DEPUTADO DOUTOR WILSON BATISTA (PSD)
Discurso
Legislatura 17ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 25/11/2014
Página 17, Coluna 1
Assunto ELEIÇÕES.
Normas citadas LEI nº 20658, de 2013
71ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 17ª LEGISLATURA, EM 19/11/2014
Palavras do deputado Doutor Wilson Batista
O deputado Doutor Wilson Batista* - Boa tarde a todos. Sr. Presidente, retorno a esta tribuna inicialmente para fazer um agradecimento a todos os eleitores e eleitoras de Minas Gerais. Quero agradecer especialmente a todos os que trabalharam conosco nessa campanha, aos voluntários, às equipes que nos ajudaram em todos os municípios. Quero agradecer também aos nossos parceiros políticos, enfim, a todos os que contribuíram imensamente para nossa reeleição. O resultado nos trouxe grande satisfação. Tivemos uma votação expressiva no Estado de Minas Gerais, fruto de um trabalho nosso construído ao longo de 12 anos no Hospital do Câncer de Muriaé, na Fundação Cristiano Varella.
A campanha que fizemos foi extremamente agradável em todos os municípios que estivemos visitando, com nossas caminhadas pelas ruas, nos bairros, nos comércios, nas indústrias. Foi uma campanha com uma aceitação muito agradável, e todas as pessoas demonstraram satisfação e reconhecimento ao nosso trabalho ao longo de tantos anos no Hospital do Câncer de Muriaé. Apesar de todas as dificuldades enfrentadas hoje na saúde, ao longo desse tempo estamos prestando um serviço de qualidade a milhares de pessoas em Minas Gerais, em especial no enfrentamento ao câncer.
Esse nosso trabalho também foi reconhecido por nossa atuação na Assembleia Legislativa neste último mandato, quando formulamos projetos e aprovamos leis em benefício de toda cidadã e todo cidadão mineiro. Criamos nesta Assembleia a Lei nº 20.658, que dispõe sobre a prevenção ao câncer no Estado de Minas Gerais por meio das carretas adaptadas que hoje percorrem todos os municípios mineiros, em especial os mais carentes, levando os principais exames, aliados do diagnóstico do câncer: mamografia, exame preventivo ginecológico, exame de prevenção do câncer do homem. Todos os pacientes hoje acima de 40, 50 anos estão tendo, de forma menos dificultosa, acesso a esses exames, o que lhes possibilita o descobrimento de uma doença tão temível, mas que, quando descoberta no início, tem seu tratamento e sua cura aumentada em quase toda a sua totalidade. O trabalho que desempenhamos nesses 12 anos como médico no Hospital do Câncer de Muriaé e como deputado nesta última legislatura na Assembleia é que nos possibilitou e nos credenciou a mais um mandato.
Portanto, venho aqui agradecer a todos os que contribuíram para essa nossa campanha vitoriosa e, em especial, a Deus, por ter-me concedido e entregado nas minhas mãos a grande missão de exercer a medicina. Além disso, de poder restituir a alegria de viver a milhares de pessoas que hoje me são confiadas. Esse trabalho e nosso esforço são hoje reconhecidos por milhares de pessoas, ou seja, quase 100 mil mineiros que nos permitiram mais um mandato. Venho aqui para, cada dia mais, com mais oportunidade e seriedade, fazer o melhor para cada cidadão e cidadã de Minas Gerais. Torçamos para que todos os eleitos, governos e Estados, não só em Minas Gerais, mas em todo o Brasil, principalmente a nossa presidenta reeleita, façam um governo melhor do que o anterior. Espero que todos esses eleitos tenham a sensibilidade de reconhecer o sofrimento de cada brasileiro e brasileira em nosso país e a dificuldade que as pessoas hoje estão enfrentando no seu dia a dia. Além disso, para que tenham a sensibilidade, meu caro presidente Dalmo, de entender o que cada pessoa hoje passa no corredor de um hospital, com dores intratáveis e crônicas, indo e vindo, retornando inúmeras vezes a diversos centros de tratamento médico e voltando para casa da mesma forma como chegou a esses estabelecimentos, ou seja, com as mesmas dores e o mesmo sofrimento. Espero que eles acompanhem pelo menos um desses pacientes nesses corredores de hospitais para entenderem as dificuldades e o que é sofrer de uma doença, percebendo a cada dia o agravamento dela, sem ninguém ao seu lado para ajudar, enfrentando dificuldades para pagar exames e tratamentos médicos. Muitos pacientes retornam à sua casa porque não têm recurso para pagar o tratamento.
Quando, de alguma forma, com sacrifícios muito maiores, conseguem recursos, eles são imediatamente tratados. Mas, infelizmente, muitos não são tratados porque não conseguem nenhum recurso para financiar a sua saúde. Muitos convivem em casa com essas doenças, que se agravam a cada dia, e muitos morrem até sem o seu tratamento ser iniciado. É isso que venho aqui pedir: que todos nós, principalmente os governos eleitos e a nossa presidenta, tenham sensibilidade para entender essas dificuldades, tenham sensibilidade para entender a dificuldade, meu caro João Leite, do trabalhador braçal da construção civil, que diariamente enfrenta dificuldades, debaixo de um sol escaldante, e, ao final do mês, vê o seu dinheiro sendo consumido pela inflação, ficando cada vez mais endividado a cada mês. São esses trabalhadores que retornam a suas casas e, às vezes, ainda encontram o filho na dependência química, ameaçado pelos narcotraficantes. O trabalhador, hoje, está enfrentando não só os baixos salários, mas também o dia a dia do seu trabalho, a inflação, os juros altos e ainda os serviços públicos de péssima qualidade. Quantas pessoas, hoje, estão aguardando uma internação em sua residência?
Nesse final de semana, João Leite, aconteceu um fato com um paciente que diversas vezes já havia pedido socorro. Já tinha ido, diversas vezes, a centros de saúde, ao Caps AD. A família havia solicitado internação, pois o paciente estava convivendo com transtorno mental, e nada foi feito. Procurou-se até o Ministério Público para que ele pudesse ser internado, ser atendido, mas nada foi feito. E o que aconteceu? Esse paciente andou nu pela cidade o dia todo, foi detido pela polícia, liberado e, à noite, esfaqueou o irmão dentro de casa e acabou ceifando a vida de seu irmão. Já tinha pedido socorro pelo seu transtorno mental. A família estava convivendo com isso há meses, e nada foi feito. Há essas dificuldades que as pessoas enfrentam. Há esse sofrimento diário e cotidiano de que todos somos testemunhas. Nossos governos deveriam ser sensíveis para entender que as pessoas hoje convivem com dificuldades não só financeiras. Quando adoece alguém em sua família, o desespero é imenso.
As pessoas não têm mais tranquilidade, não têm mais paz para viver. São essas as dificuldades do trabalhador, João Leite, que acorda às 4 horas da manhã para entrar no serviço às 7 horas, porque tem de enfrentar três horas de um transporte público caótico, em ônibus superlotados e em metrôs que, quando existem, não têm espaço para mais ninguém. Os nossos governos têm de enfrentar esse problema e fazer investimentos, principalmente quando destinados à infraestrutura, que venham a reduzir as desigualdades sociais, as dificuldades da nossa classe pobre, que sofre com moradia de péssima qualidade, transporte público, educação e saúde precários. Essa é a situação com a qual todos nós, brasileiros, somos obrigados a conviver.
São questões como essas que gostaria que a presidenta enfrentasse, como o problema das reformas políticas tão prometidas em campanhas passadas, mas que não foi solucionado. São problemas como esses que o Brasil vê se agravarem a cada dia. E o governo permanece insensível a todo o sofrimento da população brasileira.
Portanto, meu caro deputado João Leite, venho aqui, mais uma vez, agradecer a todos que trabalharam conosco nessas eleições. De modo especial, queria agradecer a Deus e pedir-lhe que me dê coragem, fidelidade, saúde e equilíbrio para que possamos, juntos com todos os deputados eleitos desta Casa, trabalhar cada vez mais com mais seriedade, buscando melhor qualidade de vida para todos os mineiros e mineiras, lutando para que essas pessoas tenham mais vida, com felicidade, liberdade e igualdade.
Meu caro presidente, encerro agradecendo a todos os mineiros e mineiras por me confiarem mais esse voto, por me concederem mais um mandato para trabalharmos nesta Casa. Muito obrigado a todos.
* - Sem revisão do orador.