DEPUTADO LUIZ CARLOS MIRANDA (PDT)
Questão de Ordem
Legislatura 17ª legislatura, 2ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 15/05/2012
Página 13, Coluna 1
Assunto DROGA. ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL. ADMINISTRAÇÃO FEDERAL LEGISLATIVO. TRABALHO. TRANSPORTE.
Observação feitas na abertura
7ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 17ª LEGISLATURA, EM 9/5/2012
Palavras do Deputado Luiz Carlos Miranda
O Deputado Luiz Carlos Miranda - Obrigado, Sr. Presidente. Inicialmente, gostaria de cumprimentá-lo, porque está exercendo, depois de um longo tempo, o papel de Presidente. É um orgulho e uma alegria muito grande vê-lo coordenar os nossos trabalhos. Cumprimento a Deputada Liza Prado, por ser uma Deputada guerreira e grande companheira. Droga não é problema somente de quem está envolvido com ela, mas um problema de toda a sociedade. É preciso sair do discurso e ir para a prática. O Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga está fazendo isso. Nós reunimos todos os segmentos sociais de Ipatinga, do Vale do Aço e com certeza estaremos junto com a Comissão, levando nosso apoio, porque é um enfrentamento, é uma guerra, que não podemos perder. É uma guerra da sociedade brasileira para evitar o extermínio do futuro da sociedade, que é a juventude envolvida nesse processo por falta do que fazer, por falta talvez de políticas públicas nacionais que permitam que o desenvolvimento e o crescimento possam estar próximos das pessoas nas cidades do interior. Sr. Presidente, ontem, estive na abertura do 29º Congresso da AMM. Atentamente, escutei o Presidente da Confederação Nacional dos Vereadores e fiquei estarrecido diante do quadro por ele apresentado. Praticamente 80% das obras do PAC não foram concluídas. Nenhum dos acordos assinados foi cumprido pela Presidência da República. Ele mostrou isso com dados de tamanha grandeza, que saímos dali praticamente indignados com tanta propaganda, com tanta mídia, e com nada na prática. A saúde é um exemplo. Não há o investimento necessário no setor por parte do governo federal não só pelo simples fato de não constar na Emenda nº 29 a participação dele. Os Prefeitos têm que tirar dinheiro de outras áreas para substituir a ausência do governo federal. Isso me deixou um pouco preocupado. Cumprimento a direção da Assembleia pelo movimento que estamos fazendo por todos os Estados, a fim de tentar corrigir um erro que veio de cima. No Brasil, poucas pessoas têm acesso a algumas coisas. Em vez de se trabalhar para que a maioria das pessoas, a maioria, tenha acesso a algo extra, trabalha-se para tirar dos que já têm. O colega Rogério foi dirigente sindical, quando havia os mediadores da Justiça do Trabalho. Acabaram com a figura do dirigente, que era indicado para tentar intermediar, mas não houve substituição. Acabaram, e o trabalhador ficou no prejuízo. Estava dentro de um carro, indo para uma cidade do interior, e ouvi um comentarista político de São Paulo sentir-se alegre e feliz porque a Câmara dos Deputados cortou o 14º e o 15º salários dos Deputados. Ora, o Deputado tem um tempo passageiro. Em vez de a sociedade lutar para que os trabalhadores possam todos receber o 14º e o 15º salários, eles lhes tiram a perspectiva de melhorar a qualidade de vida. Hoje, sou Deputado. Amanhã, serei um trabalhador lá fora. Que conquistas e benefícios poderíamos ter? Não há nem condições de lutar para que todos os trabalhadores sejam inseridos no processo de crescimento. Muitas vezes, não sei a serviço de quem estão muitos dos profissionais da imprensa. A serviço de uma pequena minoria, e não da maioria da população brasileira. Quando há avanços de qualquer segmento – Juizes, Promotores, Desembargadores -, que recebem o 14º e o 15º, que isso seja louvado, mas que os trabalhadores em geral também tenham esses benefícios. Não temos que brigar para empobrecer a sociedade. Temos que trabalhar, todo o tempo, para que a sociedade cresça e avance cada dia mais. Infelizmente, tenho essa decepção, pois alguns veículos de imprensa, alguns comentaristas maldosos estão a serviço da minoria, a serviço da burguesia, em detrimento e prejuízo da maioria, que é a classe trabalhadora, que só recebe 13º salário. Precisamos rever essa postura, porque os trabalhadores, que são a reserva moral da sociedade, estão sendo usados. Pega bem esse tipo de comentário, porque dizer que o Deputado Federal deixou de receber o 14º e o 15º salários – são 513 parlamentares – fica parecendo uma vitória da sociedade. Na verdade, é uma derrota dos trabalhadores, que deveriam receber o 14º e 15º salários, reivindicação que faz parte de nossa permanente luta. Sr. Presidente, quero encerrar e insistir, como disse o nosso nobre colega Deputado Antônio Júlio, referência neste Parlamento, que temos de sair do discurso e ir para a prática. Muitas vezes, as coisas não são feitas. porque não querem fazê-las, não por falta de dinheiro. Vemos a questão da BR-381. Há muito tempo fazem licitação para projetos de trechos, mas, até agora, não há nada de concreto. Vem aí a Copa do Mundo, muito importante para todos os brasileiros, mas o dinheiro poderia ser investido de melhor forma, a serviço da sociedade, principalmente para o Leste de Minas. Este é um momento importante de, mais uma vez, cobrarmos da Presidente que coloque a BR-381 na agenda principal do governo federal. O Leste de Minas sofre em detrimento do crescimento da região, que é rica, mas não tem como escoar seus produtos. Há cerca de um ano e meio, quando a Presidente era Ministra da Casa Civil, procurei-a para falar sobre a BR-381. Aliás, fomos impedidos de adentrar o gabinete da Ministra, hoje Presidente, porque estávamos uniformizados de vermelho, pelo fim das mortes naquela rodovia. Mas ela teve sensibilidade e nos recebeu. Se não estivéssemos uniformizados pela causa, não iríamos falar com ela. Ela teve de nos receber, e lhe apresentamos alternativas. A ferrovia está aí, ligando Belo Horizonte ao Espírito Santo. A serviço de quem? De uma única companhia. O transporte de passageiros é uma lástima. Vagões depõem contra o ser humano. Disse: Ministra Dilma, por que vocês não intervêm na Vale, a serviço da população do Leste de Minas? Isso vai melhorar a qualidade do transporte de passageiros, tirando-o da BR-381. Determinem que o transporte de cargas utilize a ferrovia, o que também não foi feito; ao contrário, houve aumento do transporte de cargas na rodovia. Como disse o Deputado Antônio Júlio, falta vontade política para resolver a questão do Leste de Minas. Há grandes empresas na região: a Usiminas, a Cenibra, a Acesita, a Cemig. Por que ela não chama essas empresas e resolve o problema da BR-381, a “Rodovia da Morte”? Porque falta vontade política. Já apresentamos alternativas e soluções. Se não forem boas, podem nos procurar, porque há homens e mulheres no Leste de Minas com alternativas para acabar com as mortes na BR-381 e melhorar a qualidade de vida na região. Muito obrigado, Sr. Presidente.