91ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 18ª LEGISLATURA, EM 20/12/2018

Palavras do deputado Duarte Bechir

O deputado Duarte Bechir – Presidente Dalmo, deputadas e deputados, gente de toda Minas Gerais, é chegado o momento de nos reunirmos na Assembleia pela última vez, nesta legislatura. Quero aqui fazer uma reflexão acerca do nosso trabalho nesta Casa. Quero enfatizar o meu carinho, a minha dedicação, o meu compromisso na condição de presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Nesses quatro anos, presidente, podemos afirmar que crescemos muito interiormente, na capacidade de enxergar o semelhante, de ver as dificuldades, de lutar por suas conquistas e, então, poder chegar aqui hoje e falar, de viva voz, com o coração aberto, sobre as inúmeras conquistas obtidas por meio do trabalho em defesa dos direitos da pessoa com deficiência. Ficou o aprendizado. Ficaram muitas lições. Ficou o conhecimento desse segmento que precisa ser reconhecido, trabalhado, valorizado, ouvido. Precisamos, daqui para a frente, não mais permitir que essa comissão se apague ou deixe de exercer o seu importante papel na política em favor da pessoa com deficiência no Estado de Minas Gerais. Olho para trás hoje e posso enxergar muitas conquistas em favor da pessoa com deficiência nesses quatro anos, mas posso dizer que falta muito a fazer, muito a aprender, muito a garantir para os direitos dessas pessoas. No final deste ano, conhecemos os educadores do Distrito Federal, onde a educação para a pessoa com deficiência não tem terminalidade, ela entra já na pré-escola e vai crescendo, se desenvolvendo e não chega, como ocorre em Minas Gerais, o dia da formatura desses jovens. Para esses jovens, esse dia é um transtorno. Para eles, secretário Rogério, é um prejuízo se formar, pois deixam de vivenciar na escola toda a garantia que têm das oficinas pedagógicas, dos professores, que também são preparados na legislação para lecionar, mas também deixam a educação multidisciplinar, em que há médico, terapeuta ocupacional e enfermeira que dão a esses alunos, a esses jovens, o tratamento de que necessitam. Chega a formatura e eles não têm mais condição de permanecer na escola especial, pois atingiram o ápice. Aqui em Minas existe o ápice. E os que têm condições – são poucos – de ser incluídos nas escolas normais, caminham para elas. Mas os que porventura têm a deficiência severa e não têm condições de ser incluídos, inseridos, na escola regular ou normal, voltam para casa. Eles voltam para casa e o prejuízo é evidente. Tudo aquilo que conquistaram nas oficinas, com o apoio da equipe multidisciplinar, vai regredindo e essas pessoas com deficiência vão para o quarto, tomar medicamento, comer de forma não mais organizada como era na escola, ficando abandonados em seus lares. Essa é uma triste realidade que temos de mudar. Quero aqui, na última fala dessa legislatura, dizer que em qualquer lugar que o deputado Duarte Bechir for convocado ou convidado para atuar na defesa dos mineiros, estarei também atento, estarei de olho, participando, do debate em defesa dos direitos da pessoa com deficiência. Neste final, quero dizer ao futuro governador que tomará posse no dia 1º – ele foi diplomado ontem -, o governador Romeu Zema, que em uma de suas falas falou da possibilidade de revogar a lei de inclusão da pessoa com deficiência no campo do trabalho. Disse isso porque, com certeza, não conhece em profundidade a necessidade das pessoas com deficiência. Fizemos um relatório de todas as atividades da comissão e enviamos à equipe de transição. Vamos entregar esse relatório pessoalmente ao governador, após nossa posse, no dia 1º de fevereiro. Vamos visitar aquela futura ou aquele futuro secretário de Educação e entregar-lhe uma cópia. Vamos fazer um relato da educação da pessoa com deficiência no Estado de Minas Gerais, falando dos seus direitos, do que é feito e do que precisa ser feito. Vamos pedir o apoio do novo governo para a causa da pessoa com deficiência. Termino aqui, presidente Dalmo, cumprimentando os pares, os que permanecerão no Parlamento, cumprimentando aqueles e aquelas que deixam o Parlamento com suas missões cumpridas, desejando que os que não mais estarão aqui possam, na sua vida, ter oportunidade de continuar trabalhando, porque aqui é uma escola. Também quero dizer aos que ficam e aos que chegam: aqui não podemos ter divisões políticas que prejudiquem o Estado de Minas Gerais. O nosso partido não é mais o meu PSD nem o Novo, do governador, o meu partido é o PMG, é o Partido de Minas Gerais, para o qual vou trabalhar incansavelmente, vou trabalhar todos os dias, em apoio às coisas boas que o governo nos propor. Um abraço a todos. Muito obrigado.