DEPUTADO LUIZ CARLOS MIRANDA (PDT)
Questão de Ordem
Legislatura 17ª legislatura, 2ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 15/05/2012
Página 10, Coluna 1
Assunto CALENDÁRIO. TRABALHO. ADMINISTRAÇÃO FEDERAL.
7ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 17ª LEGISLATURA, EM 9/5/2012
Palavras do Deputado Luiz Carlos Miranda
O Deputado Luiz Carlos Miranda - Obrigado, Sr. Presidente. Este é o momento de fazermos algumas reflexões. Ouvi todos os colegas e nobres Deputados falarem sobre Belo Horizonte, e ontem também estive encravado no trânsito. Demorei quase 2 horas da Avenida Getúlio Vargas até a Assembleia. É preciso rediscutir o planejamento urbano de Belo Horizonte. Temos o comprometimento de fazer isso. Na semana passada, comemoramos o Dia Internacional do Trabalho – dia 1º de maio. Nesse dia, li alguns comentaristas e articulistas dizendo que o movimento sindical trocou um dia de luta por um dia de festas, com atrações artísticas e premiações. O movimento sindical brasileiro é mais sábio que muita gente que está aí e que não tem compromisso com ninguém nem com nada. Em Ipatinga, por exemplo, realizamos a maior festa de comemoração do dia 1º de maio, com aproximadamente 100 mil trabalhadores e trabalhadoras. Aproveitamos a oportunidade para ouvir alguns “shows” e fazer algumas premiações, mas também fizemos manifestações pela duplicação da BR-381, pela desindustrialização no Brasil e contra as ações do governo federal, que se exime de contribuir com a saúde caótica do País, jogando a responsabilidade nas mãos de Prefeitos e Governadores. O governo federal recebe 70% do arrecadado pelo suor e sangue dos trabalhadores brasileiros, mas não quer contribuir com a saúde dos nossos trabalhadores nos rincões do Estado de Minas e de todo o Brasil. Quando o movimento sindical apela para essa nova metodologia de convocar os trabalhadores para “shows” ou para outros eventos, é exatamente com o objetivo de alertá-los sobre a necessidade da unidade para a luta do movimento sindical. Isso nós fizemos e estamos fazendo. Na semana passada, nas poucas vezes em que houve acerto, foi empossado o novo Ministro do Trabalho, o neto do Leonel Brizola. Esta é a oportunidade de retomarmos, no Congresso Nacional, a agenda dos trabalhadores brasileiros, a discussão da jornada de 40 horas e a jornada de 30 horas dos trabalhadores da saúde. É o momento de retomarmos a discussão das Convenções nºs 151 e 158, que estabelecem que os trabalhadores não podem ser demitidos arbitrariamente, como vem ocorrendo. Que tudo isso volte à agenda dos trabalhadores brasileiros. É um momento muito importante para o PDT, que agora tem um jovem de 33 anos como o mais jovem Ministro da República. Um jovem que herdou o DNA extraordinário do avô e que com certeza estará em Brasília defendendo os interesses dos trabalhadores e das trabalhadoras brasileiras. Parece que, pela primeira vez, a Presidenta acertou ao indicar um Ministro comprometido com as raízes do trabalhismo no Brasil. Com certeza, juntos marcharemos para defender os interesses das trabalhadoras e dos trabalhadores brasileiros. Por fim, gostaria de chamar a atenção daqueles articulistas que criticam o movimento sindical. Se existe alguém que tem uma reserva moral neste país são os trabalhadores que fazem com que o Brasil, apesar das deficiências, da falta de planejamento e da ausência de programação de estudos e de políticas públicas definidas, continue sempre firme e forte na vanguarda do desenvolvimento mundial. Apesar de tudo, são eles que vêm sustentando o País com o seu suor e com o seu trabalho do dia a dia. Quero agradecer aos trabalhadores brasileiros, principalmente aos mineiros, e me congratular com todas as centrais sindicais, porque, no dia 1º de maio, levamos para as ruas do Brasil mais de 20 milhões de trabalhadores e trabalhadoras. Fizemos a festa com alegria, manifestando e repudiando a discriminação da classe trabalhadora, que é muito pouco respeitada pelo Congresso Nacional e pela Presidenta da República, que até o presente momento não discutiu o fim do fator previdenciário e a jornada de 40 horas. Estão tentando colocar essa discussão debaixo do tapete, em detrimento da classe trabalhadora brasileira. Muito obrigado, Sr. Presidente.