DEPUTADO GUSTAVO CORRÊA (DEM)
Questão de Ordem
Legislatura 17ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 08/01/2015
Página 25, Coluna 1
Assunto GOVERNADOR. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA.
81ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 17ª LEGISLATURA, EM 6/1/2015
Palavras do deputado Gustavo Corrêa
O deputado Gustavo Corrêa – O nobre parlamentar, deputado Rogério Correia – não consigo entender –, durante anos e anos, teve toda a liberdade de fazer as suas colocações e de expressar os seus sentimentos e ideias. Agora, quando este parlamentar pede uma questão de ordem, esse nobre parlamentar quer cercear a minha palavra. De forma muito tranquila, faço questão de dizer, caro presidente, sem entrar no mérito da questão do deputado Lafayette de Andrada, pois tenho o mesmo entendimento, que V. Exa., na condição de presidente, teve um entendimento totalmente diferente do que prevê o Regimento. Temos de respeitar a sua posição, mas, de forma muito tranquila – e já expressei isso tão logo passaram as eleições –, digo que fiz parte do governo que se encerrou em 2014, que transformou a vida dos mineiros, que sempre pagou o salário dos servidores no quinto dia útil do mês e que sempre honrou seus compromissos. Sempre respeitei a ideia daqueles que, em determinado momento, eram oposição. Se quiserem, podem voltar no tempo. Jamais mudarei as minhas posições e ideias em relação ao governo que se encerrou em 2014. Preocupa-me ver que o governo que assumiu em 1º/1/2015 mudou totalmente tudo que historicamente sempre defendeu. Agora quero discutir as matérias que foram lidas por V. Exa. A oposição sempre fez críticas ao governo que se encerrou em 2014, dizendo que a máquina estava inchada, com vários amigos. Começo a ver que o governo que assumiu vai por um caminho totalmente inverso ao de 2014. Em 2014, não tínhamos amigos, mas uma gestão moderna, austera e transparente, que gastava menos com a máquina pública para investir mais no cidadão. Começo a ver que o atual governo, pelo contrário, tem buscado alternativas para acolher os seus companheiros, sobretudo aqueles que foram derrotados nas últimas eleições, quando chegam mensagens a esta Casa para a criação de mais secretarias. Olhemos para o governo federal. O ministro da atual presidenta da República disse que é necessário cortar gastos e reduzir a máquina pública. O atual governador de Minas Gerais, que é do mesmo partido da presidenta Dilma, faz exatamente o contrário e propõe o aumento do seu salário, sendo que, durante seis meses de 2014, a oposição, que hoje é situação, recusou-se a votar o aumento salarial dos servidores previsto no orçamento. Primeiro, temos de pagar melhor os servidores, para, depois, olharmos o nosso salário. O grande senador Aécio Neves – que me perdoem aqueles que não estão mais aqui para ouvir -, quando assumiu o governo em 2003, deputado Duarte Bechir, teve como primeiro ato cortar o seu próprio salário. O atual governo, primeiro, está querendo aumentar o seu salário e o do seu secretariado, para beneficiar um grupinho de pessoas. Gente, vamos verificar a história. Não vamos mudar as nossas ideias. Vamos ser coerentes. Aqueles que sempre pregaram a ética e a transparência e, mais do que isso, que o servidor público fosse mais bem pago têm de votar primeiro, antes de criar secretarias, deputado João Leite, o aumento dos servidores do Estado. Vamos votar outros tantos projetos que são do interesse do povo de Minas Gerais, para, depois, discutirmos a criação de cargos e o aumento de salário do governador e dos secretários. Gente, abram os jornais para ver, deputado Duarte Bechir, que a maioria dos estados da Federação estão cortando gastos e reduzindo despesas. O atual governo, que era oposição e é hoje situação, sempre disse que o governo estava endividado, mas parece que querem endividá-lo ainda mais. Presidente, chamo a atenção dos mineiros para não fugirmos da ética e da transparência.