Pronunciamentos

DEPUTADO ANDRÉ QUINTÃO (PT)

Discurso

Critica o deputado Sargento Rodrigues que teria dito que uma deputada foi eleita por organização criminosa. Solicita, em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores - PT -, que haja algum mecanismo que proíba o porte de arma no Plenário da Assembleia. Lamenta as vaias direcionadas à deputada federal Áurea Carolina, no momento de sua diplomação. Comenta episódio ocorrido na Sessão Solene de Diplomação dos Eleitos em Minas Gerais.
Reunião 91ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 18ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 22/12/2018
Página 67, Coluna 1
Assunto ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS (ALMG). DEPUTADO ESTADUAL.

91ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 18ª LEGISLATURA, EM 20/12/2018

Palavras do deputado André Quintão



O deputado André Quintão – Sr. Presidente, infelizmente alguns deputados, especificamente o deputado Sargento Rodrigues, que adora adjetivos, deveriam usar mais substantivos. Adjetivos foram direcionados a uma deputada eleita com a força do voto para insinuar que ela foi eleita por organização criminosa. Pode gostar mais ou menos do governador. Chama o governador de bandido. Acredito que a democracia não comporta esse tipo de comportamento no Plenário. Chamar colegas de organização criminosa? Chamou, Sr. Presidente, chamou! Tem de assumir o que fala.

Presidente, infelizmente, esse período vai recomendar – e solicito, em nome da bancada do PT – que, na próxima legislatura, haja algum mecanismo que não permita a ninguém andar armado dentro deste Plenário. Faço esse pedido em razão do clima que está instalado, peço por quem vai chegar, pelo que aconteceu ontem, pelo País em que estamos vivendo. Nós, do PT, não temos medo de ataque, de violência. Somos da paz, mas vamos resistir. É da democracia! Não adianta discurso militarizado, de força, de ódio, de arbítrio. Esta Assembleia, por muitos anos, já viveu isso e superou.

É um absurdo, deputado Sargento Rodrigues! Um absurdo! V. Exa. tinha que estar aqui defendendo a democracia, defendendo a liberdade de expressão.

Ontem uma deputada negra, jovem, foi apupada e vaiada. Foi ali que começou, essa é a verdade. Estávamos lá. V. Exa. deveria se solidarizar com a deputada Áurea Carolina. Foi ali que se quebrou o espírito solene da diplomação. Todos, todos foram aplaudidos. O governador Zema, repito, foi aplaudido porque merece, porque ganhou no voto. Respeitamos a democracia. Rodrigo Pacheco merece, porque ganhou no voto; Carlos Viana merece, porque ganhou no voto, como todos os deputados e deputadas mereceriam. Ali começou o clima de intolerância. Não fomos nós. Se alguém se acha no direito e quer fazer alguma manifestação com placa e com gesto, que o faça. Ali não pode haver juiz, árbitro da atitude alheia, da atitude de um deputado ou de uma deputada eleita.

Acho, com todo respeito ao tribunal... Por isso nossa indagação é respeitosa, é pedindo para se averiguar o que aconteceu. Os vídeos estão aí. Uma placa foi subtraída abruptamente de uma deputada eleita, ato motivado por um palpite de outro deputado eleito.

Será que a Assembleia não vai reconhecer isso? Será que o clima de beligerância vai impedir que sejamos racionais em nome da democracia? O que aconteceu com ela pode acontecer com qualquer um de nós ali na esquina. Então, eu queria, de maneira clara… Ataques dessa natureza a sindicatos… Será que o deputado se referiu ao Sind-UTE, deputado Rogério? Como organização criminosa que elegeu… Aliás, elegeu o PT, o PR, o PSB. Então, esse ataque não é só contra o PT, não, porque os votos nossos foram para a coligação. Então, quando V. Exa. fala que as nossas campanhas são financiadas por organização criminosa, está atacando todos os deputados e deputadas da coligação. V. Exa. não tem o direito de fazer isso. V. Exa. não tem o direito de atacar os deputados e deputadas do PT eleitos ou atuais. Faça a crítica política, de alto nível, sem adjetivo. Respeite quem merece respeito.