DEPUTADO FAHIM SAWAN (PSDB)
Questão de Ordem
Comenta o acordo firmado entre o Governo do Estado e o Ministério da
Saúde para alocação de recursos destinados aos Municípios onde ocorreu
surto e epidemia de dengue.
Reunião
80ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 15ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 07/11/2006
Página 62, Coluna 3
Assunto SAÚDE PÚBLICA.
Legislatura 15ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 07/11/2006
Página 62, Coluna 3
Assunto SAÚDE PÚBLICA.
80ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 15ª
LEGISLATURA, EM 1/11/2006
Palavras do Deputado Fahim Sawan
O Deputado Fahim Sawan - Sr. Presidente, Deputado Rogério
Correia, agradeço-lhe a concessão da palavra pela ordem.
Pedi a palavra para relatar ao Sr. Presidente, aos Srs. Deputados
e às Sras. Deputadas um assunto da maior gravidade. Sabemos que,
no verão passado, muitas cidades mineiras foram acometidas pelo
surto da dengue. Em algumas delas chegou-se até a se comprovar uma
epidemia da doença. Muitas vezes, imputavam-se tais problemas à
transição dos governos municipais, tendo em vista a descontinuação
da prevenção que deveria ser feita. Algumas cidades deixaram de
fazer a prevenção e acabaram acometidas de surto da dengue. Como
já disse, em algumas delas chegou a ocorrer epidemia da doença.
Em agosto deste ano, o governo do Estado, com o Ministério da
Saúde, por meio de recursos do SUS, realizou uma reunião. Refiro-
me à reunião da Comissão Intergestora Bipatirte - CIB -, que
designa os recursos a serem alocados de forma complementar, quando
se está diante de uma epidemia ou de um problema sério, como o da
dengue. Assim sendo, resolveu-se alocar recursos para várias
cidades, onde se caracterizou o surto e a epidemia da dengue.
Em agosto, essas cidades foram notificadas e distribuídas em três
prioridades: alta, média e baixa. Nesse caso, as cidades de alta
prioridade receberiam mais recursos que as demais. Esse é um
critério justo e foi acordado entre o Ministério da Saúde e a
Secretaria de Saúde. O Ministério Público e os gestores estaduais
também participaram.
Essas cidades foram avisadas de que deveriam fazer um plano de
ação, porque esses recursos estavam sendo alocados
extraordinariamente para combate, prevenção e tratamento da
dengue. Logo, deveriam apresentar um plano de ação, que deveria
ser condizente com a luta contra a dengue. Praticamente todas as
cidades apresentaram seus planos e receberam os recursos.
O prazo para apresentá-lo seria de 30 dias. Como o projeto foi
apresentado e as cidades foram notificadas no dia 10 de setembro,
elas teriam até o dia 10 de outubro para fazer seus planos de
ação. Poucas cidades deixaram de fazê-lo, entre elas Uberaba,
minha cidade. Procuramos o Secretário de Estado e pedimos-lhe
tolerância. Destarte, solicitamos-lhe que, mesmo fora do prazo,
permitisse que os recursos chegassem, caso a Secretaria de Saúde
de Uberaba enviasse o plano de ação. Passaram-se 20 dias depois de
vencido o plano.
Sr. Presidente, há ainda algo que nos deixa indignados: além de
ter sido enviado com 20 dias de atraso, o plano de ação estava
errado. Até parece que não tivemos problemas!
Trata-se de uma cidade que teve 6 mil casos notificados e 5
mortes estabelecidas e comprovadas de dengue hemorrágica. Ou seja,
5 mil ou 6 mil casos foram comprovados e notificados. Porém,
sabemos que estatisticamente esses números não são corretos, pois,
na verdade, para cada caso notificado e comprovado, normalmente há
5, 6 ou 7 outros não notificados. Isso quer dizer que quase 40 mil
pessoas tiveram dengue na cidade de Uberaba.
Alerto os Deputados e as Deputadas desta Casa, bem como todas as
cidades mineiras que registraram surto de dengue - entre elas a
minha cidade, Uberaba - para algo mais grave. Considerando-se o
grande número de pessoas que tiveram dengue no verão passado,
chamo a atenção de todos para o risco de se ter a dengue pela
segunda vez, visto que, nesse caso, a doença se manifesta em sua
forma mais grave, a dengue hemorrágica.
Peço a todos os Secretários Municipais de Saúde, a todos os
responsáveis pela saúde pública em nosso Estado que atentem para
isso: a causa maior da morte dessas pessoas que contraem dengue
pela segunda vez é a falta de assistência adequada. Peço que
montem em suas cidades serviços de pronto atendimento porque
começará a chover de novo, a dengue voltará, e poderemos ter casos
mais graves; tivemos no passado por causa da reinfecção da dengue.
Sr. Presidente, agradeço a questão de ordem. Gostaria de deixar
esse alerta a toda população mineira, principalmente às
autoridades públicas do nosso Estado. Muito obrigado.