Pronunciamentos

DEPUTADO DOUTOR WILSON BATISTA (PSD)

Discurso

Solicita aos deputados o encerramento das discussões partidárias e a volta ao trabalho.
Reunião 17ª reunião EXTRAORDINÁRIA
Legislatura 17ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 06/12/2014
Página 63, Coluna 1
Assunto DEPUTADO ESTADUAL.

17ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 17ª LEGISLATURA, EM 3/12/2014

Palavras do deputado Doutor Wilson Batista


O deputado Doutor Wilson Batista - Ao final do meu pronunciamento, Dr. Hely, V. Exa. entenderá o meu questionamento. Inicio com um poema escrito em A nova Heloísa: “Tudo é absurdo, mas nada é chocante, porque todos se acostumam a tudo”. O que vivenciamos nesta manhã é um tremendo absurdo. Um tremendo absurdo!

Os discursos são eloquentes, os discursos são muito bonitos, mas, para esta Casa, para o nosso papel de deputado de pouco servem. Estamos aqui para defender o povo e estamos hoje ouvindo dizer que os políticos estão tremendo, que o PT está tremendo. Ninguém está tremendo, Dr. Hely. Hoje, quem treme neste país é o povo que precisa de nosso trabalho como deputado, é o povo nas filas dos hospitais, é o paciente no corredor do hospital, que está aguardando por meses uma cirurgia. Esse está tremendo. Não é nenhum político do PT que está tremendo nem o próprio PT, porque todos eles, após tantos absurdos, já estão aí perdoados. Quem não está sendo perdoado neste país é o povo.

Quando trabalhei num hospital em Barbalha, há 15 anos, atendíamos a todos os pacientes com câncer. Hoje os pacientes do mesmo hospital estão aguardando por meses, por anos um atendimento oncológico. Esse paciente que está com diagnóstico de câncer está tremendo na fila e não está sendo atendido. Sua cirurgia não foi marcada e os seus exames não foram realizados. Então, é ele que está tremendo. Não tem ninguém mais tremendo neste país, muito menos político, muito menos petista, muito menos o PT. Não estão tremendo. Eles estão sim sabendo que podem fazer tudo e que o País está a beira de um colapso. Quem está tremendo é o povo, é o brasileiro, é a brasileira, são os mineiros.

Deputado João Leite, esses estão tremendo com esse desgoverno insensível ao sofrimento das pessoas. Esse governo não sabe o quanto as pessoas estão tremendo, não vê a família que tem um filho na mira de traficante. A família toda está tremendo. Tenham certeza de que nenhum político treme neste país. É o País da impunidade, onde hoje se valoriza o malfeito, João Leite. O exemplo que temos hoje no País é esse. E o povo brasileiro, o mineiro, a mineira e toda a família estão tremendo com as dificuldades que enfrentam. O trabalhador que acorda de manhã e entra no transporte público, lotado, sem espaço, está tremendo, com medo de chegar atrasado ao serviço, ameaçado de desemprego. Essas pessoas estão tremendo, como o estudante que passou sua vida estudando, preparando-se para fazer um concurso e, hoje, aprovado, não foi admitido e tem suas responsabilidades a cumprir. Essas pessoas estão tremendo.

Ouvimos aqui, durante toda a manhã de hoje, que o partido A está tremendo, bem como o partido B. Quem está tremendo? Eles andam de avião pelo Brasil afora, tiram férias durante todo o ano, fazem o que querem no País, não têm dificuldade. Você acha que alguém está tremendo? Ninguém está tremendo. Quem está tremendo é o povo, o trabalhador que vive com salário mínimo, que trabalha durante todo o dia e, no final do mês, convive com inflação, aluguel para pagar, despesa com medicamento e hospital. Os exames não são feitos. Quantas pessoas estão na fila, aguardando para realizar um exame? Exerço medicina todos os dias, não sou médico de político que treme, mas do povo que, no dia a dia, enfrenta dificuldade e treme na minha frente.

É isso que temos de fazer aqui: parar com esse absurdo de defender partido A ou B e dar continuidade a uma eleição que já terminou. Quando vai terminar esse palanque? Até quando vamos resolver processos do Ministério Público? Temos de resolver a nossa pauta, que está parada há meses. Precisamos mostrar à nossa sociedade que acreditamos no nosso trabalho, que somos capazes de votar, de decidir o que propusemos nesta Casa. Vamos enfrentar o nosso papel de deputado aqui. Isso é absurdo, chocante. Não podemos nos acostumar com isso, muito menos nós, deputados, que trabalhamos a favor do povo. Muito obrigado.