Pronunciamentos

DEPUTADO AGOSTINHO PATRUS FILHO (PV), Presidente "ad hoc".

Discurso

Transcurso do 40º aniversário de criação da Fundação Clóvis Salgado.
Reunião 30ª reunião ESPECIAL
Legislatura 16ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 26/08/2010
Página 36, Coluna 2
Assunto CALENDÁRIO.
Proposições citadas RQS 2014 de 2010

30ª REUNIÃO ESPECIAL DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 16ª LEGISLATURA, EM 23/8/2010

Palavras do Deputado Agostinho Patrus Filho


Sra. Eliane Parreiras, Presidente da Fundação Clóvis Salgado; Exmo. Sr. Washington Tadeu de Mello, Secretário de Estado de Cultura; Sra. Thaís Velloso Cougo Pimentel, Presidente da Fundação Municipal de Cultura, representando o Prefeito Municipal de Belo Horizonte, Márcio Lacerda; Sr. Rinaldo Campos Soares, Cônsul-Geral Honorário do Japão; Sr. José Osvaldo Lasmar, Diretor da Associação Comercial de Minas Gerais, representando o Presidente da entidade, Charles Lotfi; Exma. Deputada Gláucia Brandão, Presidente da Comissão de Cultura, minha amiga e autora do requerimento que deu origem a esta justa homenagem; Sra. Marília Salgado e Sr. Clóvis Augusto Salgado, filhos do Clóvis Salgado, que nos honram muito com sua presença; Sr. José Eduardo Gonçalves, Presidente da Rede Minas; e Sr. Valério Fabris, Presidente da Rádio Inconfidência, boa noite.

Fernando Pessoa, o grande poeta da língua portuguesa, legou-nos um belo e profundo pensamento sobre a relevância da arte para a existência humana. Assim falou Pessoa: “Só a arte é útil. Crenças, exércitos, impérios, atitudes, tudo isso passa. Só a arte fica, por isso só a arte vê-se, porque dura.”

A permanência da arte, em suas diversas linguagens, junto ao público mineiro, tem sido, há quatro décadas, o objetivo maior da Fundação Clóvis Salgado.

Responsável pelo funcionamento do Palácio das Artes, da Serraria Souza Pinto, do Centro Técnico de Produção e do Centro de Formação Artística, a Fundação, no momento dirigida pelas mãos competentes e dedicadas de Eliane Parreiras, responde, simultaneamente, por espaços de exibição, de produção de espetáculos e de formação de artistas e técnicos.

Abrigando uma orquestra sinfônica, um corpo de baile e um coral lírico, todos de reputação internacional, homenageia nos diversos locais do Palácio das Artes grandes nomes da história do cenário artístico mineiro, como João Ceschiatti, Arlinda Corrêa Lima, Juvenal Dias, Genesco Murta e Humberto Mauro. Os diversos espaços que a constituem têm sido carinhosamente utilizados por nossa população, que, maciçamente, prestigia suas atividades. Foi assim que se tornou um polo importantíssimo de difusão da cultura contemporânea, flexibilizando as fronteiras entre o erudito e o popular, a tradição e a novidade.

Ideia inicial de Juscelino Kubitschek, ainda quando Prefeito de Belo Horizonte, o Palácio das Artes teve sua construção abandonada por décadas e retomada apenas pelo Governador Israel Pinheiro, em 1966. Tomando o nome do ex-Governador e ex-Ministro da Educação de JK, o médico Clóvis Salgado, rende homenagem a um grande incentivador da cultura e apaixonado pela arte, casado com uma cantora lírica, Lia Portocarrero de Albuquerque Salgado.

Ao levar os espetáculos que produz também para o interior do Estado, a Fundação Clóvis Salgado vem formando um público sensível e atualizado em relação a manifestações artísticas de alta qualidade.

Nestas quatro décadas, intermediando a arte e sua fruição para o público mineiro, vem-nos fazendo compreender um alentado sentimento do mundo, já que as obras de arte nos apresentam novas maneiras de ver a realidade. Artistas e suas criações interagem com os demais seres humanos, emocional e socialmente, nos níveis intelectual e espiritual, pois todo homem precisa da arte para viver melhor. Ou, como disse tão acertadamente o crítico Mário Pedrosa, a arte é necessidade vital. Instigando a imaginação, o discernimento e a percepção, ela nos retira da materialidade e nos faz sentir algo mais que o quente ou o frio, a fome ou a saciedade, a dor ou o prazer. Pela associação entre o imaginário e a realidade, às vezes provocando polêmica, vem criando novos códigos em função de evocar, em cada um de nós, esse sentimento do mundo.

Como responsável por nosso maior centro cultural, a Fundação Clóvis Salgado vem possibilitando a cada espectador de suas mostras ou espetáculos vislumbrar valores importantes para a vida de todos, não só tornando um processo contínuo nossa adaptação a uma herança cultural, recebida de outras gerações, como também privilegiando experimentações.

Em agradecimento a todos os artistas e técnicos que atuaram e atuam em seus palcos, salas ou galerias, assim como aos seus diversos dirigentes ao longo destas décadas, realizamos esta homenagem para expressar como o povo mineiro vem sendo cativado pelo trabalho inestimável da Fundação Clóvis Salgado. Muito obrigado.