Pronunciamentos

DEPUTADO ROBERTO ANDRADE (PTN), Autor do requerimento que deu origem à homenagem.

Discurso

Transcurso do 70º aniversário de fundação da empresa Agroceres de Minas Gerais.
Reunião 62ª reunião ESPECIAL
Legislatura 18ª legislatura, 1ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 30/12/2015
Página 13, Coluna 1
Assunto CALENDÁRIO.
Proposições citadas RQO 2357 de 2015

62ª REUNIÃO ESPECIAL DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 18ª LEGISLATURA, EM 14/12/2015

Palavras do deputado Roberto Andrade

Exmos. Srs. Deputado Hely Tarqüínio, presidente da Assembleia de Minas Gerais em exercício; Fernando Antônio Pereira, presidente executivo do Grupo Agroceres; João Cruz Filho, secretário de Agricultura e Pecuária; deputado Dalmo Ribeiro Silva; Urbano Campos Ribeiral, presidente do Conselho Administrativo do Grupo Agroceres; Profa. Nilda de Fátima Ferreira Soares, reitora da Universidade Federal de Viçosa – Profa. Nilda, acho que 80% dos que aqui estão se formaram em Viçosa, poderíamos ter feito esta solenidade em Viçosa, aqui estão o Amarildo, o João, a própria equipe da Agroceres, só tem gente da nossa universidade. Faço uma saudação especial ao meu primo Maurício Nacif de Faria, aos meus tios José Vigianno e Rui Medina, que também trabalharam na Agroceres – o Maurício ainda trabalha. Cumprimento e agradeço à Banda de Música da 4ª Região Militar; cumprimento os prefeitos Anylton, de Araponga, Chiquinho, de Teixeiras, Ângelo Chequer, de Viçosa; mineiros e mineiras que nos assistem pela TV Assembleia, senhoras e senhores.

O Grupo Agroceres e Viçosa, minha terra natal, fazem parte de uma bem-sucedida história de grandes inovações tecnológicas e serviços prestados à sociedade brasileira na forma de produtos de qualidade inquestionável e de pesquisas pioneiras que alavancam o progresso de nosso país.

Logo no início do período do pós-guerra, em 1945, o fundador da Agroceres, Antônio Secundino de São José, fez germinar suas ideias ao tirar do papel o conhecimento apreendido em sala de aula e laboratórios para aplicá-lo na prática. Formado na primeira turma de agronomia da Escola Superior de Agricultura e Veterinária de Viçosa – Esav –, que posteriormente se transformaria na Universidade Federal de Viçosa – UFV –, o Dr. Secundino foi um dos responsáveis por instituir uma longa tradição de destaque no agronegócio nacional de que hoje a UFV se orgulha por fazer parte. Tive a satisfação de conhecer pessoalmente esse notável acadêmico e visionário homem de negócios.

Aos 27 anos, já como professor da Esav, Dr. Secundino foi estudar nos EUA, onde se dedicou a pesquisar o melhoramento genético das plantas e a visitar novas escolas de agricultura. Foi nessa época que conheceu uma tecnologia amplamente difundida naquele país: a semente de milho híbrido.

Ao voltar para o Brasil, Dr. Secundino trouxe uma coleção de linhagens e cruzamentos de milho obtidos em universidades americanas e iniciou, com Gladstone Drummond, também professor e pesquisador da Esav, pesquisas para obter milho híbrido adaptado às condições brasileiras, embora os primeiros resultados indicassem que aquelas sementes não conseguiriam se adaptar às condições brasileiras. Até a obtenção de um milho híbrido genuinamente nacional, seria necessária a criação de outras linhagens a partir de variedades brasileiras, processo que ainda tomaria muito tempo e recursos. Nesse meio tempo, Dr. Secundino foi secretário de Agricultura da Paraíba, trabalhou na Comissão Brasileiro-Americana de Produção de Gêneros Alimentícios e, em seguida, foi contratado para trabalhar na General Mills, em Niterói, Rio de Janeiro, onde conheceu o químico John Ware, que o incentivou a apresentar seu projeto de milho híbrido à companhia.

A falta de investidores não constituiu barreira para fazer com que Secundino e Ware desistissem da ideia. Eles se uniram a outros sócios e, em 20/9/1945, deram início à Agroceres. O resto é história, e vocês a conhecem. Ao longo das décadas, a empresa cresceu, despontou no mercado e se tornou um grande conglomerado de marcas e empresas referências em vários setores. Hoje o Grupo Agroceres possui seis marcas que atuam nos ramos de genética animal, nutrição animal, isca formicida, palmito cultivado e sementes. Seu propósito tem sido levar tecnologia ao campo e contribuir para o agronegócio brasileiro em sua busca incessante por produzir cada vez mais e melhor.

Cada empresa do grupo é destaque no setor em que atua. A Agroceres PIC revolucionou o mercado de genética animal com o suíno híbrido. A Agroceres Multimix é sinônimo de tecnologia e inovação em nutrição animal. As iscas Formicidas Mirex-S são líder de mercado. A Biomatrix e a Santa Helena Sementes retomaram a tradição da Agroceres na produção de sementes e são reconhecidas pelo alto padrão de qualidade de seus produtos. E a Inaceres está no topo do ranking da produção, do processamento e da comercialização de palmitos cultivados em todo o Brasil. Enfim, um grupo 100% nacional que deve ser motivo de orgulho para os brasileiros.

Nesse sentido, a homenagem à Agroceres vem em momento oportuno. Nossa economia vive um período delicado, o cenário político é conturbado, e devemos buscar, no exemplo desse prestigiado grupo, a inspiração de que o País precisa para retomar o crescimento socioeconômico, tendo como norte os pilares defendidos pela instituição: tecnologia, inovação, qualidade, atendimento e resultado. Em meus discursos, tanto aqui na Assembleia como em outros lugares, tenho insistido na importância de como a tecnologia e a inovação podem fazer diferença em nosso progresso social. Para tanto, é preciso aproximar as empresas das universidades, fomentando uma relação harmoniosa entre iniciativa privada e setor público, assim como a UFV e o Grupo Agroceres sempre mantiveram um relacionamento saudável e benéfico para ambas as partes. Nós temos acadêmicos e cientistas que não param de produzir tecnologia de ponta, mas não estamos sabendo aproveitar todo esse conhecimento – o Dr. Secundino soube – desenvolvido aqui e temos visto grandes mentes migrarem para outras nações em busca de melhores oportunidades.

Precisamos de uma revolução constante. Nossos governos têm investido pouco. Às vezes, o Estado custeia uma bolsa de estudo ou pesquisa para um professor ou estudante, mas sem ter o devido retorno. É hora de mudar esse ciclo e dar início a uma nova era, uma era marcada por um Brasil revolucionário, moderno e dinâmico, tal qual aquele país vislumbrado pelo Dr. Secundino, em meados do século passado; um Brasil sem entraves para quem quer empreender e gerar emprego e renda para a nossa população. São de mulheres e homens ousados, que não temem empreender e enfrentar o desconhecido que o Brasil necessita mais do que nunca. Então vamos fazer como o Dr. Secundino e plantar mais sementes inovadoras para colhermos frutos férteis como as empresas da Agroceres.

Mais uma vez parabenizo o grupo nas pessoas de seus diretores, funcionários e clientes presentes a esta cerimônia. Parabéns, Agroceres! Que suas sementes continuem cada vez mais rendendo bons frutos ao Brasil. Muito obrigado.