16ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 17ª LEGISLATURA, EM 2/12/2014

Palavras do deputado Duilio de Castro

O deputado Duilio de Castro - Muito obrigado, Sr. Presidente. Findando o mandato de deputado nos quatro anos para os quais fui eleito, ficamos até tristes em ver o momento desta Casa. Andamos pelo Estado de Minas Gerais inteiro e ouvimos vários comentários, vários boatos, várias fofocas. E muitos desses boatos e dessas interpretações são que o político não trabalha. Vimos aqui todos os dias para votar. Faz parte do nosso regime democrático votar, obstruir. Entendemos, compreendemos e achamos normal, mas queria chamar atenção dos deputados, porque a população que está nos vendo muitas vezes acha que os deputados não querem trabalhar. Estamos aqui, mas muitas vezes uma parte vem, e outra não. Isso faz parte do processo, e entendemos isso. Como há uma pauta com quase 50 projetos, queria propor que votássemos esses projetos que não precisam de um entendimento, de uma discussão, de um conhecimento, de um amadurecimento mais amplo, ou seja, que votássemos alguma coisa. Há projetos na pauta, que muitas vezes achamos que não interessam, mas qualquer projeto que esteja na pauta interessa a alguém. Então, proponho que votemos em acordo com todos os deputados, pois um acordo entre a oposição e a situação é importante. Proponho que pudéssemos rever a pauta e deixar esses projetos mais polêmicos, em que não existe acordo, para os discutirmos e os colocarmos em votação mais a frente, no final do ano ou em janeiro. Não disputei a eleição, Sr. Presidente, e não vou estar aqui no próximo mandato, mas ficamos muito tristes em ver... Queria parabenizar o nosso secretário Dilzon Melo, que vem participando da Mesa, aliás, parabenizamos toda a Mesa por essa decisão. Estamos aqui para cumprirmos o nosso papel, pois temos o papel de representar a população e votar projetos. Seja sim, seja não, que vote contra ou não, mas precisamos fazer isso. Somos adultos o suficiente para fazermos isso. Somos parlamentares e políticos, muitas vezes tarimbados com o processo eleitoral, com as discussões parlamentares desta Casa, mas não conseguimos entendimento para votar. Aí nós, que estamos aqui hoje, na maioria das vezes são os mesmos rostos, as mesmas caras, e não conseguimos um entendimento para votar. Não conseguimos chegar a esta Casa e votar um projeto, que seja para declarar como de utilidade pública uma associação. É um absurdo. Somos maduros o suficiente para isso, para ver que, nessa pauta, há quase 50 projetos, votar e discutir o mínimo ou pelo menos uma parte desses projetos. Assim, deixaríamos para o final os projetos mais polêmicos para discutirmos e chegarmos a um entendimento, porque, para quem está nos assistindo lá fora, parece que não estamos querendo trabalhar, parece que esta Casa não trabalha. E não é verdade. Esta Casa trabalhou muito durante esses quatro anos, discutiu matérias importantíssimas, matérias que muitas vezes mudaram a vida do cidadão. Acho que esta Casa é madura o suficiente para fazer isso. Então, Sr. Presidente, queria deixar a nossa proposta para votarmos pelo menos a parte que não precisa de entendimento, mostrarmos que esta Casa está trabalhando e deixarmos para o final do processo legislativo a discussão da pauta que precisa de entendimento, porque estamos vindo a esta Casa à toa, e não está havendo acordo. Por mais que haja esse regime, com que, infelizmente, uns concordam e outros não, que uns entendem e outros não, por mais que seja um direito da oposição e da situação não haver acordo para votar, precisamos mostrar à população que viemos a esta Casa para trabalhar. Quem está lá fora nos assistindo nunca vai entender isso. Então deixo esse apelo não só a esta Mesa, mas à oposição e à situação, ou seja, busquemos o mínimo de entendimento para votar pelo menos as matérias que não são polêmicas e que não precisam de entendimento. Muito obrigado.