DEPUTADO ALMIR PARACA (PT)
Discurso
Legislatura 16ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 07/12/2010
Página 101, Coluna 1
Assunto DESENVOLVIMENTO REGIONAL. MEIO AMBIENTE. CULTURA. ADMINISTRAÇÃO FEDERAL. PESSOAL.
91ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 16ª LEGISLATURA, EM 1/12/2010
Palavras do Deputado Almir Paraca
O Deputado Almir Paraca* - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público presente nas galerias e imprensa, gostaria de utilizar o espaço da tribuna neste momento para fazer um apelo, um chamamento à comunidade da minha querida Paracatu.
Ao longo de muitos anos, trabalhamos na difusão da metodologia pelo desenvolvimento sustentável local, por entender que esse é o caminho apropriado para que os Municípios se planejem, se organizem para garantir melhor qualidade de vida a sua população. Amanhã, a partir das 13 horas, no Sesc Laces de Paracatu acontecerá o Fórum Paracatu 2030, um importante evento para avançarmos na construção do Plano de Desenvolvimento Sustentável de Paracatu. Essa terminologia aponta para um planejamento da cidade por 20 anos. É uma iniciativa que tem à frente a Agência de Desenvolvimento Sustentável de Paracatu - Adesp -, que conta com o apoio do Sebrae, da associação comercial e industrial da cidade, das mineradoras, da Prefeitura, além de vários parceiros. Nosso mandato também se inclui nessa parceria. Temos atuado bastante, principalmente no aspecto da sensibilização, da mobilização da sociedade para participar de forma organizada, estruturada, de maneira que o plano surgido desse esforço seja legitimado pela participação social. Um plano em que a cidade se enxergue, se perceba e tenha vinculação suficiente para cobrar, acompanhar e exigir sua implementação.
Portanto, faço um chamamento a todas as lideranças dos setores da indústria, do comércio, da produção agropecuária, da mineração, de serviços e da educação. Hoje Paracatu tem grande número de instituições de ensino superior, no entanto todos os educadores, tanto da rede pública quanto da privada, são chamados neste momento. Além disso, chamamos os religiosos e as lideranças comunitárias, classistas e do terceiro setor, para que tenhamos a representação do conjunto de paracatuenses e de todos os segmentos da sociedade.
Até aqui já foram realizadas 14 oficinas, 7 delas na cidade, alcançando todos os bairros, e 7 no meio rural. Agora é o momento de começar a sistematizar as informações e dar corpo ao Plano de Desenvolvimento Sustentável de Paracatu.
É preciso registrar que até então Paracatu nunca contou com um planejamento dessa natureza e magnitude, não só com essa terminologia e metodologia de desenvolvimento sustentável. A cidade, de fato, carece de um plano que tenha abordagem de médio e longo prazos, principalmente - aí a nossa defesa - porque sabemos que hoje Paracatu assiste a um desenvolvimento diferenciado, acelerado, com dinâmica econômica muito forte, mas impulsionada principalmente pela atividade mineradora, e sabemos que minério só dá uma safra. Portanto, nossa grande preocupação é que a cidade tenha capacidade de se planejar e desenvolver um projeto para diversificar suas atividades produtivas e enfrentar o momento em que o minério acabar, que pode tardar 20, 30, 40 anos, mas chegará. Quando acabar o minério, toda a atividade que gira em torno da produção mineral em Paracatu ficará desativada. Essa é a maior preocupação. Entendemos que a saída é buscar alianças intersetoriais, unindo forças do setor público, do setor privado e do terceiro setor. Que consigamos pensar Paracatu muitos anos à frente e diminuir os impactos do final da atividade mineradora.
Conhecemos realidades de muitas cidades de Minas Gerais que passaram por isso e tiveram problemas sérios. Algumas foram chamadas de cidades-fantasmas. Não é isso que queremos para nossa querida Paracatu. Um grande filósofo grego disse, com muita propriedade, que não há bons ventos para quem não sabe aonde quer ir. É isso exatamente que afirmamos neste momento. Apesar dos bons ventos que sopram sobre a economia local de Paracatu, entendemos que é fundamental planejar, senão continuaremos vivendo um momento de bonança, com intensa atividade econômica e dinâmica muito positiva, mas que pode ficar comprometido no tempo e não garantir a continuidade da qualidade de vida da nossa população.
Por fim, Sr. Presidente, gostaríamos de fazer menção também a um movimento que está organizado em todo o território nacional: o Movimento Fica Juca, que diz respeito ao Ministro da Cultura Juca Ferreira. Aliamo-nos a esse esforço para garantir a continuação do trabalho belíssimo e com resultados fantásticos que o Ministro vem desenvolvendo, em sequência a toda a política esboçada, desenhada, implementada e desencadeada pelo ex-Ministro Gilberto Gil.
Juca Ferreira era Secretário Executivo do Ministério da Cultura com o Ministro Gilberto Gil. Com a saída do Ministro, assumiu esse Ministério e deu continuidade à política que orgulha muito a todos nós do PT, pois é hoje um grande diferencial na cultura brasileira. A política cultural brasileira foi diversificada, democratizada e ampliada não apenas do ponto de vista orçamentário, que deu um grande salto, como também do ponto de vista da organização do Sistema Nacional de Cultura e do fortalecimento de toda a rede cultural do País, por meio de pontos de cultura, da realização de conferências regionais, municipais, estaduais e nacionais de cultura, que hoje estruturam o Sistema Nacional de Cultura, que está indo muito bem. Portanto, defendemos que continue dessa forma. Então deixamos a nossa manifestação pelo Fica Juca, pela continuidade do Ministro Juca Ferreira à frente dos trabalhos do Ministério da Cultura.
Mais uma vez, Sr. Presidente, convidamos toda a sociedade de Paracatu para o Fórum Paracatu 2030, que se inicia amanhã, às 13 horas, no Sesc Laces Paracatu, uma iniciativa da Adesp. Esse trabalho está sendo executado com a colaboração da Fundação João Pinheiro. Muito obrigado, Sr. Presidente.
* - Sem revisão do orador.