DEPUTADO ROGÉRIO CORREIA (PT)
Discurso
Declaração de posição contrária ao projeto de lei de autoria da Mesa que
dispõe sobre a remuneração do Governador do Estado, do Vice-Governador do
Estado, de Secretário de Estado e de Secretário Adjunto de Estado.
Reunião
65ª reunião EXTRAORDINÁRIA
Legislatura 15ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 22/12/2006
Página 53, Coluna 4
Assunto GOVERNADOR. SECRETARIA DE ESTADO.
Proposições citadas PL 3796 de 2006
Legislatura 15ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 22/12/2006
Página 53, Coluna 4
Assunto GOVERNADOR. SECRETARIA DE ESTADO.
Proposições citadas PL 3796 de 2006
65ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
15ª LEGISLATURA, EM 18/12/2006
Palavras do Deputado Rogério Correia
O Deputado Rogério Correia* - Sr. Presidente, Deputado Mauri
Torres, embora esse projeto seja de autoria da Mesa, não contou
com o meu apoio nem com minha assinatura. Solicitei a discussão
desse projeto e vou explicar aos colegas por que não o assinei.
Como único integrante da Mesa que se posicionou contrariamente,
farei agora minha justificação.
Esse projeto, nos arts. 1º e 2º, determinará os subsídios mensais
do Governador, do Vice-Governador, dos Secretários de Estado e dos
Secretários Adjuntos. Na verdade, concederá um reajuste de cerca
de 20% nos salários dos Secretários, dos Secretários Adjuntos e do
Vice-Governador.
Não sou contra o índice aqui estabelecido, mas contra o fato de
se utilizarem dois pesos e duas medidas. Com o voto contrário do
Bloco PT-PCdoB, o governo aprovou uma lei delegada na qual deixa
claro que poderá criar secretarias, cargos em comissão, em
especial de recrutamento amplo, além de poder reajustar os
salários dos referidos cargos.
Então, vejam bem, o que o governo pretende é conceder reajuste
aos cargos em comissão e de recrutamento amplo. Como isso não
poderia ser feito porque os salários são muito semelhantes ao de
Secretário, há, agora, o aumento de Secretário em torno de 20%
para que se possa aumentar os salários dos cargos de confiança
também em 20%.
Ora, o que questionamos não é o valor de 20% de aumento, acho até
que é um aumento razoável, do ponto de vista do Secretário, e
mesmo dos cargos em comissão e de recrutamento amplo. O problema,
Deputado Laudelino Augusto, é que são dois pesos e duas medidas.
Para o servidor efetivo não se fala em aumento. Os servidores
estão sem reajuste há muito tempo.
Assim, quero aqui fazer coro quanto à emenda apresentada pelo
Deputado Padre João. Ele apresenta uma emenda que é exatamente
essa: o percentual aplicado para o aumento do subsídio do
Secretário Adjunto de Estado, fixado em parcela única, constante
no anexo desta lei, será aplicado aos servidores públicos civis da
administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo
e aos militares do Estado.
Ora, se essa emenda do Deputado Padre João for acolhida e
aprovada, acho que aí, sim, poderemos votar por unanimidade o
conjunto do projeto. O reajuste de 20% iria para os Secretários
Adjuntos, os Secretários, os ocupantes de cargos em comissão e,
também, para o servidor público.
Como disse a Deputada Elisa Costa, os professores e as
professoras, por exemplo, continuam percebendo um salário
irrisório. Seu salário-base é menor que o salário mínimo e ficará
menor ainda com o aumento que o salário mínimo terá agora, acima,
aliás, do percentual inflacionário, que é a recuperação do poder
aquisitivo do trabalhador que recebe o salário mínimo. Agora, no
caso do professores, não existe essa reciprocidade. Novamente os
professores terão defasado o seu salário em relação ao salário
mínimo, continuando a receber menos ainda que o salário mínimo no
seu salário-base.
Isso para não falar também dos outros servidores públicos, que
de, maneira geral, estão com o salário defasado. Assim é o caso
dos médicos e de todo o pessoal da área da saúde, da área
administrativa, e mesmo a fiscalização está com o salário
defasado. Não há política de recuperação disso.
É por isso, Presidente Deputado Mauri Torres, que não assinei
esse projeto da Mesa, exatamente por não ser possível. Conversei
com o Presidente Deputado Mauri Torres para que acatasse já no
projeto essa emenda que foi agora apresentada pelo Deputado Padre
João, mas, infelizmente, ele achou que não teria condições de
fazer isso por vários motivos e não incluiu no projeto de lei o
reajuste também para os funcionários efetivos.
Espero, portanto, que a emenda do Deputado Padre João seja
aprovada pela Mesa, meu voto será favorável. Se essa emenda for
acatada e aprovada, aí, sim, poderemos votar favoravelmente ao
projeto. Caso contrário, não. Como votar favoravelmente a um
projeto em que os servidores públicos efetivos não têm sequer um
incentivo e nem mesmo um aceno do governo?
Repito e termino dizendo isto aos servidores de cargo de
confiança e de recrutamento amplo do Governador, a facilidade está
posta através de lei delegada. O índice e o quanto terá de aumento
cada um, o próprio Governador o fará por lei delegada.
Para o servidor efetivo, absolutamente nada. Para o servidor
efetivo o que havia era o rigor de uma política remuneratória que
é um impedimento a mais para que se tenha um reajuste anual.
Essa é a minha justificativa por não ter assinado o projeto e
declaro que votarei favoravelmente à emenda do Deputado Padre
João. Obrigado.