receberei essa gratificação à qual tenho direito constitucionalmente. É duro viver num estado em que o governador deixa de lado os servidores; é triste olhar para trás e constatar que depois de um ano de trabalho, de sofrimento, terei o meu salário parcelado. E agora não terei o 13º salário. Sei, Dr. Carlos, que o senhor pouco pode fazer, mas tenho acompanhado a sua luta e a sua posição firme como parlamentar da oposição. Receba esta manifestação como desabafo de um dos milhares de servidores públicos que, mesmo decepcionado, ainda consegue ter a capacidade de indignar-se”. Essa mensagem, meu caro Dalmo, encaminhada por um servidor da cidade de Montes Claros, na verdade é o desabafo de mais de 400 mil servidores e de 14 milhões de desempregados do Brasil. O mês de dezembro é simbólico. A pessoa conta com o 13º salário para comprar um presentinho, como ele disse, mas grande parte desse dinheiro é guardada para o ano que vem, para esses trabalhadores comprarem o material escolar de seus filhos e fazer face a outra despesa. Farei a leitura da mensagem de um prefeito de Minas Gerais. (- Lê:) “O final deste governo é o último ato de uma comédia desastrosa que trouxe muita incerteza, muita desilusão ao Estado mais conservador do País. Se Minas era considerado o Estado da serenidade e das iniciativas pioneiras que norteava as decisões políticas brasileiras, a partir desse governo fica o mal exemplo e a desmoralização do bom nome das Minas Gerais. Como prefeito, sinto uma tristeza e uma decepção profunda em saber que o desastre da minha administração não é causado por incompetência ou mesmo por qualquer ato de improbidade, e sim por falta de responsabilidade desse malfadado governo, que não só acabou com o Estado como também desmoralizou e complicou centenas de governos municipais. Não sei se terei forças e condições para completar os dois anos que faltam como prefeito da minha cidade. Só me resta a esperança de conseguir o mínimo necessário para não deixar o meu povo sem o atendimento básico da saúde, da educação e das ações sociais. Que o bom Deus nos ajude!” Esse é o retrato dos quatro anos que vivemos desse desgoverno do governador Fernando Pimentel, que queria agora empurrar um projeto para legalizar os seus atos de incompetência. Vemos que Minas é o Estado da desmoralização, é um Estado que nos envergonha. Estamos aqui hoje encerrando esta legislatura, mas volto a falar da legislatura seguinte com pesar, com tristeza, por saber que pouco foi feito pelos mineiros e que houve a desmoralização dos servidores. Espero, sinceramente, que o ano que vem seja o ano da reconstrução do nosso estado de Minas Gerais. Muito obrigado.