DEPUTADO ALMIR PARACA (PT)
Discurso
Comenta as propostas do fórum "Paracatu 2030", realizado no Município de
Paracatu, para o planejamento do desenvolvimento sustentável do
Município. Transcurso do Dia da Pastoral da Criança e do Dia do
Voluntário. Solicita a doação de parte do Imposto de Renda aos fundos
municipais ou Fundo Estadual da Criança e do Adolescente para financiar
projetos de apoio às crianças e aos adolescentes.
Reunião
93ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 16ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 14/12/2010
Página 80, Coluna 2
Assunto DESENVOLVIMENTO REGIONAL. MEIO AMBIENTE. CALENDÁRIO. ASSISTÊNCIA SOCIAL. TRIBUTOS. MENOR.
Legislatura 16ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 14/12/2010
Página 80, Coluna 2
Assunto DESENVOLVIMENTO REGIONAL. MEIO AMBIENTE. CALENDÁRIO. ASSISTÊNCIA SOCIAL. TRIBUTOS. MENOR.
93ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 16ª
LEGISLATURA, EM 7/12/2010
Palavras do Deputado Almir Paraca
O Deputado Almir Paraca* - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, público presente, telespectadores da TV Assembleia,
gostaria de iniciar o pronunciamento desta tarde referindo-me a um
evento realizado na quinta-feira da semana passada. Tive a
oportunidade de fazer um convite da tribuna, estimulando a
participação de todos os setores da comunidade paracatuense a
participarem desse evento, que foi o fórum do desenvolvimento
sustentável local. Um fórum em que se pretende planejar as bases
do desenvolvimento sustentável da cidade de Paracatu para os
próximos 20 anos. O nome do fórum é Paracatu 2030. Estivemos
presentes e fizemos um trabalho de mobilização na cidade,
panfletando, convidando lideranças, estimulando toda a sociedade a
se envolver. Com esse processo, consideramos que o mais importante
para a comunidade de Paracatu é o planejamento do desenvolvimento
sustentável local.
Entendemos que uma cidade do porte de Paracatu, com a dinâmica
positiva a que vem assistindo, não pode prescindir de um plano
dessa magnitude. É bom dizer - até reconhecendo a nossa falha -
que, quando governamos a cidade de Paracatu, quando fui Prefeito,
naquele período, apesar de muitos planejamentos, de muitas
discussões, de planejamento estratégico, por muitas razões, não
conseguimos consolidar um plano de médio e longo prazo para a
cidade. Portanto, em toda a história de Paracatu, nos mais de 200
anos desde a emancipação do Município, ou nos mais de 300 anos se
considerarmos o início do povoamento, a cidade nunca teve um
instrumento como este: um plano e, mais ainda, com essa
metodologia, com essa concepção de desenvolvimento sustentável,
que é fundamental, principalmente em função de a cidade de
Paracatu ter, hoje, na base de sua economia, uma forte presença do
setor de mineração, com um impacto muito grande sobre muitas áreas
de serviços, que se irradia por toda a economia local. Duas
grandes mineradoras impactam positivamente a economia local e
deixam, em contrapartida, um grande impacto ambiental.
Sêneca, um grande filósofo grego, tem uma frase muito boa para
tratar desse assunto: “Só há bons ventos para quem sabe para onde
quer ir”. No fórum de desenvolvimento sustentável de Paracatu, fiz
um pronunciamento e disse isso, assim como disse também que a
cidade vem atravessando um momento muito bom. Portanto, ventos
positivos sopram sobre a cidade, que vem numa dinâmica muito
positiva, muito forte, com a economia crescendo em vários setores
e diversificando-se. Nós não podemos perder esse momento, essa
oportunidade para dirigir, planejar o desenvolvimento de Paracatu
de maneira que alcance o maior número possível de pessoas e que
impacte positivamente sobre a cidade, melhorando a qualidade de
vida também do maior número possível de pessoas. Esse é o
verdadeiro desenvolvimento. Na verdade, desenvolver significa
desenvolver pessoas, ampliando oportunidades, aumentando
possibilidades de desenvolvimento, de competências diversas,
múltiplas de cada pessoa, de cada indivíduo, para aí, sim, termos
melhoria de qualidade de vida, disponibilizada para o conjunto da
população.
Haverá outros fóruns mais adiante, e aproveitamos para, de novo,
chamar a atenção das lideranças locais para a necessidade de se
aproximarem desse esforço, de levarem sua contribuição e de
ajudarem a orientar o desenvolvimento da nossa querida Paracatu.
Foram realizadas no relatório, que ainda está em construção, com
muita clareza, reflexões sobre a relação das mineradoras com a
cidade de Paracatu. Sabemos que a mineração em Paracatu, como em
todos os lugares, vai acabar um dia. Já existe uma frase clássica:
“a mineração só dá uma safra”. Em cidades onde a base da economia
tem sido a agropecuária - a primeira e ainda a principal vocação
econômica da cidade de Paracatu é a agropecuária -, falar de safra
é muito comum devido ao perfil de atividade econômica. E o
minério, como todos sabemos, só dá uma safra.
Para diminuir o impacto do final da atividade minerária no nosso
Município, estamos propondo o fortalecimento da Agência de
Desenvolvimento Sustentável de Paracatu - Adesp -, que tem uma
ampla participação de diversos segmentos da sociedade, que está
circunscrita no campo dos esforços de autonomia, de organização da
sociedade civil e que tem como missão exatamente promover o
desenvolvimento sustentável local. Portanto, ao fortalecer essa
Agência, fazemos, de público, uma manifestação que, aliás, já
fizemos no evento e pessoalmente com os Diretores da Kinross, da
Rio Paracatu Mineração, mineradora que explora ouro na cidade de
Paracatu, em relação à necessidade de as duas mineradoras fazerem
investimentos de cunho socioambiental, objetivando fazer justiça
ao discurso institucional tanto da Companhia Mineira de Metais,
Mineração Morro Agudo, quanto da Kinross, Rio Paracatu Mineração.
É fundamental que façam investimentos substantivos na Adesp, a fim
de promoverem os estudos adicionais; implantarem o plano de
desenvolvimento sustentável, que nasce desse esforço
participativo, democrático de construção coletiva, de modo a que
tenhamos um instrumento à altura do desafio colocado para a nossa
cidade.
Na oportunidade, também discutimos a necessidade de um amplo
projeto voltado à criança e ao adolescente na cidade de Paracatu.
Como em todas as cidades grandes, médias e pequenas do interior,
em Paracatu não é diferente. Temos inúmeros problemas em relação
às atividades que deviam cuidar da formação, da orientação para a
vida, para o trabalho, que deviam ser voltadas para crianças e
adolescentes; atividades que possam ser desenvolvidas no turno
subsequente ao turno escolar e contribuir, com atividades
esportivas, artísticas, culturais, para garantir a formação
integral dessas crianças. Propusemos, então, que as mineradoras
também, juntamente com a Prefeitura, com a sociedade civil, com o
nosso mandato, financiassem esse projeto. Temos em Paracatu,
felizmente, entidades habilitadas, capacitadas, já premiadas e
reconhecidas em nível nacional para desenvolver ações dessa
natureza. Essas entidades, inclusive, disponibilizam esse mesmo
serviço não só em Paracatu como também em outras cidades da
região. Isso é muito positivo. O nosso mandato mesmo está alocando
mais de R$300.000,00 no Orçamento de 2010, e também parte no de
2011, a fim de auxiliar nesse esforço de construção do projeto.
Estamos também destinando R$100.000,00, como primeiro aporte
significativo, à agência de desenvolvimento local para cuidar
desse esforço de coordenar a implantação do Plano de
Desenvolvimento Sustentável de Paracatu.
Nessa mesma linha, Sr. Presidente, gostaríamos de fazer aqui
menção ao fato de que, no dia 5 de dezembro, tivemos a comemoração
do Dia da Pastoral da Criança, que é também o Dia do Voluntário,
aqui no Brasil. O que caracteriza a Pastoral da Criança é
exatamente um amplo trabalho de voluntários realizado pelas
líderes, fazendo a diferença na defesa e na promoção da vida de
crianças e adolescentes em todo o território nacional. Na Diocesse
de Paracatu, temos uma pastoral da criança ativa, muito presente
em todos os Municípios a ela subordinados, atuando firmemente na
defesa da vida.
Por fim, Sr. Presidente, gostaríamos de fazer menção também a uma
possibilidade já oferecida pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente, que é a doação de parte do Imposto de Renda - no caso
de pessoa física, até 6%; no caso de pessoa jurídica, 1% do
Imposto de Renda devido - aos fundos municipais ou ao Fundo
Estadual da Criança e do Adolescente para financiar projetos de
apoio às crianças e aos adolescentes.
É o último dia para promover essa doação por meio de um depósito
nas contas dos fundos municipais ou do fundo estadual. Será
emitido um recibo pelos conselhos municipais ou pelo Conselho
Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente - Cedca -, para
que o contribuinte possa, então, declarar no seu imposto de renda
essa destinação para financiar os projetos locais. Isso traz
inúmeros benefícios, entre eles o de aproximar o doador, o
contribuinte dos projetos realizados com esses recursos. Dessa
forma, ele poderá acompanhar e fiscalizar a aplicação real, direta
e concreta da doação por ele realizada.
Em Paracatu temos ativo o Fundo Municipal da Criança e do
Adolescente. No ano passado, o movimento foi de aproximadamente
R$400.000,00. Já neste ano ainda não temos o levantamento final. É
preciso registrar aqui que empresas, como a Cemig, fazem um
trabalho muito bonito junto a seus funcionários e servidores em
prol dessa doação. A própria Cemig também faz doação para o fundo.
Sr. Presidente, gostaria de deixar o número da conta do Fundo
Municipal da Infância e da Adolescência: Agência 0380-8, Conta nº
23.579-2. Eu mesmo farei uma doação na próxima semana e, por isso,
gostaria de estimular os nossos pares, os Deputados e as
lideranças em geral a buscarem esse mecanismo de financiamento de
ações para promover a vida, por meio de projetos que busquem
garantir uma vida de qualidade, uma formação integral para
crianças e adolescentes em todo o território nacional.
Fico por aqui, Sr. Presidente, e agradeço mais uma vez a
oportunidade. Desejo que neste final de ano não nos esqueçamos de
fazer mais um gesto de cidadania destinando uma parcela do imposto
de renda, seja de empresas, seja de pessoas físicas, para os
fundos municipais ou para o Fundo Estadual da Criança e do
Adolescente. Muito obrigado.
* - Sem revisão do orador.