DEPUTADO ROMEU QUEIROZ (PSB)
Discurso
Agradece a sua eleição e comenta a sua trajetória política.
Reunião
7ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 17ª legislatura, 1ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 17/02/2011
Página 95, Coluna 2
Assunto ELEIÇÕES. DEPUTADO ESTADUAL.
Legislatura 17ª legislatura, 1ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 17/02/2011
Página 95, Coluna 2
Assunto ELEIÇÕES. DEPUTADO ESTADUAL.
7ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 17ª
LEGISLATURA, EM 16/2/2011
Palavras do Deputado Romeu Queiroz
Palavras do Deputado Romeu Queiroz
Agradeço a Deus, em primeiro lugar, a graça deste momento em que
assumo, pela sexta vez em minha vida pública, o mandato
parlamentar. Agradeço ao povo mineiro a honra imensa de poder
representá-lo novamente nesta Casa. Agradeço à Justiça a soberana
decisão, que foi acolhida - e mesmo antecipada - pela Mesa desta
Assembleia. Evocando a minha Patrocínio natal, agradeço à minha
querida família, aos numerosos, grandes e fiéis amigos que
sofreram comigo e me acompanharam, sem vacilação, em instantes
cruciais de minha vida pública. Deles recebi sempre palavras de
incentivo e gestos solidários, cuja grandeza não consigo traduzir
em palavras. Meu coração, sim, conserva cada uma dessas palavras,
cada um desses gestos.
Completo, pois, a travessia do deserto com a consciência de que
jamais faltei aos meus compromissos de lealdade para com a
sociedade e para com o Estado, em Minas e no Brasil.
Circunstâncias políticas, de todos conhecidas, criaram, na metade
desta década, um “tsunami” institucional no País, provocado pelo
anacrônico e viciado sistema de financiamento das campanhas
partidárias, desde o âmbito municipal até o plano federal.
Felizmente, esta prova de fogo foi vencida, sem ferir a
estabilidade das instituições democráticas, ainda em fase de
afirmação e de consolidação no Brasil. Muitos já disseram e eu
repito nesta hora: o pior de qualquer prova é dela não extrair
nenhuma lição.
A reforma política, que está na agenda de prioridades da
Presidente Dilma Roussef e do Congresso Nacional é um ponto de
honra a ser enfrentado por todos nós - classe política e sociedade
brasileira. Já não podemos conviver com a hipocrisia reinante na
fronteira nebulosa do que pode ou não pode ser feito em termos de
financiamento eleitoral. Ou seja, práticas que são consideradas,
em determinado momento, como aceitáveis pelos usos e pelos
costumes, em outro momento, segundo os interesses em jogo, passam
a ser tidas como antiéticas e criminosas.
Esclarecer e definir claramente essas regras deverá ser, sem
dúvida, um dos pontos centrais no projeto de reforma política,
evitando crises futuras que possam ameaçar de ruptura a própria
ordem institucional. Esta é a mais preciosa lição que pude extrair
de minha última experiência na Câmara Federal.
Nobres colegas, senhoras e senhores, conservo desta Casa as
lembranças mais queridas. Aqui fui Deputado constituinte em
momento histórico de reconstrução do Estado Democrático entre nós.
Naquele momento, o atual Governador, o Prof. Antonio Augusto
Anastasia, já contribuía, com seu saber jurídico, para os
trabalhos da Constituinte mineira. Ele assessorava, então, a
Relatoria-Geral, sob o comando do Deputado Bonifácio Mourão, a
quem tenho a alegria e a honra de reencontrar nesta 17ª
Legislatura. Por outra singular coincidência, era então Secretária-
Geral da Mesa a Dra. Maria Coeli Simões Pires, hoje Secretária de
Estado da Casa Civil e de Relações Institucionais.
Aqui exerci, a partir de 1986, três mandatos consecutivos,
ocupando, com muita honra e por duas vezes, nos biênios 1991-1992
e 1997-1998, a Presidência de nossa Casa. Nessas gestões, com o
apoio irrestrito da Mesa da Assembleia, das Sras. Deputadas e dos
Srs. Deputados, com a intensa colaboração do quadro funcional,
demos início a um grande e irreversível processo de modernização
administrativa deste Poder Legislativo, da informatização a novos
métodos de trabalho. Auditorias externas contribuíram para fazer o
diagnóstico de nossas mais profundas necessidades. A primeira
delas, sem dúvida, era ampliar, por todos os meios, depois da
Constituinte, os meios de interação entre o Legislativo e a
sociedade.
Ao longo dessas gestões - e isso recordo com muito carinho -,
foram instituídos mecanismos novos e pioneiros de interlocução
entre esta Casa e o povo mineiro, como os seminários legislativos,
as audiências públicas, os fóruns técnicos, e assim por diante.
Foi criada, ainda em nossa primeira gestão, a Escola do
Legislativo. Preparamos, em seguida, os meios e os instrumentos
para a criação da TV Assembleia, colocada em operação em 1995, já
na gestão do saudoso e querido amigo, o eterno Deputado e padrinho
Agostinho Patrus. Criamos, em nossa segunda gestão, o Comitê
Interestadual das Bacias Hidrográficas, com a instalação inicial
da Cipe São Francisco. Foram dados novos impulsos às audiências
públicas regionais. Nossa maior preocupação, em ambos os períodos,
foi, portanto, trabalhar visando ao engrandecimento institucional
do Poder Legislativo em todas as esferas de sua atuação.
Durante 12 anos, pude conviver diariamente com o processo de
desenvolvimento institucional e político desta Casa. Hoje posso
unir, com a graça de Deus, esses tempos de minha vida pública.
Manifesto minha alegria e satisfação em constatar que a nova Mesa
da Assembleia, presidida pela liderança jovem e lúcida do Deputado
Dinis Pinheiro, conta com projeto de grande envergadura para o
continuado aperfeiçoamento desta instituição. Com humildade e
simplicidade, quero aqui contribuir para o fortalecimento deste
instrumento essencial do Estado Democrático de Direito: o
exercício da representação popular, princípio e fim do Poder
Legislativo. Nesta representação, quero bem servir a Minas e
trabalhar muito por todos os mineiros! A todos transmito meu
melhor agradecimento e cumprimento com o meu mais caloroso afeto.
Muito obrigado.